No meio da Patagônia chilena, uma paisagem se destaca a ponto de arrastar multidões do mundo todo. É o Parque Nacional Torres del Paine, uma reserva natural de mais de 200 mil hectares na região de Magalhães, a cerca de 260 km de El Calafate e a 112 km de Puerto Natales. Aparentemente, a jornada começa na estrada, mas na verdade ainda tem algumas trilhas que vão até a base das famosas formações rochosas.

A primeira boa notícia para os aventureiros de plantão é que o parque não limita o tempo de permanência lá dentro. O valor de entrada é pago uma única vez e o visitante fica quanto tempo desejar ou achar suficiente para admirar todo o seu esplendor natural.

Torres Del Paine

Foto: Equipe QCV

Mas, para chegar até a base das Torres, a cadeia montanhosa que é cartão postal da área verde, é preciso pegar uma das trilhas. São mais de 100 km de caminhos internos, resultando em vários circuitos para fazer dentro do parque, com diferentes níveis de dificuldade e distâncias. Mas uma coisa é certa: vai precisar ter fôlego para encarar os passeios!

O mais comum é o Circuito Mirador, que leva até a base das Torres e costuma ser o trajeto principal dos turistas em geral. O trekking ocupa o dia todo, aproximadamente 8 horas de ida e volta, passando por cachoeiras e florestas que formam trechos do parque. Se tiver sorte, verá pelo caminho guanacos e lhamas.

Para os mais fortes, é indicado o Circuito Torres del Paine, que tem 19 km (ida e volta) de trechos íngremes, com subidas e descidas. Os visitantes saem do hotel Las Torres ou do camping Refúgio Chileno e demoram um dia para completar o trajeto, com paradas para admirar a paisagem.

O Circuito Grande é indicado para quem tem tempo, disposição e preparo físico para encarar altitudes que chegam até 1.350 metros acima do nível do mar. O caminho, feito de 7 a 10 dias, passa pelas Torres e Cuernos del Paine, rios, lagos e as geleiras Grey, Gibson e Perro.

Foto: Equipe QCV

O mesmo vale para o Circuito W, que é o mais completo de todos, passando por vários atrativos nos arredores do Valle del Francês, oferecendo vistas de montes, como o Monte Almirante Neto (2.670 m.s.n.m); de lagos, como o Lago Nordenskjöld; de florestas e, por fim, da Geleira Grey. Tem muitas paradas pelo meio do caminho e demora até 4 dias para ser completado.

Há ainda uma trilha rumo ao Glaciar Grey, que é a maior extensão de gelo em território continental. Para chegar lá, são 6 a 7 horas de trilha ou 3 horas de barco, que parte da Hostería Lago Grey. Na volta, os passageiros recebem um copo de uísque ou pisco com pedrinhas de gelo do glacial dentro.

Dentro do parque há abrigos, refúgios e hotéis, mas saiba que paga-se alto pelo conforto. Se quer economizar, trate de levar a sua barraca e procurar pelos acampamentos. Em caso de pernoite, lembre-se de fazer reserva antecipadamente em algum camping, pois é obrigatório desde 2016.

Precisa fazer trilha?

A boa notícia para quem não tem tempo ou condições físicas de fazer as trilhas exigentes do parque, é que não é preciso fazer trilha para admirar as belezas do Parque Nacional Torres del Paine. Durante a estrada existem diversos “miradores” para você curtir as paisagens do local.

Claro que as trilhas irão proporcionar visuais incríveis como a base das torres, porém elas exigem tempo e preparo físico pois não ocorrem em terreno plano.

Quando ir para Torres del Paine

Foto: Equipe QCV

O local é frio o ano inteiro, porém no verão as temperaturas não chegam a ser negativas. O verão é considerado alta temporada, então se programe para reservar hotéis com antecedência. A única desvantagem no verão é o vento que é muuuito forte nessa época e o risco de chuva também é maior.

Guias indicam os meses de março até começo maio quando as temperaturas são um pouco mais frias porém o vento é menor, as chances de chuva caem (e as de neve crescem) e a paisagem fica linda por conta da chegada do outono.

De qualquer forma, leve muitos agasalhos, luvas e roupas especiais, porque a média anual de temperatura é de 9 graus. Em alguns trechos mais gelados, a sensação térmica fica ainda mais baixa.

Como chegar

Foto: Equipe QCV

Existem 3 maneiras para chegar em Torres Del Paine:

Pegue um avião de Santiago a Punta Arenas, de lá até o Parque Nacional Torres del Paine são três horas de percurso. Há um passeio que começa cedinho e dura o dia inteiro. Você também pode alugar um carro na cidade e percorrer por conta própria.

Outra opção é voar até Puerto Natales, mais próximo, porém com voos mais limitados. Chegando lá, você pode alugar um carro e seguir durante 1h30 pela estrada até o parque. É possível também agendar tours guiados pelo parque, que geralmente incluem os traslados. Para quem é inexperiente em trilhas ou quer praticidade, este é o jeito mais indicado. Confira aqui todos os passeios oferecidos saindo de Puerto Natales.

A última opção foi feita pela equipe do QCV em fevereiro de 2023: pegar um voo até El Calafate na Argentina e de lá seguir para Torres del Paine, o parque fica a 3 horas da cidade argentina. Você pode alugar um carro ou contratar um day tour. O day tour é indicado apenas se você não tiver tempo pois além da distância, a imigração de todos da excursão entre Chile e Argentina pode ser bem demorado dependendo da época.

Quanto ao aluguel de carro, pode ser qualquer veículo. As estradas dentro do parque são de cascalho mas bem conservadas, apenas para quem tem carro não 4×4 a indicação é para andar no máximo 50km/h.

Onde se hospedar em Torres del Paine

Foto: Equipe QCV

Existem hotéis dentro do parque e nas proximidades, geralmente são hotéis all-inclusive que além das refeições oferecem os traslados para passeios no parque. O problema dessas hospedagens é que elas são extremamente caras, mas se você tiver uma graninha vale a pena, confira aqui as opções.

A opção mais escolhida por quem quer conhecer Torres del Paine é se hospedar em Puerto Natales, a cidade mais próxima do parque que oferece uma boa estrutura de hospedagem além de restaurantes, lojinhas e mercados.

Se você estiver partindo de Punta Arenas, confira aqui as opções de hospedagem. E de El Calafate, clique aqui.

Quanto custa

Uma viagem para Torres del Paine não é barata. O destino é muito visado por europeus e americanos, por isso os preços por lá são dolarizados.

A entrada para o parque para estrangeiros é cobrada em dólar e depende da época mas para adultos por 2 dias custa a partir de 35 dólares. Confira aqui o preço atualizado e compre online a entrada.

O valor das hospedagens pode variar muito de acordo com o seu gosto e bolso, porém até albergues bem simples sem café da manhã vão custar a partir de 25 dólares a diária.

A alimentação também é um item caro, não se surpreenda em pagar uma conta de de mais de R$200 reais em dois pratos de massa com 2 bebidas.

Torres del Paine ou El Chaltén?

Muitas pessoas se fazem essa pergunta já que estão planejando uma viagem para a Patagônia. A distância entre os destinos também facilita essa dúvida, qual deles escolher ou ir nos dois?

Na nossa experiência, o Parque Nacional Torres del Paine é mais bonito, o maciço das montanhas é mais imponente e muito mais fácil de visualizar sem precisar de longas trilhas. Em Chaltén conta com paisagens lindas mas para aprecia-las é necessário no mínimo uma trilha de 8km ida-volta em terreno com muita subida.

Vale considerar que para ir para Torres del Paine o gasto é muito maior que El Chaltén (onde não se paga a entrada do parque).

O Torres del Paine apresenta uma maior acessibilidade e também maior custo. Porém na nossa opinião é mais bonito 🙂

Se tiver tempo e dinheiro, faça os dois!

Post por Brunella Nunes com colaboração de Amanda Santiago