Localizada a mais de 3.600 metros de altitude, La Paz é a capital administrativa mais alta do mundo. Cidade mais importante da Bolívia, o local conta com quase 1 milhão de habitantes, sendo sua maioria descendentes dos povos andinos – cerca de 60% da população total – que ainda hoje vivem em condições econômicas modestas. Não é à toa que essa é considerada a capital mais indígena e pobre da América do Sul!
Por lá, as classes sociais são uma questão de altitude. Os mais ricos, geralmente brancos e descendentes dos espanhóis, vivem na parte baixa da cidade. Com mais oxigênio disponível, essa área compreende o centro e seus prédios modernos que contrastam com o restante da capital. Enquanto isso, os mais pobres, de origem indígena e pele mais escura, vivem nas encostas da Cordilheira – mais ao alto e com menos oxigênio presente – em casas inacabadas de alvenaria. A regra na capital boliviana é simples: quanto mais alto, pior.
Para o turista, La Paz atua com um importante hub para as principais atrações do país. Tiahuanaco, capital e centro religioso da civilização pré-colombiana anterior ao império inca, fica a apenas 72km de distância. Desenvolvida entre os anos 1.500 a.C e 1.200 d.C, a visita ao local é um dos pontos altos da viagem. Já o Lago Titicaca, localizado a cerca de 150km da capital, próximo à fronteira com o Peru, aparece como outro ponto turístico muito procurado por aqueles que visitam a região.
Voltando à La Paz, alguns dos pontos de interesse são o Monte Illimani, a montanha mais alta da Cordilheira Real, com 6.438 metros de altitude, que é considerada a guardiã do local. Também é possível ver resquícios das civilizações antigas, por meio de monumentos espalhados ao redor da cidade. No centro, os vestígios são todos da colonização espanhola. Esses traços históricos podem ser facilmente observados pela existência da Igreja de São Francisco, pelos edifícios governamentais presentes na Praça Murillo e pela Calle Jaén, uma pequena rua que preserva a atmosfera colonial com piso de pedra e casas coloridas do século XVIII.
Para completar a experiência na cidade, o turista ainda pode ir ao Mercado das Bruxas, onde xamãs leem seus destinos em folhas de coca, à Calle del Comercio, o centro mercantil da cidade onde é possível encontrar de tudo para comprar, e à Avenida 16 de Julio, com seus restaurantes tradicionais, bares e teatros.
Como chegar
As duas formas mais fáceis de ir para a capital da Bolívia a partir de cidades brasileira é utilizando avião ou trem. A primeira, mais rápida, conta com uma conexão quase sempre em Santiago (Chile) ou Lima (Peru), sendo a Avianca, a LATAM e a Boliviana de Aviación (BoA) as companhias aéreas mais comuns para a realização do percurso. Nesses casos, o viajante irá desembarcar no Aeroporto Internacional de El Alto, que fica a 14km de distância do centro e está localizado a 4.100 metros acima do nível do mar. Muitas vezes as rotas contam com uma parada em Santa Cruz de la Sierra, que possui um aeroporto com altitude mais acessível e, por isso, fica mais fácil realizar pousos com grandes aeronaves.
Outra forma comum de ir do Brasil para La Paz é por meio de trem. Nesse caso, a viagem é mais longa, mas é uma das favoritas dos mochileiros. A aventura começa em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, quando o viajante deverá tomar um ônibus até Puerto Quijarro, que fica na fronteira entre os dois países. Lá, o turista deverá tomar o famoso “trem da morte”, com sentido a Santa Cruz de la Sierra. Ao todo são 18 horas de percurso pelas linhas ferroviárias bolivianas. Chegando em Santa Cruz, o turista deverá pegar um ônibus com destino a La Paz. Apesar de ser um longo trajeto, essa é uma das formas que os aventureiros mais buscam quando viajam pela América do Sul.
Para aqueles que vivem em cidades fronteiriças, especialmente do estado do Mato Grosso do Sul, existem diversos ônibus que fazem trajetos até cidades bolivianas. Essa também é uma maneira de se chegar a La Paz para aqueles que desejam economizar.
Lembre-se que a Bolívia é um dos países que exigem certificado de vacinação contra a febre amarela, então prepare-se com antecedência para a sua viagem. Somente a dose completa (não fracionada) é aceita pelas instituições internacionais e o viajante deverá tomá-la pelo menos 10 dias antes da viagem.
Vida noturna
Não é só de tradicionalismo e história que vive La Paz. Reconhecida em 2015 pela National Geographic como a terceira cidade com a noite mais empolgante do mundo, a capital da Bolívia conta com opções interessantes para aqueles que gostam de diversão após o horário comercial. Com o cair do sol, a cidade – que já é gelada por natureza por conta da altitude – fica mais fria ainda. É nessa hora que os habitantes locais se reúnem em bares e baladas para esquentar um pouco e curtir a efervescente vida noturna que a cidade tem a oferecer.
O bairro mais boêmio (e também artístico) de La Paz é o Sopocachi. Um local muito frequentado pelos mochileiros é o Ram-Jam, que toca salsa e oferece cardápio variado tanto de carnes quanto de opções vegetarianas. Ao redor da Praça Abaroa há diversos pubs, bares e cafés, então essa é uma região a ser cogitada por aqueles que ainda estão indecisos. Ainda no Sopocachi, duas casas noturnas costumam embalar a noite da galera: a Traffic (onde predomina a música eletrônica) e a Mongo`s (que toca hits dos anos 70, 80 e 90).
Já para aqueles que querem fazer uma imersão na cultura boliviana, a boa pedida é ir às casas de peñas. Situadas na zona central da cidade, no chamado Casco Viejo, os turistas poderão adquirir um combo 2 em 1: jantar e assistir a um espetáculo típico na mesma noite. Vale lembrar que shows de peñas são bastante turísticos, então os preços estão um pouco acima dos praticados pelos demais estabelecimentos da cidade.
Outro ponto bem boêmio de La Paz é a chamada “Zona Dorada”, que fica nas imediações da Avenida Álvaro Obregon. Por lá há grande diversidade de restaurantes, bares e casas noturnas, sendo outra ideia viável para quem está indeciso. E para quem quer agito sem precisar se locomover, os hostels também atuam como verdadeiras casas noturnas. Muitos deles apresentam festas características em diversos dias da semana, fazendo a animação dos hóspedes e convidados até altas horas. Dois dos albergues mais conhecidos da cidade são o Wild Rover e o Loki Hostel.