Muito se engana quem pensa que a Bolívia é destino apenas para aventureiros. Com a altitude que chega até 2.500 metros, a produção de vinhos ganha fôlego mesmo diante de fatores adversos. Um dos destaques são as vinícolas de Tarija, região que produz a bebida a partir de 1.600 metros acima do nível do mar, contando com uma vasta rota turística.

Vizinha de Salta, na Argentina, a cidade tem alguns pontos a seu favor: boa incidência de luz solar, chuvas escassas e amplitude térmica. Assim, consegue produzir vinhos de altitude, com maturação e álcool em níveis mais baixos do que os argentinos. Esse nicho do mercado se expandiu em meados de 1970, com a industrialização.

Cerca de 93% da produção boliviana é concentrada no Vale de Tarija, que resulta em 5,7 milhões de litros de vinho por ano. Ao todo, são 25 vinícolas, sendo seis delas responsáveis pela maior parte do que é produzido. Entre as principais está a Campos de Solana, fundada em 1925. As vinhas produzem Cabernet Sauvignon, Riesling, Malbec e Merlot.

Com 25 anos de história, a Bodega Sausini pertence à família de Mario Hinojosa. Inicialmente, as videiras vieram da França para produzir Cabernet Sauvignon em solo boliviano, mais precisamente em San Luis y Sunchuwayco. Depois veio o Moscatel de Alexandria, o Merlot e por fim o Singani, um dos marcos regionais, elaborado com uva branca 100% pura, sem ingredientes químicos e uma produção limitada de 7.000 garrafas por ano.

Já a vinícola Kohlberg, de 1963, produz 15 mil garrafas por ano das uvas Cabernet Sauvignon e Malbec em Cochabamba. No Vale de La Concepción está na ativa há 31 anos a bodega familiar La Concepción, a 27 km de Tarija. São pioneiros na produção de vinhos varietais na Bolívia, apostando em uvas Syrah, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Ruby Cabernet e Rosé.

Em Cochabamba se destacam as vinhas Marquez de la Viña e Aranjuez, premiada pelo vinho Tanat. A propriedade também produz vinhos Merlot, Cabernet Franc, Moscatel de Alexandria, Sauvignon Blanc e Chardonnay. Os vales de Sinti e Santa Cruz também entram na Rota do Vinho boliviano.

 

 

Como chegar: as vinhas estão a aproximadamente 1000 km ao sul de La Paz. A região está bem conectada com o restante do país, por meio de ônibus que saem da capital Expreso La Paz, Expreso del Sur, Expreso Pilcomayo, Expreso San Roque, Expreso el Bermejeño. Para ir voando, pegue um avião rumo ao Aeropuerto Oriel Lea Plaza, que opera voos nacionais com as linhas aéreas BOA, TAM Bolivia e Aerocon. Também está ligada com o Norte da Argentina. Salta está a 568 km de Tarija.

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Fotos: divulgação/vinícolas

Rota do vinho: destinos para quem ama a bebida dos deuses

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