Capital de Louisiana, Nova Orleans desponta como uma das mais interessantes para se visitar no território norte-americano. Isso porque a sua trajetória está extremamente mesclada com diversas culturas, sendo gratificante para o turista acompanhar essas nuances durante a sua viagem. Para começar, NOLA – como é popularmente chamada por lá – foi fundada em 1718 pelos franceses. Quarenta e cinco anos depois, em 1763, o local passou para as mãos dos espanhóis com a assinatura do Tratado de Paris. Algumas décadas mais tarde, a cidade voltou para o domínio francês para, então, ser vendida por Napoleão aos Estados Unidos no ano de 1803.
Devido à sua localização geográfica, a cidade norte-americana também sofreu forte influência caribenha. Para compor a cultura local, os africanos também têm papel fundamental, sendo a sua presença justificada pela forte escravidão que assolou a região no passado. No final do século 19, inclusive, 60% de toda a população era negra: metade formada por escravos e a outra metade por negros livres da classe média e alta do Caribe. Por essa configuração, a área – que teve um peso importante na Guerra Civil – também surge como um polo importante na luta dos direitos dos cidadãos.
Hoje, com quase 400 mil habitantes, NOLA é um caldeirão cultural. Esses traços podem ser muito bem observados na gastronomia, na arquitetura, na língua e, claro, nas manifestações artísticas tão recorrentes por lá. Inclusive, essa mistura entre europeus, caribenhos e africanos criou uma cultura própria nomeada de crioula (creole). O termo, portanto, foi utilizado pela primeira vez para designar os descendentes dessa mistura étnica nascidos no estado da Louisiana.
Um dos festivais mais importantes de Nova Orleans é o Mardi Gras, que dura cerca de um mês e acontece entre janeiro e fevereiro. Na ocasião, milhares de pessoas saem fantasiadas às ruas para acompanhar as bandinhas de instrumentos de sopro. A música também tem forte papel local, pois foi na região que surgiu o jazz e o rhythm and blues. Foi lá, inclusive, que nasceu o aclamado músico Louis Armstrong. A cidade também é palco do Jazz Fest, um evento bastante elogiado pela crítica que atrai para a área milhares de turistas de todas as partes do mundo.
Por sua localização próxima ao Golfo do México e do Rio Mississippi, a urbe também tem suas atividades portuárias bastante desenvolvidas. O local, que foi muito importante no passado para dar corpo à escravidão, até hoje é o porto mais movimentado dos Estados Unidos e o quarto mais importante do mundo. Isso porque por lá acontece o trânsito de produtos que são importados e exportados para a América Latina.
Mais recentemente, Nova Orleans ocupou os noticiários mundiais por um triste motivo. Em 2005, o Furacão Katrina destruiu 80% de toda a cidade, mais isso já ficou no passado. Após se restabelecer, NOLA presenteia o turista com motivos de sobra para querer passar pelo menos 3 dias por lá!
Como chegar
Infelizmente não há voos diretos entre as principais cidades brasileiras e NOLA. Para chegar lá, o turista que tem como ponto de partida o nosso país deve fazer ao menos uma conexão. Algumas companhias que fazem o percurso são a Delta, a United, a American Airlines, a Copa Airlines e a LATAM. Para quem escolhe essa opção, a chegada acontece pelo Aeroporto Internacional de Nova Orleans Louis Armstrong (MSY), localizado a 18km do centro da cidade e considerado o mais importante da Louisiana.
Para fazer o trajeto entre o aeroporto e a acomodação, o viajante possui diversas possibilidades. Para aqueles que prezam por conforto após um cansativo voo, as alternativas mais indicadas são os táxis. Eles surgem com valores médios de US$35 (para uma ou duas pessoas). Acima de três passageiros, eles cobram US$15 por pessoa. Os shuttles não apresentam preços tão interessantes assim, mas também despontam como uma opção. O valor do trecho é US$24 por pessoa, mas se o viajante comprar ida e volta sai por US$44. Ainda é possível utilizar linhas regulares de ônibus pelo valor médio de US$2, mas nesses casos os turistas terão uma viagem bem menos confortável.
Já para quem está em solo americano há ainda outras possibilidades. O Union Passenger Terminal aparece como o principal centro de transportes de Nova Orleans. Situado no CDB (Central Business District), o local é o principal hub dos ônibus da Greyhound e dos trens da Amtrak, que partem de diferentes partes do país. É possível ainda ir para NOLA de carro, mas essa opção só é indicada para que pretende conhecer os pântanos ou Baton Rouge, pois os estacionamentos são caros e escassos. Na maioria dos casos, a melhor opção é tentar encontrar alguma promoção de passagem aérea ofertada por uma companhia low cost.
Vida noturna
Multirracial e diversificada, a cidade localizada ao sul dos Estados Unidos tem no seu DNA a animação necessária para uma vida noturna para lá de agitada. Misturando as culturas dos franceses, caribenhos e africanos, o local – que não se enquadra na visão estereotipada de uma típica cidade americana – tem na música, na gastronomia e na boemia alguns dos traços mais marcantes da sua “personalidade”.
Para não errar, vá ao French Quarter, o famoso bairro histórico francês. É lá que está a maior concentração de bares, restaurantes e estabelecimentos animados da cidade. Nas ruas Decatur e N. Peters, o viajante consegue unir o útil ao agradável e jantar em um lugar que serve as comidas típicas de NOLA ao mesmo tempo que ouve o melhor da música local.
Outra região bem procurada é a Frenchman Street. Com atmosfera menos turística, o lugar garante ao viajante a possibilidade de vivenciar a vida noturna de Nova Orleans como um local. Nessa área os bares e boates são mais baratos e menos lotados, surgindo como boa alternativa para os mochileiros.
Já para aqueles que querem ouvir a tradicional música da Big Easy (nome dado à cidade devido à facilidade que os músicos tinham de achar emprego por lá no passado), a boa pedida é ir até a Bourbon Street. Muito além dos bares, o lugar conta com uma grande variedade de músicos de rua mostrando o melhor da sua arte.
Ainda para quem não dispensa assistir a um show de jazz na região, a dica é ir ao Preservation Hall. Essa é uma parada quase que obrigatória para todos aqueles que querem ouvir o que o ritmo musical tem de melhor a oferecer. Vale lembrar que por lá o som que ganha destaque é o jazz tradicional do início do século 20, portanto é uma experiência que vale muito a pena!