Devido ao clima quente e seco que assola a região, os povos locais não tinham muita diversidade de alimentos e ingredientes que pudessem utilizar nos seus pratos cotidianos. Porém, com a chegada dos peregrinos vindos de diferentes partes do globo, Meca passou a introduzir em suas iguarias alimentos típicos das regiões de origem desses muçulmanos, assim como adotou pratos tradicionais desses lugares. Hoje, a cidade conta com uma forte influência das culinárias asiática e africana, sendo possível encontrar diversos restaurantes e barraquinhas de diferentes nacionalidades, como egípcios, indianos, paquistaneses, etc.
Tendo como base pratos que levam carne, arroz, trigo, vegetais e especiarias que dão um toque especial a receitas, a culinária de Meca tem um ponto bastante curioso. Durante o período das peregrinações os restaurantes são proibidos de usarem pimenta em suas comidas. Isso porque as autoridades não querem que os peregrinos fiquem doentes e percam tempo e dinheiro em hospitais, tirando o foco de atenção daquilo que realmente importa (a peregrinação).
Uma das iguarias que pode ser encontrada em basicamente todos os cantos da cidade é a Shawarma, que consiste em ser um prato composto por fatias de carne de cordeiro ou frango assadas em um espeto vertical e servidas em pão árabe com legumes, humus (pasta de grão de bico), labneh (uma espécie de coalhada), dentre outros acompanhamentos. Já o Fool Tamees é um pão tradicional afegão que só pode ser encontrado no Oriente Médio ou, então, em restaurantes típicos de comida afegã. Para fazer a massa desse pão todo especial se usa farinha de trigo e curry.
Algumas das comidas que também ganham o coração dos peregrinos são a Sambousek (massa recheada frita), o Al-Mandi (cordeiro assado) e o Soubiya (coquetel não alcoólico feito com a mistura de açúcar, leite e canela). Já o Mutabaq é uma comida indonésia feita com ovos e folhas e servida com limões (que devem ter o seu suco espremido sobre a iguaria). Existem ainda versões do mutabaq com bananas, ou seja, doce e diferente da sua versão original que é salgada.
Outro doce que é muito recorrente em Meca é a Kunafa, feito de vermicelli (um tipo de macarrão bastante fino) e queijo. Há versões do prato que levam ainda outros ingredientes, como o chocolate, apesar de a receita original não conter o doce feito de cacau. Para finalizar o sabor da kunafa, a sobremesa é servida com xarope de açúcar. Também não deixe de experimentar a Baklava, um doce feito com farinha que possui diferentes sabores e formas. Basicamente consiste em um pastel de nozes trituradas envolvido em massa filo e banhado em xarope de açúcar ou mel. Há ainda versões com pistaches, avelãs, sementes de sésamo, etc.
Outro costume muito comum em Meca é oferecer café para as visitas, tal qual acontece no Brasil. Lá, porém, é o Gahwah (café árabe) que ganha espaço. Mas ao contrário do que acontece em nosso país, em Meca o anfitrião assa, esfria e mói os grãos de café antes de colocá-lo na água para ferver.
Quando estiver por Meca não deixe também de ir ao Albaik, um restaurante fast-food ao estilo de McDonalds que é bastante tradicional na cidade sagrada e em Jeddah. Sempre muito cheio de clientes, o restaurante oferece frango frito (apimentado ou não) com molho de alho. Se você estiver indo ao Masjid rezar, não coma o molho de alho. Além de cheirar mal, o profeta Maomé disse que não se deve comer alho e cebola antes de preces. O estabelecimento ainda conta com nuggets de peixe (apimentados ou não) e humus. É possível comprar shawarmas por lá também.