Conhecida pelos seus pratos feitos à base de carne de porco e batatas, a culinária alemã é uma das mais difundidas pelo globo. Por isso, quando o assunto é Hamburgo, a segunda maior cidade do país, é de se esperar que a história se repita. E apesar de não fugir totalmente à regra, não se pode dizer também que o município siga à risca essa tendência. Isso porque o que está em jogo é uma cidade portuária, razão de os peixes e frutos do mar serem as verdadeiras estrelas dos cardápios locais.
Portanto, ao chegar neste município situado ao Norte do país, uma coisa é certa: seja cru, marinado ou empanado, você irá se deparar com uma grande variedade de peixes. Uma das modalidades mais clássicas é o Fischbrötchen. Nessa iguaria, o pãozinho – semelhante ao francês – vem recheado com salmão defumado, arenque, camarão ou peixe empanado. Para dar ainda mais sabor, o prato leva alface, cebola, picles e molho remoulade. Um local famoso para apreciar o fischbrotchen é o Bruke 10.
Outro clássico que tem o peixe como principal ingrediente é o Finkenwerder Scholle. Na iguaria, a solha – um peixe similar ao linguado muito comum no norte da Alemanha – é assado ou frito com bacon, camarão e cebolas. No passado, a solha era um ingrediente-chave para a gastronomia local, mas como o peixe passou a ficar escasso em diversos mares, hoje só é encontrado em pratos mais específicos.
Já o Labskaus era uma receita muito consumida entre marinheiros e trabalhadores de navios, ganhando a sua popularidade no passado e mantendo a tradição até os dias de hoje. Ao contrário dos exemplos anteriores, esse prato típico é feito com uma espécie de hambúrguer de carne bovina curada, batata e beterraba, sendo coberto por um ovo frito. Para completar a esquisitice, arenque, beterraba e pepino em conserva acompanham a iguaria. Por sua composição, não espere um prato bonito aos olhos, mas tenha certeza que o seu sabor não decepciona. Algumas variações da Labskaus são servidas em toda a Escandinávia e em Liverpool, na Inglaterra.
Já para os fãs das sopas, a Aalsuppe é uma das mais tradicionais. Há quem diga que a clássica receita marcou a história ao aparecer em um livro de culinária datado de 1788. O que se acredita também é que na receita original as enguias não estavam presentes, mas sim restos de outras comidas. Predominantemente agridoce, a aalsuppe leva caldo de carne, legumes, carne defumada, frutas assadas e bolinhos de massa, além de enguias, é claro.
Já quando o assunto são as sobremesas o Rote Grütze ganha atenção especial. Consistindo em uma compota de frutas vermelhas, o doce é servido com calda ou sorvete de baunilha. Em alguns casos, o chantilly também pode ser inserido. Aqui, o que o viajante irá degustar é uma mistura de doce e azedo que costuma agradar o paladar. Apesar de ser um prato que foi trazido para a Alemanha pelos dinamarqueses, foi no norte do país que ele se desenvolveu e propagou.
Quem também não decepciona quando o assunto é adoçar a boca é o Franzbrötchen. Assemelhando-se a um croissant, a iguaria consiste em um pão folhado recheado de açúcar e canela. Com o passar dos anos, outros sabores passaram a disponibilizados, como chocolate e sementes de abóbora. O que faz a iguaria ser ainda mais imperdível é o fato de ela só ser feita em Hamburgo e nas cidades vizinhas, sendo um prato clássico que só pode ser comido por lá. Reza a lenda que o quitute foi inspirado no croissant francês introduzido em Hamburgo durante a ocupação das tropas de Napoleão no século 19. Dada a semelhante de ambas as comidas, é bem possível que a história seja verdade!
