Mesmo que não tenha uma gastronomia tradicional que deixe evidente a quem quer que seja quais são as iguarias de Maringá, a cidade conseguiu recentemente aprovar na câmara de vereadores o seu primeiro (e único) prato típico.
O Cachorrão, como popularmente é chamado o Cachorro-Quente de grandes proporções preparado na cidade, é a comida que – segundo políticos e a própria população – tem a cara de Maringá. Para experimentar o lanche, basta andar pela urbe que barraquinhas de rua, lanchonetes e bares apresentam as suas releituras do prato. E apesar de o hot-dog ser consumido em todo o Brasil, por lá ele apresenta algumas especificidades: o lanche conta com pão bem maior (para acomodar os diversos recheios) e deve sempre ser prensado (também como forma de fazer os ingredientes ficarem mais seguros na mão do cliente).
A criatividade também rola solta quando o assunto é o que vai dentro do cachorrão: além de salsichas, há lugares que colocam linguiças, cebolas, carne moída, enfim, basicamente tudo o que você possa imaginar! No entanto, o que não pode faltar na maioria das versões é a maionese verde, que garante um sabor especial à iguaria.
Com preços que oscilam entre R$5 e R$50, os cachorros-quentes são papo sério para o maringaense. Isso é tão verdade que existem por lá estabelecimentos especializados na comida. O Meu Chef é um desses lugares. Com 24 opções de cachorrões, o local tem sabores inusitados, como strogonoff de carne, pizza e escondidinho. Dispondo ainda de ambiente familiar, a lanchonete oferece como diferencial playground para as crianças.
Mas se o seu forte não é cachorro-quente, saiba que é possível encontrar praticamente qualquer culinária internacional no município paranaense. Uma boa oportunidade de experimentar comidas típicas do estado e de outras partes do Brasil, além da gastronomia de países estrangeiros – como Portugal, Itália, Alemanha e Japão – é a Festa dos Estados e das Nações. Despontando como uma das mais importantes feiras gastronômicas da região, o evento é uma oportunidade para os viajantes que querem conhecer a versatilidade culinária da urbe.
Já o Festival Gastronômico de Maringá, desenvolvido pela Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico (SEIDE), é um evento que desafia alguns dos restaurantes mais tradicionais da região a produzirem releituras de pratos típicos do estado. Como pré-requisitos, há a necessidade de se usar produtos regionais e oferecer os pratos finais a um valor fixo – em 2018 ficou estabelecido o preço de R$35. Alguns dos clássicos apresentados no ano em questão foram a Costela à Borboleta, o Croquete de Costela, a Picanha Suína com Mandioca, as Coxinhas de Costelinha Barbecue e o Kassler com Canjiquinha Cremosa ao Molho Melado da Terra.
Aliás, como é possível reparar sem muita dificuldade, uma das maiores influências da gastronomia local é a Carne Suína. Isso se deve à forte influência da imigração alemã no estado do Paraná. Além de suas famílias, esses imigrantes originais trouxeram também costumes e ingredientes típicos. E é claro que o porco, uma das proteínas mais apreciadas pela nação europeia, não poderia ficar de fora. Inclusive, a linhagem alemã é marcante na região até os dias de hoje. Estima-se que 3% dos maringaenses sejam descendentes dos germânicos. Para enaltecer essa cultura, Maringá também sedia o Oktoberfest, uma festa mundialmente conhecida que preserva as comidas, cervejas e danças típicas do país.
Outra forte influência da região é a japonesa, pois a cidade abriga uma das maiores e mais representativas comunidades nipônicas do país. Os maringaenses também fazem questão de conservar os costumes orientais, fato que culminou com a criação do Festival Nipo-Brasileiro, um dos mais grandiosos do Brasil. Recebendo cerca de 70 mil visitantes, o evento é também uma chance de o turista apreciar a deliciosa culinária do país asiático.