Silvia Triboni sempre sonhou em conhecer o mundo e viver no exterior. O que parecia ser um sonho impossível quando era criança se transformou em realidade depois de atingir a marca dos quarenta anos.

Com estabilidade financeira, ela começou a desbravar o mundo e não parou mais. Hoje, aos 62, realizou o sonho de morar fora do país e compartilha sua história para que outras mulheres (e homens) não deixem que a idade limite seus sonhos.

Silvia é a nova entrevistada da série “O mundo é delas“, em que nos propomos a contar histórias de mulheres incríveis que estão redefinindo o conceito de viagens de um jeito muito especial. Vamos nessa?

Viagens na terceira idade, com Silvia Triboni

Silvia no pico da montanha Huayna Picchu, em Machu Picchu, mostra que ainda tem muita disposição para viagens na terceira idade.
Silvia no pico da montanha Huayna Picchu, em Machu Picchu, mostra que ainda tem muita disposição para viagens na terceira idade.

Equipe Quanto Custa Viajar – Com quantos anos você começou a viajar e o que mudou desde então? 

Silvia Triboni – Apesar de minha paixão pelas viagens ter surgido aos meus 15 anos de idade, somente comecei a realizar meus desejos após os 40 anos, quando ingressei no serviço público e pude pagar meus gastos com férias.

Esperei bastante até que eu pudesse concretizar meus sonhos de adolescente, mas enquanto eu levava a minha vida pessoal – estudos, casamento, filhos – tratei de manter acesa a chama da curiosidade por novos países, culturas, povos, línguas…

Desde o meu primeiro período de férias do trabalho decidi que anualmente iria conhecer lugares novos. Inicialmente viajava com meus dois filhos ainda crianças, tendo sido a nossa primeira viagem a mais marcante e inesquecível de todas. Fomos ao Guarujá. Foram dias incríveis. A colônia de férias onde ficamos, a água de coco que tomamos e as brincadeiras na praia estão marcadas em nossas lembranças.

Sempre rememoramos aqueles dias maravilhosos, considerando aquela aventura como uma das mais importantes de nossas trajetórias de viajantes. Assim que eles se tornaram adultos, e independentes, passei a realizar minhas viagens em grupos (excursões), com amigos, sozinha, e, esporadicamente, na companhia deles.

Silvia e a filha em Twelve Apostles, na Austrália

As viagens viraram uma rotina em minha vida. Nada, nem ninguém, me impedia, ou impede, de viajar. Sou muito grata às viagens em grupo, excursões que fiz, pois me proporcionaram a confiança necessária para ir em busca de experiências em terras estrangeiras, da forma mais racional e econômica possível, o que me permite explorar os lugares de forma independente.

A cada ano um país novo entra na minha lista. Às vezes repito algum país só para curtir, ou explorar mais detidamente alguma cidade especial.

QCV – Você defende que viajar é um dos segredos para a longevidade e coloca isso em prática aos 62 anos. Sente que sua qualidade de vida melhorou à medida que as viagens se tornaram mais frequentes?

Silvia – Sinto sim, Mariana. Com o passar dos anos, a cada viagem que fazia, minha autoestima ia se fortalecendo, e minha curiosidade por ampliar meu rol de países visitados só aumentava.

O ganho de experiência, de independência e de mais coragem foram promovendo transformações importantes em minha pessoa. Passei a valorizar demais o investimento feito com o turismo, visto o retorno que ele me dava (e dá) em crescimento cultural, social, emocional e físico.

Em Córdoba, na Espanha

Ao término de uma experiência já começo a planejar a próxima. Eu diria que o primeiro aspecto de minha saúde que se beneficiou foi a saúde emocional. Para as mulheres de minha geração ser independente para ir e vir, sem ter de dar satisfações é um grande feito. Imagine fazer isso depois dos 40, 50, 60 anos…

A garra e a coragem que se pode adquirir ao se predispor a cumprir todas as etapas que uma viagem requer, a usufruir de todas as experiências que os diferentes destinos nos oferecem, a vencer os desafios e problemas que uma viagem pode apresentar, são conquistas que poucas atividades, ou investimentos, podem nos oferecer.

Fortalecido o meu pilar emocional, com a autoestima revigorada, via que a mente e o convívio social também ganhavam força. Nada como abrir os horizontes para novas paisagens, histórias e culturas para que a vontade de aprender e conhecer novas pessoas surja de imediato.

Fazer novos amigos, ampliar a vivência multicultural, viajar sozinha, hospedar-se em albergues, dormir em quartos compartilhados, experimentar comidas exóticas, subir montanhas, mergulhar… Tudo isso me fazia (e faz) muito bem.

Foi assim que ao cruzar a marca dos 60 anos, em que, de repente, se passa para a “terceira idade”, que percebi o quanto minhas escolhas, e “investimentos”, estavam favorecendo o meu envelhecimento, e a minha boa longevidade.

Parque Termal Te Puia, em Rotorua, Nova Zelândia

Não me sinto nada parecida com o estereótipo de idosa. Ao contrário. Sinto-me mais vigorosa do que em décadas anteriores. Isso é muito bom, não é mesmo?!

São muitos os ganhos que a prática das viagens e do turismo nos trazem. Sabia que até a família é beneficiada quando o idoso se diverte conhecendo novos lugares? Esta é uma das afirmações que colhi de uma entrevista que fiz com uma médica psiquiatra. A entrevista está no meu canal do Youtube.

Ouvir confirmações provenientes dos profissionais da saúde sobre o bem que viajar faz ao nosso processo de envelhecimento me deixa muito feliz.

QCV – Recentemente você se mudou para Lisboa, em Portugal. Como está sendo essa experiência de viver no exterior e quais os principais desafios enfrentados nesse processo? 

Silvia – Viver em um país diferente era outro dos meus sonhos de adolescente. Nos anos 70, os jovens em melhores condições econômicas faziam intercâmbios internacionais para estudo e vida no estrangeiro. Isso me fascinava, mas não estava a meu alcance.

Demorou quase 50 anos (rs) mas realizei mais este sonho, me mudando para Lisboa. Outro tipo de desafio que decidi enfrentar no alto de meus 62 anos, e que está sendo viável em grande parte graças ao meu perfil explorador, e às transformações pessoais que as viagens me proporcionaram, ao longo dos anos.

Cajón Del Maipo, Chile.

As expectativas de uma vida nova, o desafio de adaptação a uma outra cultura, nova cidade, a um povo diferente, tudo isto muito me estimulava. Até mesmo ter de aprender a falar o português de Portugal é algo que me anima. Parece estranho, mas a língua portuguesa em Portugal é mais formal, e com várias palavras com significados diversos daqueles que conhecemos (alguns bem engraçados).

Desapegar-me de meu espaço e de minhas coisas em São Paulo, poderia ter sido uma etapa difícil, entretanto não foi. Isso porque eu já vinha exercitando o desapego há anos. Adquiri o hábito de pouco comprar, e de doar e vender aquilo que é desnecessário ou excessivo em minha casa e em meus armários.

A prática das viagens transformou minha mentalidade quanto ao que realmente preciso para viver. Precisamos ser leves. O custo de vida em Portugal é semelhante ao do Brasil, mas a qualidade de vida é bem melhor quanto à liberdade de vivenciar a cidade sem preocupações com a segurança.

Por aqui, ando sozinha, em qualquer horário do dia, sem medo de assédios, ou assaltos. Uso todos os meios de transporte, pois não tenho carro, e não me importo se precisarei voltar sozinha para casa tarde da noite.

Uma dificuldade por aqui é a moradia. Houve uma supervalorização dos imóveis em Portugal, o que acarretou uma grande oferta para venda, e um enorme aumento nos aluguéis. Encontrar um apartamento para alugar a um preço razoável é bem difícil. Custei a entender esta dinâmica, mas consegui encontrar um apartamentozinho para mim em um bairro bem gostoso de Lisboa. Ufa!

Estou feliz por aqui. Ele é pequenino, mas tem o essencial – aquilo que realmente preciso para viver. Nada de excessos. Tenho participado de eventos culturais e de empreendedorismo, e conhecido muita gente legal. Já me sentindo uma local.

Em Cairo, no Egito.

Os portugueses são mais reservados, mas quando puxamos uma conversa, mostram-se sinceramente interessados e participativos. São animados e falantes. Inclusive os idosos. Está sendo bem gostosa esta minha nova vida em um país europeu. Estou muito feliz por ter realizado este sonho de adolescente.

QCV – E como o Across Seven Seas surgiu nesse momento da sua vida?

Silvia – Ao me aproximar da marca dos 60 anos, e diante do vigor que sentia em plena “terceira idade”, resolvi criar o Blog Across Seven Seas com o objetivo de registrar minhas experiências de viagem, e os resultados de minhas investigações a respeito dos benefícios que viagens podem proporcionar à boa longevidade.

Escrever sobre minhas experiências mundo afora era tranquilo, mas precisava buscar fundamentos técnicos que amparassem minhas constatações a respeito do binômio viagens/longevidade. Como minha área de formação é jurídica e administrativa, decidi pesquisar e entrevistar médicos e outros profissionais que pudessem explicar, e confirmar, os efeitos positivos das viagens, e do turismo, em nossa saúde integral.

Estudei técnicas de jornalismo, fotografia, storytelling, mídias sociais, marketing. Entrevistei médicos, neurocientista, psicólogos. Li matérias variadas sobre temas relacionados à longevidade e gerontologia. Participo de grupos e projetos destinados ao desenvolvimento, e empreendedorismo relacionado ao público sênior, com o objetivo de conhecer propostas que se oferecem às necessidades deste grupo.

Em Sydney, na Austrália.

Em meu blog e redes sociais, busco inspirar-me e fornecer conteúdos que possam estimular as pessoas maduras a cuidarem de sua saúde enquanto passeiam e visitam lugares novos. Esta é a missão do Across Seven Seas.

QCV – Em suas andanças pelo mundo, percebeu muita diferença entre o turismo na terceira idade no Brasil e em outros países?

Silvia – Felizmente tenho percebido que o público sênior tem viajado mais e mais. Ao longo desses 20 anos de minhas viagens rotineiras, tenho visto um crescer no número de viajantes maduros. É evidente, e muito divulgado, o envelhecimento da população brasileira, e mundial. Constato esta realidade nas cidades e locais que visito.

Os destinos europeus são atraentes a todo o tipo de público. Entretanto, vejo uma predominância dos maduros em relação a destinos aventura/natureza, como na Austrália, Nova Zelândia, Marrocos, por exemplo. Felizmente, para os brasileiros, as viagens nacionais e internacionais deixaram de ser somente para os ricos. Viajam muito.

Há ofertas de turismo para todos os tipos de “bolsos”. Quanto às viagens internacionais, roteiros que incluam Portugal são os preferidos de grande parte dos brasileiros, principalmente dos idosos. Vejo, também, que as mulheres viajantes predominam os grupos de turismo, da mesma forma que mulheres maduras são as que mais viajam sozinhas. Acho isso incrível.

Pelo que observo, posso dizer que os turistas europeus e norte-americanos maiores de 70 anos são os que mais viajam, e, muitos são adeptos dos alojamentos coletivos. Foi o tempo que hostel era coisa de surfista, ou mochileiro. Hoje em dia, a moçada precisa compartilhar as áreas coletivas com a gente – os “velhinhos” hahahah. Adoro!

QCV – Na sua opinião, quais os destinos em que se sentiu mais acolhida sendo uma mulher viajante que já passou dos 60?

Silvia – Gosto muito de viajar sozinha, e conhecer os destinos por minha conta. Recorro a guias turísticos locais, ônibus hop-on hop-off, grupos locais, alternativas que me levem a cidades próximas, ou aventuras que eu não possa ir caminhando, ou pelo transporte público.

Aprendi a me hospedar em hostels, e, hoje em dia, gosto muito da possibilidade de convivência com pessoas de vários países que estes albergues nos oferecem. Já conheci hostels incríveis, e fiz muitas boas amizades. Como gosto de dizer: quem viaja sozinho, nunca fica sozinho (só se quiser).

Por todos os lugares por onde passei, depois que me tornei uma viajante sênior, fui muito bem tratada e acolhida pelos habitantes locais, e também pelos novos amigos. Confesso que em países onde a cultura impõe restrições à liberdade feminina contei com a companhia de guias de turismo. Isso para evitar assédios de vendedores ambulantes, e outros inconvenientes relacionados ao machismo existente nessas culturas, nada tendo a ver com a minha idade.

Em Ouarzazate, Marrocos.

Posso dizer que pelo fato de ser uma senhora maior de 60 anos o atendimento que tenho recebido dos mais variados prestadores de serviços do ramo turístico é de primeira.
 
QCV –  Sente falta de atrações e serviços voltados para pessoas idosas? Tem alguma dica de como os destinos podem se preparar para receber cada vez melhor este público?

Silvia – Nos tempos atuais, felizmente, vemos que as condições físicas, e sociais, dos idosos são bem melhores do que víamos no passado. Tenho conhecido mulheres e homens 70+ incríveis, os quais apresentam disposição física e mental semelhante a pessoas até 30 anos mais jovens. Ainda que apresentem alguma limitação física, não deixam de sair de casa, aproveitando todas a atrações de sua cidade, ou dos lugares que se interessam por conhecer.

Aqui em Portugal, é surpreendente ver a quantidade de vovozinhos e vovozinhas 80+ caminhando com suas muletas, ou bengalas. Nada os impede de ir e vir pela cidade. Pegam trens, metrôs e ônibus e são muito respeitados pelos motoristas.

Não importa o tempo que levam para atravessar as ruas, ou para subir nos ônibus. Pacientemente, os motoristas dos ônibus portugueses aguardam a hora de fechar as portas e seguir viagem. Merecem nossas homenagens por esta atitude civilizada, e devem ser copiados mundo afora.

Algumas cidades, ou atrações, são mais conscientes, e melhor preparadas, que outras para atender o turista idoso. Entretanto, ainda há muito o que fazer. Inclusive nos países desenvolvidos economicamente. Faltam rampas de acessibilidade nas atrações, cadeiras de rodas elétricas, elevadores para acesso a plataformas de metrô, e, acima de tudo, mais respeito aos idosos e ao tempo que precisam para a locomoção.

Isso vale também para as empresas do ramo turístico. Se possuem clientes idosos, devem oferecer serviços que considerem suas limitações. Os guias e motoristas precisam estar atentos e sincronizados ao ritmo deles.

QCV – Fora a questão financeira, qual você acredita que seja a maior dificuldade para que pessoas idosas e saudáveis possam viajar mais? Tem alguma dica para quem ainda não se sente seguro de desbravar o mundo?

Silvia – Acredito que o impedimento principal a que pessoas idosas viajem é o medo. Medo do desconhecido. Medo de precisarem da ajuda de alguém. Medo de não serem entendidas. Medo de enfrentar as etapas que as viagens envolvem, como, por exemplo, embarque/desembarque nas viagens aéreas; setores de imigração, em que perguntas são feitas e respostas devem ser apresentadas. Medo de adoecerem durante a viagem.

Medo é o sentimento que nos paralisa, e ao passo que envelhecemos, ele só aumenta. Minha dica é: desapegue-se!

Nova York, nos Estados Unidos.

Volto a falar de desapego, só que desta vez não me refiro ao desapegar-se de coisas, e, sim, de emoções ou desculpas que só nos deixam estacionados na famosa zona de conforto. Desapegue-se do medo como um todo.

Sem prejuízo de todas as medidas preventivas que se deve ter antes e durante as viagens, nada há que o impeça de desbravar lugares novos e continuar a aprender coisas novas. Durante nossas viagens para cada situação nova, e, aparentemente, desafiante, há uma forma de se preparar para ela, de saber se portar diante dela e de se superar.

Comece a sua preparação para uma nova vida de aventuras pela leitura. Leia blogs de viagens; dicas de roteiros; histórias de viajantes maduros; dicas de cuidados a serem observados em cada destino; lista de sites para compra de passagens aéreas, acomodações, e, ingressos para museus etc.

Lembre-se dos lugares que sempre sonhou conhecer e leia a respeito. Esta leitura vai abrir os caminhos da coragem para a sua decisão futura. Desapegue-se de crenças limitantes que somente reduzem suas possibilidades de vida.

Afaste por completo pensamentos como: Sou velho demais para: viajar para o estrangeiro; para fazer caminhadas na natureza; experimentar uma aventura radical; ficar em um quarto compartilhado em um hostel; conhecer pessoas jovens; velho para ter uma conversa interessante.

Pense o quanto sua vida pessoal pode ganhar em juventude e disposição ao começar a prática de uma das melhores formas de lazer: a prática das Viagens. Fortalecidas sua vontade e sua coragem para promover as mudanças positivas em sua vida, agora é só escolher um destino e fazer as malas.

E, se precisar de alguma “força”, fale comigo, ok?

Veja outras entrevistas da série “O mundo é delas”:

7 comentários

  1. Mariana, sinto-me honrada por fazer parte de sua tão relevante publicação. Espero poder ter contribuído, igualmente poder inspirar o público maduro a viajar mais e mais. Beijos.

  2. Adorei a entrevista , muito estimulante, viajo com grupos da maturidade que frequentam a Unai-Universidade Aberta a Integração e me senti mais motivada a continuar incentivando nossos alunos a viajar cada vez mais , e lutar para realizar os seus sonhos , despachando das coisas matérias em troca de uma vida plena de saúde física e mental.

  3. Meu nome é Lia Oliveira, 59 anos, aposentada, moro em São Paulo- Campinas. Formada em Jornalismo e Psicologia, após 30 anos trabalhando na area de Recursos Humanos em empresas multinacionais, sempre apaixonada por pessoas e viagens, voltei a estudar e hoje sou Guia de Turismo – Cadastur. Organizo 1 vez por mês passeios rodoviários de 1 dia para cidades próximas a Campinas. Assim como você viajei muito no Brasil e depois para o exterior, logo depois de sair da empresa, realizando um sonho, morei 3 meses em Toronto e 1 mês em Miami, que confirmou ser a viagem e organizar viagens ser uma paixão. Relatos como o seu só e inspiram e reforçam que estou no caminho certo. Meu objetivo/missão de vida é proporcional para as pessoas Seniores, 1 dia de encantamento, 1 vez por mês em duas vidas. Não os tiro da rotina diária de ada,eres como esposa, mãe, bisavó etc mas os provoco a 1 vez por mês viverem uma aventura comigo. Tenho conseguido alcançar meu objetivo que diariamente me fortalece a continuar trilhando esse caminho. Um fraterno abraço.

  4. Um amigo tem o sonho de conhecer a Dinamarca, seria para nós dois, não temos data ainda, mas já comecei a pesquisar, precisamos que seja um pacote com guias e roteiros programados, pois não falamos outras línguas

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