Veneza, a charmosa cidade no norte da Itália é conhecida pelos passeios de barco e pelos cruzeiros. Mas algumas coisas serão mudadas.
Mario Draghi, Primeiro-Ministro, Dario Franceschini, Ministro da Cultura e Enrico Giovannini, Ministro das Infraestruturas Sustentáveis e Mobilidade apresentaram um projeto que visa proibir o tráfego de cruzeiros na Lagoa de Veneza, localizada no centro histórico da cidade e patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO.
Por que a proibição está sendo aprovada em Veneza?
Um dos principais motivos para a apresentação deste decreto tem a ver com a segurança. Alguns acidentes aconteceram entre os cruzeiros e barcos turísticos no cais. Entre eles, um acidente que deixou pelo menos 4 pessoas feridas quando o cruzeiro MSC Opera perdeu o controle e colidiu com um barco turístico no cais de San Basílio, no centro.
Esse problema já vem sendo debatido entre o governo da cidade há algum tempo, sendo que a primeira medida aconteceu em 2013 quando navios com mais de 96 toneladas foram banidos do canal de Giudecca. Porém, a medida foi anulada algum tempo depois.
Em 2017 o governo começou a estudar a possibilidade de desviar navios maiores para longe do centro. O ministro Dario Franceschini comentou que essa foi uma decisão “justa e esperada há anos”.
Outro motivo é que a UNESCO informou que se as mudanças não fossem feitas, o centro histórico de Veneza entraria na lista de patrimônios culturais em risco.
Cruzeiros passam a chegar em outro canal
A medida não significa o fim dos cruzeiros em Veneza. Os navios de grande porte que antes cruzavam a Bacia de San Marco e o Canal de Giudecca agora ficarão longe do centro histórico e os turistas descerão na parte continental da cidade.
Ukko Metsola, diretor-geral para a Europa da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro (Clia) disse em nota que “reconhecemos que o acordo e a implementação de novas vias de acesso a Veneza é um projeto de longo prazo e exigirá medidas legislativas. Notamos, portanto, que existirão medidas temporárias necessárias durante um período” e complementou dizendo que parabeniza o anúncio da mudança de rotas.
Próximos passos
A Autoridade Portuária do Norte do Mar Adriático publicou no dia 29/06 um edital que visa reunir ideias de projetos para retirar, definitivamente, as grandes embarcações da Lagoa de Veneza, região tombada pela UNESCO.
Segundo Fulvio Lino Di Blasio, presidente responsável pelos portos do Adriático Setentrional “O projeto que vai surgir do edital terá de ser verdadeiramente inovador e sustentável para a atividade portuária no século 21”.
O edital está disponível internacionalmente para todas as empresas que tenham faturado ao menos 10 milhões de euros anuais nos últimos três anos e que tenham projetado obras de pelo menos 500 milhões de euros na última década. Para a primeira fase, as propostas deverão ser apresentadas até 31 de dezembro de 2021.