Amantes do vinho e da boa mesa sabem que o verdadeiro sabor do enoturismo brasileiro está no Vale dos Vinhedos. Na chegada ao local, muitas das construções e experiências vividas pelo viajante remetem à chegada dos imigrantes italianos ao Brasil, por volta de 1875.

Embora o tempo tenha passado, a tradição italiana se mantém viva. O Vale dos Vinhedos retira seu nome das paisagens cênicas repletas de parreirais, que podem ser visitadas no município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

Como chegar ao Vale dos Vinhedos

Os aeroportos mais próximos são o de Porto Alegre e de Caxias do Sul.

Da capital gaúcha, são 126 km até a região vinícola, ou cerca de 2 horas de viagem de carro. A empresa Bento Transportes oferece ônibus com saída do Aeroporto Salgado Filho (POA) até Bento Gonçalves. Confira os horários e o itinerário completo das linhas aqui. A companhia Une Sul também opera rotas até a cidade, com saída da rodoviária. As viagens em ônibus costumam ser longas e podem demorar até 4 horas.

Foto CC BY 2.0 Lidyanne Aquino

Quem chega por Caxias do Sul encara uma viagem mais curta pela frente: são apenas 50 km até o Vale. De carro, o passeio não dura mais do que uma hora. Os ônibus que ligam as duas cidades, com saída da rodoviária de Caxias, passam em diversos horários e custam a partir de R$ 11,65.

Tenha em conta que, embora as duas cidades estejam localizadas na Serra Gaúcha, o Vale dos Vinhedos fica a cerca de duas horas de distância de Gramado e não há ônibus que cubram este trajeto.

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O que fazer no Vale dos Vinhedos

Como o nome sugere, o melhor a fazer no Vale dos Vinhedos é justamente visitar as muitas vinícolas espalhadas pela região. Afinal, este é o único lugar do país em que os vinhos possuem Denominação de Origem, uma distinção reservada apenas a bebidas que se destacam por sua qualidade. Veja algumas das experiências que a área oferece aos visitantes.

1. Participar da Vindima

Durante os meses de janeiro a março, é possível acompanhar a vindima, a temporada de colheita das uvas, quando se celebra uma verdadeira festa em homenagem ao passado italiano da região. São organizadas festas em que agricultores, viticultores e visitantes se unem para relembrar tradições como a pisa da uva, um processo que era utilizado pelos primeiros imigrantes para a produção de vinho e há tempos foi substituído por técnicas mecânicas. A festa é acompanhada sempre por uma programação intensa que inclui piqueniques, cursos e degustações.

Foto CC BY-SA 3.0 Betofamed

2. Visitar uma vinícola – e degustar um bom vinho

São mais de trinta vinícolas para conhecer em Bento Gonçalves e no Vale dos Vinhedos. Algumas delas realizam passeios gratuitos pelos parreiras, outras oferecem degustação de seus principais rótulos e há ainda aquelas que criam experiências diferenciadas para os viajantes.

Anota aí algumas das principais vinícolas da região:

  • Miolo – vale a pena reservar um tempinho para desfrutar de seu wine garden, um bar a céu aberto em que os pedidos são feitos em um “wine truck”. Também é possível realizar a visita à vinícola e aos vinhedos por R$ 30, com direito a degustação e um bônus de R$ 10 para compras na loja. Visitas guiadas de segunda à sábado, às 9h, 10h, 11h, 12h, 13h, 14h, 15, 16h e 16h30; e aos domingos e feriados, às 10h30, 11h30, 12h, 13h30, 14h30, 15h e 15h30.
  • Barcarola – A visita e a degustação são gratuitas. O passeio é conduzido pelos proprietários do local e permite conhecer a casa que abriga o escritório e a butique da vinícola. Datada de 1913, ela é tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal.
  • Almaúnica – São realizadas visitas guiadas sem custos por suas instalações de segunda a sábado, às 10h, 11h, 15h e 16h. No entanto, as degustações variam entre R$ 50 (6 rótulos) e R$ 90 (12 bebidas diferentes). Para a degustação, é necessário chegar uma hora antes do fechamento do espaço, que funciona de segunda à sexta, das 8h às 17h30; sábados e feriados, das 10h às 17h30; e aos domingos, das 10h às 13h.
  • Lidio Carraro – Aqui os visitantes são recebidos na antiga casa da família e podem conhecer mais da história da vinícola e os processos de produção antes de começar a degustação dos rótulos. O atendimento é feito todos os dias, das 9h às 17h30, mas os valores da visita não são divulgados pela empresa.
  • Casa Valduga – Com um complexo enoturístico inaugurado em 1992, a Casa Valduga possui uma pousada em plena região vinícola. A visitação ocorre todos os dias e tem um custo de R$ 40. Esse valor dá direito a conhecer o espaço em um passeio guiado e provar cinco rótulos. Ao final do passeio, os visitantes ganham uma taça de cristal da marca. As visitas ocorrem todos os dias, às 9h30, 10h30, 11h30, 13h30, 14h50, 15h30 e 16h30 (este último apenas de segunda a sábado).

Quer mais? Veja uma lista de todas as vinícolas cadastradas na região clicando aqui.

Foto CC BY-SA 2.0 Ana Raquel S. Hernandes

3. Conhecer os Caminhos de Pedra

Passeio complementar ao Vale dos Vinhedos, o Caminhos de Pedra é um roteiro que oferece o melhor da gastronomia da região. Restaurantes e lojas de produtos típicos não faltam. Os estabelecimentos localizados ao longo do percurso funcionam 365 dias por ano e revezam os dias de folga. Veja aqui todos os pontos de visitação do caminho.

Como se locomover no Vale dos Vinhedos

A maneira mais fácil de se locomover no Vale dos Vinhedos é, sem dúvida, de carro. Porém, isso gera outro problema: designar o “motorista da rodada”. Afinal, você não foi até lá para ficar sem beber, não é mesmo?

Se não quiser dirigir na região, é possível contratar passeios pelas vinícolas com alguma agência de turismo, usar táxis ou solicitar os serviços de algum motorista que possa acompanhar o grupo durante o dia. Todas essas opções são caras, mas são uma alternativa para não perder nada do Vale.

Foto CC BY-SA 4.0 Germano Roberto Schüür

Há ainda a opção de se locomover usando Uber. O aplicativo funciona na região, embora ainda conte com poucos carros – isso significa que as esperas podem ser longas e será necessário ter muita paciência.  Além disso, o sinal de internet pode ser muito ruim no Vale, o que irá dificultar os pedidos. Por isso, é recomendado usar o aplicativo para ir até a vinícola de sua preferência e já combinar um horário e local de retorno com o motorista.

Uma dica é selecionar estabelecimentos próximos uns aos outros para conhecer. Escolha o que você tem mais interesse e verifique quais outras vinícolas se localizam próximas dali. Assim, você pode se locomover a pé entre uma e outra e só irá depender de transporte para chegar ao Vale dos Vinhedos e voltar de lá.

Onde comer

Não faltam opções de onde comer no Vale dos Vinhedos. Aliás, muitas das visitas à Serra Gaúcha se tornam verdadeiras festas gastronômicas.

Para provar um galeto típico gaúcho, a dica é conhecer o Casa di Paolo, localizado na saída do vale. Prepare-se para sopas de capeletti, massas, polenta e, claro, o melhor galeto da região. Em compensação, o Valle Rustico é uma experiência por si só. Com seu conceito de ecogastronomia, o local surpreende com um menu degustação divino.

No Casa Vanni, os viajantes irão sentir o clima de viagem no tempo, sendo atendidos em uma casa que data de 1935. Massas, risotos e carnes compõem o cardápio. A experiência gastronômica é completa no Engenho do Vale, que oferece um almoço colonial típico dos imigrantes italianos.

Foto CC BY 2.0 Lidyanne Aquino

Hospedagem no Vale dos Vinhedos

A maior parte dos visitantes que chega ao Vale dos Vinhedos opta por se hospedar em Bento Gonçalves, visto que a cidade é a mais próxima da região. No centro da cidade, há diversas opções de hospedagem, como os hotéis Laghetto Viverone Bento, o Dall’Onder Vittoria e o Vinocap.

Se preferir ficar no Vale dos Vinhedos mesmo, a opção mais conhecida é, sem dúvida, o Hotel & Spa do Vinho, com diárias que ficam em torno de R$ 500. O serviço, no entanto, acompanha o preço: o local já foi reconhecido como o melhor spa do Brasil. No complexo da Casas Valduga há também uma série de pequenas pousadas batizadas com os nomes dos vinhos da casa. Juntas, elas somam apenas 24 acomodações, que vão de quartos mais rústicos, como os da Pousada Raízes, até um toque de sofisticação e luxo, como o oferecido pela Pousada Identidade.

Foto em destaque CC BY 2.0 Felipe Valduga

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