É difícil dizer quando poderemos voltar a viajar. O que se sabe até o momento é que nada será como antes enquanto não houver uma vacina ou um remédio para o Coronavírus.

Algumas empresas turísticas já estão se adaptando aos novos tempos. Nessa corrida para oferecer mais segurança aos viajantes, ganha quem pode e não quem quer.

Pesquisas e mudanças estruturais são caras e dificilmente acessíveis a pequenos negócios. Porém, isso não significa que estes serão mais inseguros do que grandes corporações.

A tendência é que ocorra o oposto: uma rede hoteleira precisará investir mais em segurança, principalmente por receber uma quantidade muito superior de hóspedes.

No caso de estabelecimentos locais, que recebem poucas visitas por vez, os cuidados podem até ser menores, mas o risco de transmissão também diminui, visto que as chances de que haja algum infectado no local serão reduzidas. Ponto para os pequenos!

O turismo em tempos de Coronavírus ainda está ganhando forma, mas há detalhes que parecem ter chegado para ficar.

Muito álcool gel, máscaras e o mínimo de contato humano são algumas das transformações que começam a moldar a indústria enquanto não há uma vacina ou remédio capaz de combater o Covid-19.

Passaporte de Imunidade

Uma das medidas mais polêmicas a respeito da prevenção do contágio de Coronavírus é a ideia de criar um “Passaporte da Imunidade“. Caso entre em vigor, o que ainda é incerto, o documento deverá indicar que uma pessoa já foi infectada pelo vírus e, portanto, seria imune a ele.

A ciência joga contra: ainda não se sabe como o corpo humano desenvolve a imunidade contra o Covid-19. Ela poderia ser total ou apenas parcial, com duração de alguns meses.

Neste último caso, o tal “passaporte de imunidade” contribuiria para que pessoas dadas como imunes não o sejam de fato e viajem pelo mundo espalhando a doença inadvertidamente.

Países como Estados Unidos, Chile, Alemanha e Espanha se mostraram interessados em adotar a documentação, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeita a ideia.

Aviação pós-Coronavírus

Desde o dia 15 de abril, a Emirates passou a testar para o Coronavírus seus passageiros antes do voo, no aeroporto de Dubai. Com resultados apresentados em poucos minutos, o exame rápido não garante que a pessoa não esteja contaminada, pois não detecta do vírus nos primeiros dias.

Entretanto, é o aceno de aquela pessoa está livre da doença e pronta para seguir viagem. Apesar de não serem perfeitos, os testes poderiam ser usados para entrada em países que requeiram a sua realização e oferecem um pouco mais de segurança aos viajantes e à tripulação.

Outras medidas tomadas pela Emirates apontam os rumos que a indústria aérea deve tomar pós-confinamento: uso de barreiras de proteção em balcões de check-in e embarque, scanners térmicos em aeroportos para medição de temperatura corporal de todos os passageiros e redução da capacidade dos voos, com assentos intervalados.

Qantas, Delta, American Airlines e a United também estão bloqueando o assento do meio, para aumentar o distanciamento social.

Funcionários da Emirates passam a contar com máscaras, luvas, avental e proteção para os olhos, enquanto as bagagens de cabine foram reduzidas para permitir apenas itens essenciais, segundo informações publicadas pela Viagem e Turismo.

No início do mês, a Air Asia também divulgou os uniformes de sua tripulação, com mangas compridas, capuz, máscara, viseira e luvas. Como a cor da companhia aérea é o vermelho, os funcionários parecem prontos para um atraco a la Casa de Papel.

A empresa afirmou também que será negado o embarque de quem estiver sem máscara – o cliente que lute e leve a sua de casa.

Máscaras parecem mesmo ser a nova tendência (obrigatória) da estação. A American Airlines anunciou que irá oferecer o artefato aos passageiros de seus voos e a Anvisa recomenda o uso do acessório nos aeroportos brasileiros.

Para garantir mais segurança em voo, uma empresa italiana propôs a criação de separadores de acrílico entre os assentos. Será que a moda pega?

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POLTRONA “JANUS” Come Giano bi-fronte, il dio dell’ Antica Roma, questa proposta si contraddistingue per l’inversione della posizione del posto centrale della tripla proprio per garantire il massimo isolamento tra i passeggeri seduti accanto l’uno all’altro mantenendo il medesimo comfort. Mentre i passeggeri seduti sui posti estremi, lato corridoio e lato parete, continuano ad essere posizionati nella direzione di volo come usuale, il passeggero seduto al centro è rivolto in senso inverso. “Janus” è una poltrona bi-fronte che consente di separare tutti e tre i passeggeri con una schermatura che li isola uno dall’altro costituendo barriera protettiva per tutti. Ogni passeggero ha il suo spazio isolato dagli altri, anche dalle persone che transitano per il corridoio. Ogni posto della poltrona “Janus” è circondato su tre lati da una schermatura di altezza tale da impedire la propagazione del respiro verso occupanti dei sedili adiacenti. I materiali impiegati nella poltrona “Janus” sono scelti perché sono di facile pulizia e di sicura igienizzazione. "JANUS" SEAT Like two-faced Janus, the god of Ancient Rome, this proposal is distinguished by the reverse position of the center seat of the triple to ensure the maximum isolation between passengers seated next to each other. While passengers seated on the side seats, aisle and fuselage, continue to be positioned in the flight direction as usual, the passenger sitting in the center is facing backwards. So “Janus” is a two-faced seat, in fact this arrangement allows all three passengers to be separated with a shield made of transparent material that isolates them from each other, creating a protective barrier for everyone. Each passenger has its own space isolated from others, even from people who walk through the aisle. Each place of the "Janus" seat is surrounded on three sides by a high shield that prevents the breath propagation to occupants of adjacent seats. “Janus” seat is made of easy cleaning and safe hygienisation materials. The option is available with the shield in opaque material or with different degrees of transparency. #aviation #aircraftseat #airlines #economyclass #businessclass #welcomeonboard

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Passeios

A Forbes, uma das maiores publicações de negócios do mundo, ouviu profissionais do setor e eles foram unânimes em apontar uma tendência para a escolha de passeios oferecidos em pequenos grupos.

A ideia é que, em busca de segurança, os viajantes tentem ao máximo evitar o contato com muitas pessoas e excursões massificadas. Só o tempo irá dizer se veremos surgir um turismo mais sustentável a partir disso.

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Destinos

Na mesma onda da busca por lugares menos frequentados, espera-se um aumento em viagens nacionais e no turismo rural. As grandes cidades parecem ter caído na popularidade dos viajantes com medo das aglomerações.

Uma pesquisa realizada pela Mapie Consultoria aponta o Nordeste como o destino mais desejado pelos brasileiros quando a pandemia acabar, seguido de praias regionais, Serra Gaúcha e Rio de Janeiro.

Mesmo para viagens internacionais, que devem demorar mais para se tornarem uma realidade e irão depender da abertura de fronteiras, há uma tendência em procurar destinos afastados, como ilhas isoladas ou experiências na natureza.

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Como serão hotéis em tempos de Covid

O cinco-estrelas VP Plaza de España Design, em Madrid, deve reabrir assim que o governo espanhol permitir. Por ser um estabelecimento ultraluxuoso e frequentado principalmente por um público acima dos 50 anos, o espaço quer se destacar como um dos hotéis mais seguros da Espanha.

Para isso, segundo informações do El País, os hóspedes deverão ser submetidos a testes rápidos de Coronavírus na entrada do estabelecimento.

Caso o exame confirme que o cliente está saudável, ele irá receber um kit a ser usado nas áreas comuns da acomodação: luvas, máscaras e álcool gel são a regra.

Os itens disponíveis nos quartos serão higienizados constantemente e embalados a vácuo, inclusive o controle remoto. Até mesmo o café da manhã continental deve ser substituído por uma bolsa de piquenique com frutas e iogurtes.

Dispensadores com desinfetante para mãos estarão por todas as partes e espera-se reduzir ao máximo a necessidade de encostar em qualquer superfície implementando portas automáticas sempre que possível.

A rede Marriot anunciou a criação de um Conselho de Limpeza Global. Entre as medidas apontadas está o uso de luz ultravioleta para limpar chaves do quarto e itens compartilhados entre os hóspedes.

A abertura das portas, em algumas unidades, poderá ser feita através do próprio celular do viajante, útil também para solicitar o serviço de quarto ou fazer o check-in sem contato humano.

O grupo hoteleiro deverá usar pulverizadores eletroestáticos para limpeza rápida e eficiente de áreas comuns. Resta saber se os hóspedes realmente se sentirão mais seguros ao saber que dormem em um espaço que foi higienizado com o mesmo tipo de equipamento usado para aplicar produtos químicos em plantações (eu fora!).

Em Belo Horizonte, o hotel Vivenzo Savassi é o primeiro no Brasil completamente adaptado ao mundo pós-coronavírus. Com um protocolo rígido de higiene, o contato com os hóspedes foi reduzido ao mínimo possível e toda a comunicação com os funcionários é feita por Whatsapp.

Serviço de quarto deixou de existir completamente e os clientes devem passar por um tapete que contém um produto hospitalar na entrada da construção, desinfetando assim seus sapatos. Kits com luvas e máscaras de proteção passaram a fazer parte das amenidades do hotel.

A unidade diz estar preparada para todas as situações, inclusive para o caso de algum hóspede estar contaminado com Coronavírus sem saber. Após o check-out são esperadas 72 horas para desinfecção do quarto e entrada de um novo visitante. Com essas medidas, o hotel tinha uma expectativa de ocupação de 60% a 70% em abril, segundo o Viagem e Turismo.

Os funcionários permanecem confinados no hotel, sem ir para casa, para evitar risco de contaminação. Não deixa de ser estranho, embora a direção do estabelecimento afirme que todos estão fora do grupo de risco e “expressaram desejo” de aderir ao confinamento. Ao mesmo tempo, as áreas comuns do edifício permanecem fechadas.

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Restaurantes no mundo em pandemia

No Gingko, restaurante localizado no 12º piso do hotel VP Plaza de España Design, em Madrid, as adaptações serão rápidas.

A capacidade será reduzida para receber entre um terço e metade dos clientes, que deverão reservar sua mesa com antecedência, evitando assim a formação de filas.

Nos restaurantes Doña Calma Gastrobar e Veranillo de Santa Ana, ambos em Sanlúcar de Barrameda, no sul da Espanha, a aposta é em biombos como separação para as mesas.

O BuzzFeed News publicou recentemente uma lista extensa de procedimentos indicados em uma cadeia de restaurantes dos Estados Unidos que voltou a abrir em meio à pandemia.

Ouvidos pelo veículo, os funcionários da empresa afirmam que os requisitos são impossíveis de cumprir. O documento tem 8 páginas e incluem lavagens de mãos muito frequentes, distanciamento social de 1,80 m e troca de luvas sempre que uma mesa for servida.

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Selos de “Covid-Free”

A Espanha, um dos países europeus mais afetados pelo Coronavírus, já está trabalhando em uma espécie de certificado de segurança para hotéis, o “COVID Free Hotels”, conforme detalhou o Melhores Destinos.

A proposta deverá ser aplicada na capital espanhola e vem sendo elaborada pela Associação Empresarial Hoteleira de Madri (AEHM) em conjunto com um protocolo de segurança para os estabelecimentos.

Em Portugal, o selo “Estabelecimento Clean & Safe” irá reconhecer as empresas do setor do turismo que cumpram as recomendações para evitar a contaminação dos espaços pelo Coronavírus.

No Brasil, o Ministério do Turismo lançou um selo para reconhecer estabelecimentos que seguem boas práticas de biossegurança contra o Coronavírus. Apelidado de “Turista Protegido“, o selo faz parte da primeira etapa do Plano de Retomada do Turismo Brasileiro, divulgado pelo órgão.

Estão previstos 16 protocolos de boas práticas, que serão segmentadas de acordo com os setores atendidos – ou seja, hospedagem, agências de turismo, locadoras de veículos, etc. As orientações deverão ser divulgadas nos próximos dias e o selo estará vinculado ao Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur).

“Os estabelecimentos precisam estar cientes e orientar os turistas sobre como cumprir as precauções básicas de prevenção ao novo coronavírus, incluindo os procedimentos básicos de assepsia, monitoramento diário para avaliação da febre, verificação de tosse ou dificuldade em respirar, cumprimento as [sic] orientações do Ministério da Saúde para limpeza de superfícies e tratamento de roupa nos estabelecimentos”, destaca o site oficial do governo brasileiro.

Os próximos meses devem trazer novos indícios do que poderemos esperar após o fim da pandemia.

Até lá, se for possível, fique em casa. 😉

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