A pandemia trouxe imensas dificuldades, mas também algumas doses de reinvenção. Com a falta de espetáculos, o Theatro Municipal de SP resolveu abrir as portas de seu salão histórico para almoço, junto ao time do Bar dos Arcos, que ocupa o subsolo. O lugar é um colírio para os olhos, um deleite para o estômago e um bálsamo para os dias difíceis que estamos atravessando.
Com 110 m², o Salão Dourado fica no térreo e antes era ocupado pelo restaurante Santinho, que dominava a área gastronômica de espaços culturais da cidade.
Assim como tudo no Theatro Municipal de SP, chama a atenção pelas ornamentações impecáveis que o rodeiam, do teto ao piso. O pé direito altíssimo revela uma porção de afrescos, pintados à mão em meados de 1911. As janelas enormes são belos vitrais.
Mas nem só de clássicos vive o edifício. Há alguns toques de modernidade presentes na decoração, como o balcão, o espelho e as mesas espelhadas, assinadas pelos designers brasileiros Irmãos Campana, renomados internacionalmente. As mesas refletem os detalhes do cenário artístico ao redor.
A beleza do lugar é uma distração constante enquanto a comida não chega. Tirar foto é inevitável.
A iniciativa de reocupar o local partiu do empresário Facundo Guerra, figurinha conhecida na cidade pela qualidade dos empreendimentos que comanda, incluindo uma casa flutuante no interior do estado. Em 2019, ele transformou o porão do Theatro Municipal, até então um segredo bem guardado do edifício, em um bar daqueles que todo mundo quer ir, seja para espiar ou bebericar com os amigos.
Agora o Salão Dourado abre para almoço, de segunda a sábado, do meio dia às 15h30, com pratos executivos por R$ 39. As opções se baseiam em itens do dia a dia, como pede o famoso PF (prato feito), mas com toques gourmet.
O menu tem itens como arroz de costelinha com farofa da casa, ovo caipira frito e salada de couve (R$ 34); e nhoque levemente tostado na manteiga, servido com fonduta de queijo de cabra, romã e manjericão (R$ 46).
Para os dias mais quentes, há pratos para serem consumidos frios. É o caso da sopa fria de beterraba: com creme azedo, castanha de caju e coentro (R$ 35); e do rosbife da casa, servido com salada de feijão (R$ 29). Essa foi a minha pedida, e posso dizer que estava fresco, leve e delicioso. Pelo tamanho da minha fome, achei bem servido e não vi necessidade de consumir mais nada.
Os vegetarianos podem pedir tanto o nhoque e a sopa quanto o baião veggie, acompanhado de queijo coalho tostado, farofa de casa e molho lambão (R$ 39). Já os veganos contam com o bolinho de grão de bico com especiarias, arroz branco, feijão preto, farofa da casa e salada de couve (R$ 39).
Para quem é de drink, pode saborear algumas misturas que se assemelham ao o que é servido no Bar dos Arcos. Se não quiser nada muito encorpado, peça o drink de coco com espumante e açúcar de coco (R$ 27), bem leve e refrescante.
O menu de sobremesas tem três opções, com valores em torno de R$ 26. A sobremesa do dia custa R$ 7. No caso de pedir o combo salada e sobremesa, sai por R$ 15 a mais na conta.
O atendimento da equipe, trajada em um macacão rosa que se destaca no salão, é gentil e ágil. Apesar de ser um lugar pomposo, o clima é descontraído e informal, fazendo com que a intimidação de estar lá passe longe. A gente sai dali bem alimentado, de corpo e mente, já com vontade de voltar.
Bar dos Arcos
O Bar dos Arcos deu às caras ao público pela primeira vez em 2017, quando uma marca de bebidas lançou um projeto temporário no local, conforme contamos aqui no blog.
Dois anos depois, abriu oficialmente com o nome atual e desde então virou um point concorrido na capital. O subsolo do edifício histórico tem um visual pitoresco, com arcos de pedra e um moderno balcão iluminado.
Uma piscina de bolinhas “secreta” é aberta apenas em tempos não pandêmicos, mas boa parte das pessoas sequer chegou a dar um mergulho, mantendo-a como uma lenda.
Ali são servidos drinks sofisticados e bem executados, alguns inspirados em filmes, como o Os Fantasmas se Divertem, com vodka, xarope de grapefruit, bitter Angostura Orange e espumante.
Para essa temporada, está “em cartaz” o Cynar Julep, composto de cynar, hortelã, suco de grapefruit, suco de limão e xarope de gengibre; e o Corpse Reviver (R$ 35,00), mistura de gim, Lillet Blanc, triple sec, suco de limão e absinto.
O Salão Dourado, durante a noite, funciona como ala de espera do bar, onde é possível degustar as mesmas coisas servidas no piso subterrâneo. A boa notícia é que, mediante a lotação da casa, não é uma má ideia ficar por lá.
Vai lá no Theatro Municipal de SP!
Bar dos Arcos/Salão Dourado no Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/n — República — São Paulo/SP
Funcionamento:
- Salão Dourado — segunda, das 12h às 15h30. / terça a sábado, das 12h às 22h (entrada até 21h). Entrada por ordem de chegada.
- Salão dos Arcos (subsolo) — 3ª a sábado, das 17h às 22h (entrada até 21h).
- Lugares reduzidos em razão da pandemia; para almoço não é necessário fazer reserva; para o bar, reservas pelo link: https://bardosarcos.reservas.eatiz.app/
Foto em destaque: Fernanda Tiné
Eu tive o privilégio de mergulhar na piscina! Meu namorado inclusive perdeu a meia kkkkk
Já almocei no restaurante, fiz a visita guiada, assisti um espetáculo e fui no bar dos arcos… realmente memorável.
Me falta apenas o brunch =)
O local ainda tem café da tarde?
o Salão Dourado abre para almoço, de segunda a sábado, do meio dia às 15h30