Entre chegadas e partidas, esperar a hora das escalas de voo pode ser um verdadeiro tédio. Para os viajantes que irão aos EUA, saiba que existe um verdadeiro portal do tempo no principal aeroporto de NY. Dentro do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, localizado no bairro Queens, acontece muito mais do que você imagina entre um voo e outro.

O Trans World Flight Center, também chamado de TWA, é um terminal aberto em 1962, com design neo futurista elaborado pelo arquiteto Eero Saarinen para a antiga e prestigiada companhia aérea Trans World, que chegou a transportar até mesmo os Beatles para o Estados Unidos.

Foto: David Mitchell/divulgação TWA

O edifício é tão icônico, que foi declarado como marco da cidade de Nova York em 1994, mantendo assim sua preservação. O local, porém, foi fechado em 2001 e a TWA foi comprada pela American Airlines. Depois de amargurar o abandono por 18 anos e passar apuros sob o risco de demolição, foi renovado e reaberto em 2011 para ocasiões especiais.

Eis que uma nova função surgiu para o local, repaginado, porém resgatando toda elegância dos ávidos tempos da aviação. Talvez valha a pena fazer uma escala por lá!

Foto: divulgação/TWA Hotel
A antiga aeronave sendo transportada para o aeroporto em NY – Foto: divulgação/TWA Hotel

Hospedagem retrô

Os portões de embarque anteriores foram removidos pela construção do Terminal 5, ocupado pela companhia Jet Blue Airways, que em meados de 2015 iniciou uma negociação com uma desenvolvedora de hotéis para ocupar o TWA com hospedagem destinada aos passageiros, inaugurada no primeiro semestre de 2019.

Duas torres adicionais abrigam 512 quartos equipados com enormes janelas anti ruído, que dão vista para a pista de pouso. O visual é moderninho, com mobília inspirada nos anos 1960, como um telefone de discagem rotativa e pôsteres retrôs. As suítes custam a partir de US$ 249 por noite.

Segundo Tyler Morse, CEO da MCR Development, “a partir do momento em que os hóspedes e visitantes chegam ao hotel TWA, eles se encontram imersos no ethos da cultura de luxo, arquitetura, paisagens, sons e ambiente de 1962”.

Foto: David Mitchell/divulgação TWA
Loja TWA no aeroporto de NY – Foto: David Mitchell/divulgação TWA

Bar com gosto de nostalgia

Foi assim que nasceu o Connie Cocktail Lounge, montado dentro de uma antiga aeronave Lockheed Constellation L-1649 Starliner. O visual vintage remete aos voos realizados de meados de 1958 até o final dos anos 1960, quando foi substituído por um modelo mais moderno. Dá para sentir o gostinho do período mais glamouroso da aviação, aquela época em que era confortável – e bem caro – voar.

A aeronave original foi restaurada durante seis meses de trabalho em 2018, incluindo peças, janelas, piso, cabine de comando e controle para deixá-la dentro dos moldes originais. Antes de ir para o aeroporto em NY, houve uma paradinha em plena Times Square, um dos pontos turísticos mais famosos da metrópole, para fazer aquele burburinho básico.

Aeroporto de NY tem bar descolado dentro de uma antiga aeronave – Foto: divulgação/Connie Cocktail Lounge

O menu conta com carta de drinks clássicos, como o Negroni e o Old Fashioned, além de doses, cervejas, vinhos e bebidas não alcoólicas. Entre os petiscos já tábua de queijos, charcutaria e pastinhas (homus e abacate) acompanhadas de pães e torradas.

O bar é parte do hotel TWA, mas é aberto ao público mediante reserva. Quem quer apenas dar aquela espiada, o bar fica aberto diariamente das 11h às 12h para visitas ocasionais.

Foto: divulgação/Connie Cocktail Lounge

Outras opções gastronômicas

Além de Connie, que seria a cereja no bolo do hotel, existe ainda outras opções gastronômicas recuperadas da década de 60: o bar Sunken Lounge e o Paris Café, restaurante aberto para café da manhã, almoço e jantar. Neste caso, não hóspedes só são aceitos mediante disponibilidade de mesas.

O chef francês Jean-Georges, vencedor de estrelas Michelin 14 vezes e operador de 36 restaurantes, ficou responsável pelo menu. Foi feita uma pesquisa nos antigos menus da companhia TWA para trazer de volta alguns pratos servidos durante os antigos voos.

Foto: David Mitchell/divulgação TWA

Já o Lisbon Lounge não aceita reservas e funciona de maneira aberta, servindo refeições ao longo de todo o dia. Os passageiros mais apressados podem passar pelo Food Hall, que segue o esquema de fast food e grab and go, deixando vários produtos prontos para retirada.

Ambos os restaurantes tiveram o visual repaginado pelo designer industrial Raymond Loewy, que já fez o desenho de antigas garrafas da Coca-Cola e logos para companhias aéreas.

Foto: David Mitchell/divulgação TWA

Uma piscina no aeroporto em NY

No rooftop do hotel foi construída uma piscina climatizada de borda infinita, de onde se observam os aviões decolando e pousando. Um sistema automatizado purifica a água a cada 30 minutos. O acesso é limitado aos hóspedes ou mediante reserva prévia.

Conta ainda um deck de observação e um bar, que tem como drink autoral o Mile High Spritz, mistura de vodca com suco de limão, prosseco e licor de flor de sabugueiro. Uma combinação refrescante para arrematar o dia de piscina em pleno aeroporto!

Piscina no aeroporto? Sim, temos – Foto: David Mitchell/divulgação TWA

Um pequeno museu ajuda a recontar a história da empresa e da Jet Blue, além de abordar sobre o design chamado de midcentury, aquele que aconteceu entre os anos de 1950-1970. As roupas da antiga equipe da companhia TWA também estão em exibição. Eram elaboradas por grandes estilistas como Valentino, Pierre Balmain, Ralph Lauren e Stan Herman,

O TWA Hotel também se vangloria por ter a maior academia hoteleira do mundo, que ocupa 10 mil metros quadrados com diversos equipamentos fitness. O Day Use, que dá direito ao uso da piscina, vestiário e academia custa US$ 25 por pessoa.

Foto: David Mitchell/divulgação TWA

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Foto: arquivo TWA
Foto: David Mitchell/divulgação TWA

*Foto em destaque por Mark Susina

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