Tem uma bocado de lugares coloridos ao redor do mundo, enquanto outros são totalmente pintados de uma cor só, como o azul que prevalece em Chefchaouen, em Marrocos. Se você quer visitar uma cidade diferente na Colômbia, anote já o seu próximo destino: Popayán, conhecida como “cidade branca”, na qual os prédios são totalmente pálidos de cor.

Com sua localização estratégica, entre Cartagena, Quito e Lima, Popayán já foi um dos municípios mais importantes da América Latina. Aliás, para o país foi de grande valia, pois dali saíram nada mais, nada menos do que 17 presidentes colombianos, além de notáveis poetas, pintores e compositores, integrantes da cena cultural nacional.

Fundada em 1537, tinha entre suas riquezas naturais um bocado de ouro, que era levado para a Espanha. A riqueza de outrora não é mais tamanha, mas o que restou foram elegantes edifícios coloniais bem preservados e Cauca, a capital, segue como um dos destinos religiosos mais importantes do país, especialmente notado durante a Semana Santa, comemorada desde 1566.

A data é considerada o maior atrativo da cidade e tem uma ligação profunda com a coloração dos prédios. Desde o século 17 os habitantes tratam de deixar as fachadas limpas e bem pintadas para receber o evento, que toma as ruas com procissões, declaradas como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade pela Unesco.

O público se fascina com a fé e dedicação empenhadas durante os dias da tradição católica que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Nas “procesiones chiquitas” (procissões pequenas), crianças entre 5 e 11 anos de idade carregam as imagens religiosas. Além disso, o período também conta com o Festival de Música Religiosa.

Com a alma tão fervorosamente cristã, é claro que não faltam igrejas para visitar. São oito no total, sendo a Igreja de la Ermita a mais antiga delas. O santuário começou a ser erguido no século 17 e sofreu danos em 1983. Completamente restaurada, possui imagens religiosas que vieram da Quito, Espanha e Itália, além de uma águia em seu altar, um símbolo aristocrático da Áustria.

Outro templo que passou por maus bocados ao longo de sua existência é a igreja de San Agustín, destroçada num terremoto em 1736. Das ruínas se reergueu uma nova estrutura para receber as imagens de Nossa Senhora das Dores e o Senhor do Perdão.

Para ter uma vista deslumbrante da cidade, além do Morro de Tulcán, suba as escadas do morro que leva a Capela de Belém. Erguida em 1681, tem características tipicamente coloniais da Espanha, com a presença de silhares nos detalhes. Ao lado dos degraus se observam esculturas alusivas às 14 etapas da Paixão de Cristo.

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Igreja de Santo Domingo

Mesmo passando pelos danos do terremoto, o reconstruído centro histórico da cidade é uma verdadeira joia colombiana, pois seu estado de conservação é destacado como um dos melhores do país. A paisagem é cortada por pontes um tanto românticas, como a bela Humilladero, que ligam dois rios, Molino e Ejido. Ao caminhar pelas ruas de pedra, se vê no horizonte morros que são como um fundo verde em contraste com os edifícios branquinhos.

O mais icônico deles é a Torre do Relógio, erguida entre 1673 e 1682, carinhosamente apelidada de “o nariz de Popayán”. O relógio doado pelos sacerdotes chegou em 1737 diretamente da Inglaterra, funcionamento com mecanismo de dois pesos originários de balas derretidas da guerra da independência de 1814. Passando também pelas mazelas de um terremoto, teve de ser reparado, porém com a proeza de não movimentar sequer um tijolo de sua estrutura.

A Torre é parte do Parque Caldas, uma grande praça rodeada por árvores e outros edifícios importantes, como a Catedral, o Palácio Arzobispal, a Prefeitura Municipal e o Palácio de la Gobernación. O nome presta homenagem a Francisco José de Caldas, cientista e herói da independência, que deixou como legado sua própria casa, transformada em museu.

O casarão do ex-presidente Guillermo León Valencia também virou museu aberto à visitação. A construção conta com um belo jardim, oratório, sala de leitura e sala interativa, que exibe o acervo de fotografias, obras de arte, mobília e objetos pessoais da família. Dá para incluir no roteiro a Casa Museu Mosquera, que pertenceu a outro ex-presidente, Tomás Cipriano de Mosquera.

Um lugar bastante curioso da cidade é o chamado Pueblito Patojo, uma réplica em miniatura do povoado de Popayán – quase como o Mini Mundo, que temos aqui no Brasil -, também chamado de “Rincón Payanés” (cantinho dos nascidos em Popayán). Basicamente reúne cópias dos monumentos de Cauca, livros e artesanatos, além de ter um apelo gastronômico chamativo, ideal para quem quer saborear os pratos regionais.

Foto: El Poder Colombiano/Flickr

Nos arredores de Popayán existem outras coisas bacanas para ver, como as comunidades indígenas guambianas de Cajibío e Silvia, a cerca de 28 e 59 km respectivamente. Em Coconuco, a 30 km da cidade, está o Termas Agua Hirviendo, com várias piscinas, parque ecológico infantil e chalés para hospedagem.

Foto por Viviana Peretti/Ministério do Turismo da Colômbia

Como chegar

A cidade está a duas horas e meia de ônibus a partir de Cali, tida como a capital mundial da salsa. Evite o itinerário de viações que realizam muitas paradas ao longo do caminho, esticando a jornada desnecessariamente.

Dica para quem vai de carro: a estrada entre Popayán e Pasto é recomendada apenas durante o dia devido os trechos menos seguros que se estendem próximos à borda do Equador.

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Fotos por zug55 e Colombia Travel

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