Não é de hoje que o sul da França é um destino sonhado por turistas de todo o mundo: a Côte d’Azur desencadeia em qualquer viajante uma vontade imensa de ver um dos trechos mais bonitos do mar Mediterrâneo, os campos de lavanda da Provença e as bonitas construções de Montpellier.
No entanto, uma paradinha em Nîmes, que fica entre a costa mediterrânea e a cadeia montanhosa de Cévennes, leva o visitante para outro lugar e para outros tempos — mais precisamente para 2.000 anos atrás.
Há pouco mais de dois meses, a cidade abriu seu Musée de la Romanité (ou museu da romanidade), uma nova base para tours pela extensa oferta de locais romanos que Nîmes preserva. Uma das mais importantes cidades do Império Romano, Nîmes mantém extremamente bem conservados edifícios e construções que datam dos primeiros séculos da era imperial, rivalizando até mesmo com Roma, a eterna capital.
O novo museu de Nîmes, que abriu as portas no primeiro semestre desde ano. Foto: Graeme Churchard
É muito fácil caminhar por Nîmes, que conta com cerca de 150 mil habitantes. Não é difícil se deparar com a Les Arènes, construída no século 1 para receber lutas de gladiadores, logo no primeiro passeio.
O anfiteatro ilumina a noite de Nîmes. Foto: Guillén Pérez
O formato perfeitamente elíptico da arena e as pedras milimetricamente dispostas mostram as proezas dos antigos romanos ao construir algo tão grandioso e preciso sem a tecnologia disponível neste nosso século. O anfiteatro cristalizou Nîmes (para sempre, diga-se) como uma cidade de prestígio. (Nota importante: toda cidade considerada muito importante por Roma ganhava um anfiteatro; é o caso de Nîmes e Arles, na França, Lecce e Verona, além de Roma, na Itália, Pula, na Croácia, e El Djem e Utina, na Tunísia, por exemplo.)
Mosaico romano exposto noMusée de la Romanité.
Foto: Graeme Churchard
Centenas de anos mais tarde, o novo museu nimense ganhou, também, espaço destacado na cidade: fica em frente da arena, sacramentando uma união interessante entre o presente, com seu design ultramoderno, e o passado. Lá dentro, a realidade virtual ajuda a trazer os tempos antigos para frente dos espectadores, transportando-os diretamente para cenas como as da construção das muralhas, que em séculos agora muito distantes cercaram a cidade. Mosaicos recentemente desenterrados por escavações são exibidos com projeções do cenário original.
O museu é um com ponto de partida para explorar Nîmes, afinal, lá o turista adquire mais contexto para visitar a cidade. Nîmes ganhou destaque pois brotou em torno de uma nascente de água doce. Nos Jardins de la Fontaine, as ruínas que circundam essa antiga fonte incluem o Templo de Diana, monumento construído para o imperador Augusto.
Até o final de setembro, os quem visita o museu também pode explorar a mostra Gladiadores: Heróis do Coliseu, uma exposição itinerante emprestada de Roma, que trata desde o design da arena até o cotidiano dos lutadores.
A Maison Carrée, exemplo de arquitetura vitruviana. Foto: Dennis Jarvis
A Maison Carrée, que já abrigou o antigo fórum romano de Nîmes, é reconhecida como um marco incrivelmente bem preservado da arquitetura vitruviana (o famoso tratado sobre o estilo, escrito por Marcus Vitruvius Pollio em 16 a.C., estabelece uma tríade para as construções: utilidade, beleza e estabilidade).
A Pont du Gard, construída há mais de 20 séculos.
Foto: John McLinden
Outro marco romano é a Pont du Gard, que integra o aqueduto de Nîmes, e que fica um pouco afastada do centro da cidade (de carro, chega-se até ela em cerca de 30 minutos). Em pé há mais de 20 séculos, a ponte foi construída para que o aqueduto atravessasse o rio Gard. A ponte chama atenção especialmente pelo seu design inovador: executada em três níveis, desde os tempos mais antigos é considerada uma obra tanto técnica quanto artística.
Como chegar: Nîmes fica a pouco mais de 700km de Paris. Partindo da capital francesa é possível pegar um trem, ônibus ou até avião descendo em Montpellier (e de lá um trem para Nîmes).
Hospedagem: A região central de Nîmes é a melhor para hospedagem, confira aqui as opções.
Nîmes deve ser muito interessante. Roma no sul da França. Assim como Arles que também possui o seu anfiteatro. Belas paisagens agradam ao visitante que quer explorar a cultura do local. A França, o seu Sul, é maravilhoso. Explorar este recanto do mundo é uma dádiva.