Se tem uma coisa que o Brasil sempre precisa investir mais é educação e cultura. Eis que a Serra da Capivara, um verdadeiro tesouro arqueológico no Piauí, terá um recurso a mais para chamar de seu. É o Museu da Natureza, que reunirá toda a história natural do mundo desde sua origem, fazendo uso de tecnologia e ambientes imersivos pra lá de intrigantes.

Em meados de 2016, o Parque Nacional sofria com a falta de recursos, mesmo com sua gigante importância. O local possui a maior quantidade de sítios arqueológicos pré-históricos das Américas, abrigando mais de 1.200 pontos de arte rupestre em meio à caatinga.

Do total de seus 204 sítios destinados a visitação turística, existem 17 preparados para receber pessoas com mobilidade reduzida. Sua área também conta com a Fundação Museu do Homem Americano, instituição científica focada no processo civilizatório, com um enorme acervo de artefatos.

No dia 18 de dezembro, a nova empreitada cultural abrirá as portas para recapitular 10 mil anos, mostrando como viviam os ancestrais da região e a evolução da espécie, passando por dinossauros, animais, plantas e demais transformações que acompanham o tempo desde os primórdios.

Tudo isso contando com fotografias, animação, sensores, projetores, sonorização e instrumentos interativos. O uso de óculos 3D, por exemplo, permitirá o visitante de voar virtualmente de asa delta para desbravar a topografia do parque a partir de um ângulo inusitado.

Projetado pela arquiteta Elizabete Buco, o edifício em forma de espiral contará com auditório, laboratórios, lanchonete e espaço expositivo de 12 salas temáticas, utilizadas não apenas para expandir o conhecimento como também para alertar sobre o futuro da Terra, ameaçada pelo aquecimento global e outros problemas ambientais impulsionados pela raça humana. Parte das janelas terão visão para a Pedra Furada, formação rochosa que é um dos principais atrativos do Parque.

E tudo isso se tornou possível devido os esforços de uma mulher. A arqueóloga Niède Guidon se dedicou à proteção e preservação da Serra da Capivara ao longo de 40 anos. Começou a ir atrás de recursos para o museu em meados de 2003 e aguardou mais 10 anos para que o projeto começasse a sair do papel, com mais de 13 milhões de reais investidos. O intuito é, também, expandir o turismo, que carece de infraestrutura.

Missão cumprida, ela irá se aposentar do cargo de chefia da fundação aos 85, deixando um legado lindo para as atual e as próximas gerações. Sua sucessora será Marcia Chame, da Fiocruz do Rio de Janeiro.

Como chegar: o museu, assim como o parque, fica na zona rural do município de Coronel José Dias (500 km de Teresina e a 304 km de Petrolina). Há um aeroporto internacional prontinho para uso, mas que não opera voos comerciais, apenas particulares.

O ideal então é pegar voos rumo a Teresina ou Petrolina, e seguir para São Raimundo Nonato, sede turística da região. No terminal rodoviário partem ônibus diariamente com as empresas Gontijo, Viação Itapemirim, Transpiauí, Princesa do Sul e Viação Líder.

Você também pode alugar um carro ou combinar o trajeto com alguma van.

Onde ficar: há algumas opções nos municípios de Coronel José Dias e São Raimundo Nonato. As hospedagens são modestas, mas dão conta do recado.

Fotos: divulgação

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