A antiga Iugoslávia, hoje formada por Croácia, Sérvia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, carrega consigo monumentos impressionantes que remetem a Segunda Guerra Mundial. Com características futuristas, as 26 estruturas gigantes conhecidas como Spomeniks, que significa “monumentos” na língua sérvio-croata, foram erguidas pelo ex-presidente Josip Broz Tito para homenagear os locais onde aconteceram as batalhas mais importantes da segunda grande guerra.
As construções foram feitas entre os anos 1960 e 1970, em locais onde existiam campos de concentração nazistas, mas caíram no esquecimento após a queda do regime e a desintegração do então país. Seu significado perdeu o valor, mas os monumentos continuam a impressionar por sua estética futurista, cada qual com sua forma, tornando-se um dos grandes tesouros do regime comunista.
As estruturas estão concentradas entre as vilas de Kadinjača e Tjentište, as montanhas de Kozara, e os campos de concentração de Jasenovac e Niš. Cada uma delas foi concebida por arquitetos e escultores distintos, como Dušan Džamonja, Vojin Bakić, Miodrag Živković, Jordan and Iskra Grabul – todos escultores –, e os arquitetos Bogdan Bogdanović, Gradimir Medaković, entre outros. Confira algumas:
Buzludzha Monument: o maior edifício ideológico da Bulgária foi construído em tributo ao movimento socialista bulgário em 1891. Diversas estradas de acesso, em mal estado, foram feitas para que se tivesse acesso a ele.
Ilinden Spomenik: Em Krusevo, a cidade mais alta da Macedônia, o monumento foi inaugurado em 1974, na mesma data que marcou o 71° Revolta de Ilinden. Sua estrutura muitas vezes é relacionada a uma válvula cardíaca, mas na verdade foi inspirada na cabeça de uma mace, um tipo de arma um tanto quanto medieval.
Memorial Kozara: Erguido em 1972, este monumento, também conhecido como “Monument to the Revolution” visava honrar uma trágica batalha entre guerrilheiros iugoslavos e nazistas que aconteceu durante a primavera de 1942. A torre tem 33 metros de altura e contém o nome de mais de 9 mil soldados mortos, que deram sua vida pela liberdade.
Podgarić: Com visual de nave espacial que parece ter saído do filme Star Wars, o monumento foi construído em 1967 no alto de uma colina como memorial a um levante de 1941, na Croácia. A obra abstrata, feita para simbolizar poder e triunfo, foi encomendada por Tito, um ditador de longa data.
Tjentiste: Em meio a uma paisagem na Bósnia, este monumento de arquitetura brutalista homenageia um verdadeiro fracasso. As duas paredes foram erguidas em 1970 para lembrar a Batalha de Sutjeska. O problema foi que o plano de ataque deu errado, matando mais de 7 mil pessoas, tornando-se também um memorial em homenagem às vítimas.
Kosmaj: Nove pontas de concreto independentes, cada uma com 40 metros de altura, formam esta estrutura com estética sci-fi. Construído por um artista desconhecido, o monumento, atualmente em condições precárias, celebra um grupo de combatentes partidários que, na Segunda Guerra Mundial, batalharam contra a ocupação alemã. Mais uma vez o número de vítimas foi alto, somando mais de 5 mil soldados mortos.
Stone Flower: A construção croata é um local onde os visitantes podem se lembrar daqueles que perderam suas vidas no campo de concentração de Jasenovac, um dos maiores da Europa, que não era operado pelo regime alemão. Concluído em 1966, as cinco pétalas de cimento são dedicadas às vítimas, somadas em cerca de 800 mil pessoas, em sua maioria sérvios.
Petrova Gora: Este memorial é dedicado aos que lutaram bravamente contra a propagação do fascismo. Criado em 1981, está no topo da montanha homônima, a 12 andares acima do chão. Um sistema de câmaras subterrâneas e túneis acabava servindo como hospital durante a Segunda Guerra Mundial. Por não possuir uma documentação legal, o monumento croata virou alvo de roubo de materiais de construção, perdendo ao longo dos anos seu metal exterior. Atualmente o espaço é usado como torre de transmissão para TV e sinal de celular.
9th Fort Memorial: Situado em Kaunas, na Lituânia, o monumento a 32 metros de altura foi erguido em 1984. É neste local onde foi feito o sepultamento de vítimas dos massacres, onde está escrito, em várias línguas, “este é o lugar onde os nazistas e seus assistentes mataram mais de 30 mil judeus da Lituânia e de outros países europeus.”