Uma das maiores preocupações de pais viajantes é a segurança do seu bebê. Seja com algo considerado banal, como ter desenhos disponíveis no celular para a criança não ficar irritada, até a algo mais importante como a integridade física da criança, isso é algo que nunca sai do nosso campo de visão.

Quando comecei a viajar com a minha filha, diversos familiares me recriminavam por acharem loucura o que eu estava fazendo. Eu não acredito ser uma loucura viajar com criança, na verdade tem sido uma das melhores experiências da minha vida, cada viagem uma nova descoberta, entretanto não posso negar que quando viajo com a minha filha a atenção precisa ser redobrada e tomo algumas precauções que não tomaria talvez, se estivesse sozinha – o que também não é muito certo de se fazer.

Dentre as medidas de segurança necessárias para uma viagem feliz e tranquila, elenquei alguns itens que você deve prestar mais atenção.

Documentos necessários

Recentemente publicamos uma matéria falando sobre a importância de não esquecer nenhum documento na hora de viajar com criança. Por mais “óbvio” que possa parecer, esquecer um documento em cima da mesa, ou dentro do carro é a coisa mais comum da vida. O que pode te gerar o maior transtorno caso você não consiga resolver de forma rápida.

Uma das primeiras coisas que coloco na mochila são os meus documentos e os dela para justamente não ser pega de “calça arriada” na hora do embarque. Como sair de casa com criança é sempre um processo, é melhor prevenir do que remediar.

Kits de emergência

E por falar em remédio…

Eu não posso falar aqui quais remédios você deve levar na malinha de primeiros socorros, por que só o pediatra pode te dar essa indicação. Mas que tal fazer uma visita ao consultório médico antes da viagem? É sempre bom ver se a saúde e as vacinas da criança estão em dia, pois não queremos bebê doente na estrada. Além de ser o maior perrengue, o cansaço da viagem pode agravar o caso, por isso previna-se!

Uma das coisas que nunca saem da bolsa é o meu bom e velho termômetro e o meu querido repelente, não queremos nenhum mosquito infectando nossas crianças não é mesmo?!

Aproveite também e separe em um papel alguns telefones de emergência importantes, diga se a criança é alérgica a algum medicamento e se sofre de alguma doença. É sempre bom ter em algum lugar escrito esse tipo de informação para orientar médicos e enfermeiros caso aconteça alguma coisa com vocês na estrada – não queremos que nada aconteça, mas prevenção é o melhor remédio.

Segurança vs. Conforto

Para quem viaja de carro, é imprescindível o uso da cadeirinha adequada para bancos traseiros. Em vigor desde 2010 no Brasil, a Lei da Cadeirinha protege milhares de crianças de acidentes de trânsito pelo mundo inteiro. É obrigatório o uso de bebê-conforto, poltrona de elevação e assento de elevação para transporte da criança no carro, independente da idade.

Para viagens de ônibus, eu geralmente gosto de pegar os “horários ruins”, pois eles são horários mais vazios e que possibilitam o uso de uma poltrona só para a criança. Caso não seja possível que a criança se acomode de maneira confortável ao seu lado em uma poltrona vazia e você não queira pagar o lugar, o recomendado é que a criança vá no seu colo – consultar idade limite com a viação nos guichês de atendimento – e os dois precisam usar o cinto de segurança durante toda a viagem.

Sobre o uso obrigatório do cinto de segurança eu tenho um fato curioso para compartilhar com vocês:

Meu pai sempre trabalhou com transporte escolar e era sempre uma briga para ver quem sentaria no banco da frente, todas as crianças ficavam agitadas e eu lembro que algumas crianças pequenas queriam sentar na frente e meu pai não deixava, e isso as irritava demais. Um tempo depois, conforme fui crescendo eu sentia “vergonha” de sentar na frente e usar o cinto de segurança, na minha cabeça eu pensava “se quem senta atrás não precisa, eu também não”.

Meu Deus o quanto eu estava errada. Graças a Deus eu nunca sofri nenhum acidente de trânsito, mas depois que comecei a viajar de ônibus “me conscientizei” que usar o cinto não é escolha. Não é uma questão de ser maneiro ou não, parecer descolado ou não, igual usar capacete em motocicletas sabe? É uma questão de segurança. Viajar de ônibus mudou a minha visão de segurança e agora sempre que entro em um carro eu coloco o cinto e imediatamente a pessoa que está ao meu lado coloca também, é muito engraçado e inconsciente, mas funciona, tente experimentar.

E outra coisa, converse muito com a criança na hora da viagem sobre o cinto de segurança. A minha filha quando está acordada fica muito irritada com o cinto, mas eu tento acalmá-la, distraí-la, pois, ela ainda é muito pequena, mas espero que em breve ela entenda a importância de usar o cinto.

Alguém falou em distração?

Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com medidas de segurança, e eu te respondo: TUDO!

Imagina o caos:

Você está atrasado, quase perdendo a hora de embarque, correndo com a criança e as malas pela rodoviária/aeroporto, quando chega próximo ao portão precisa se preocupar em pegar documentos, achar a poltrona, acomodar a criança, guardar as malas. Ufa!

Depois dessa loucura toda você só quer ter uma viagem tranquila e recuperar o fôlego, mas a criança está estressada, gritando e esperneando chamando a atenção de todos à sua volta. Isso não é legal para ninguém né? Muito menos para a criança que é muito sensível a pequenos estresses.

Por isso é importante nos anteciparmos e fazermos as coisas com calma. Tente chegar com antecedência no aeroporto/rodoviária, vá com os documentos e dinheiro para pagar o táxi em local de fácil acesso – uma bolsa de mão, por exemplo. Recarregue o celular e encha dos episódios do desenho animado favorito da criança, leve água e comidas para beliscar durante a viagem, meias e uma colcha quentinha para acomodar o bebê durante o percurso. Tudo o que você puder fazer para minimizar a fadiga do bebê, fará com que vocês percorram um caminho tranquilo.

Cuidado com as distrações…

Agora, se por um lado você precisa distrair o bebê para que ele sinta menos o impacto das longas horas de viagem, por outro lado é importante você estar sempre atenta a tudo e a todos à sua volta. Como diz o bom e velho ditado “criança cega os pais”, então é sempre bom ter atenção redobrada. Não tire os olhos da criança nem por um minuto, por que mesmo sendo o tempo todo vigilante, às vezes acontecem coisas que fogem do nosso controle.

Sou sempre muito rígida com estranhos que se aproximam de nós durante a viagem, não sendo grosseira ou hostil, mas dando uma atenção especial a cada movimento. Tento sempre ficar esperta também em locais muito movimentados ou onde passam muitos carros. Cuidado com beiradas e alturas, objetos pontiagudos, enfim…Tudo o que possa gerar uma situação desconfortável.

Mas às vezes não tem jeito, mesmo com todo cuidado vocês ainda podem passar por situações desagradáveis, e quando acontecer, o importante nessas horas é manter a calma, respirar fundo – se preciso e der tempo conte até 10 – e depois volte para resolver.

Alimentação

Eu sou bem enjoada com a alimentação da Clara durante as viagens. Tento sempre levar de casa os biscoitos e sucos favoritos dela, pois não sei se encontrarei na estrada ou não – e também se encontrar: “a que preço”, não é?

Uma das coisas que devemos ficar atentos são alimentos desconhecidos ou pratos muito exóticos. É sempre bom evitar, levando em consideração que o estômago da criança não está desenvolvido.

Em toda a viagem é possível adaptar a alimentação da criança de forma que ela não sofra de maneira drástica, ou seja, sem excessos e sem faltar o necessário, por isso é importante não abrir mão das refeições principais – café da manhã reforçado, almoço balanceado – para então ser menos rígido nos lanches e intervalos.

 E o dinheiro?

Muitas pessoas me perguntam quanto eu geralmente gasto em uma viagem com a Clara e a minha resposta é sempre a mesma: “o suficiente”.

Eu não sou rica, mas eu me organizo, me planejo para que as coisas deem certo e nós duas consigamos usufruir da viagem de maneira confortável.

É claro que, não dá para economizar como se eu estivesse sozinha, pois quando viajo sozinha me adapto rápido às necessidades. Ou seja, ando mais a pé, não me preocupo muito com uma alimentação regrada, mas quando estou com a Clara, apesar de não nadar em rios de dinheiro eu preciso e gasto um pouco mais do que quando viajo sozinha – mas nada que fuja do orçamento planejado.

Por mais redundante que possa parecer é importante frisar essa questão por que as pessoas precisam entender que, você não precisa ter muito dinheiro para viajar, na verdade a viagem depende muito mais de planejamento, organização e disciplina do que qualquer outra coisa. No entanto, existem alguns “luxos” que não dá para abrir mão como, por exemplo, pegar um táxi na saída do aeroporto/rodoviária – por que aí você precisa considerar que você não está sozinho, você tem além das malas, uma criança para carregar no colo que provavelmente estará cansada do percurso.

Ou comer em um restaurante legal por que vocês comeram salgados o dia inteiro e precisa que a criança coma arroz e feijão pelo menos uma vez por dia.

Ou em casos extremos, você precisa comprar algum remédio ou passagem de emergência. Você precisa avaliar todas essas possibilidades para não passar aperto durante a viagem.

Agora me contem, quais medidas vocês consideram mais relevantes? E como vocês se planejam para viajar com as crianças?

Texto por Camila Santos

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