Ah, o Velho Continente…sempre nos surpreende com os passos a frente que consegue dar. Para desincentivar o uso de carros, Luxemburgo anunciou que terá transporte público gratuito a partir de 2020. O país regido por uma monarquia irá, aos poucos, implementar a medida para se tornar o segundo na Europa a abolir totalmente a cobrança.

O atual valor máximo praticado em trens, ônibus e bondes é de 2 euros, com validade de duas horas para utilização da rede sem custo adicional. Jovens de até 20 anos de idade estão isentos do pagamento, conforme já mencionamos aqui, e os estudantes secundaristas contam com transporte exclusivo no percurso até a escola, oferecido pelo governo.

O congestionamento na capital, que também se chama Luxemburgo, durante os dias da semana é uma das principais razões para o incentivo ao transporte coletivo, visto que o tráfego conta com um fluxo alto de veículos oriundos até mesmo de países vizinhos, como França e Alemanha, chegando a triplicar o número de pessoas em circulação.

Estudos mostram que o tempo médio gastro no trânsito é de 33 horas. Um fator igualmente curioso é de que Luxemburgo tem a maior proporção de carros da União Europeia! São 662 para cada mil pessoas, enquanto no Estados Unidos o número chega a 800, sendo o índice mais alto do planeta.

A medida foi proposta pelo primeiro-ministro Xavier Bettel, que cumpre seu segundo mandato no pequeno reino de pouco menos de 3 mil quilômetros quadrados e cerca de 600 mil habitantes. Os planos é de que até o próximo verão nórdico todas as tarifas já estejam suspensas. 

Outra iniciativa de investimento é na ampliação da estação de trem até 2022, com quatro plataformas novas e uma ponte para os pedestres. Ele coloca ainda entre seus objetivos a legalização da maconha, além da inclusão de um dia a mais nas férias da população e o Dia da Europa (9 de maio) como feriado.

Já podemos trazer Bettel para o Brasil? A notícia chega com entusiasmo não apenas para a nação, mas também para as mochileiras que adoram economizar uma graninha enquanto rodam o mundo.

Onde mais posso economizar?

Desde meados de 2014, Talinn, capital da Estônia, pratica a gratuidade do transporte público em seu território. Em maio do ano passado o passe livre se transformou em algo federal, sendo praticado então no país todo. Foi o primeiro ao redor do globo a adotar a prática.

Na Alemanha, as cidades de Bonn, Essen, Herrenberg, Reutlingen e Mannheim fizeram um teste livre de tarifas ao longo de 2018. O governo anunciou que combater a baixa qualidade do ar é “prioridade máxima” no país. Em Berlim, a passagem custa 2,90 euros.

Em Bruxelas, o uso de bicicletas, metrô e ônibus é gratuito durante os dias com alto índice de poluição. A medição é feita diariamente, fazendo com que as companhias de transporte liberem os acessos a partir dos resultados apresentados. As autoridades locais visam a melhoria da qualidade do ar a partir do momento em que influenciam os moradores a deixarem o carro em casa.

O mesmo vem acontecendo em Seul, na Coreia do Sul, que luta contra a emissão de CO2. Quando as partículas poluentes coletadas ultrapassarem de 50 microgramas por metro cúbico, o governo deixa o transporte público sem custo nos horários de pico.

No Brasil, faz cerca de 16 anos que a cidade de Agudos, no interior de São Paulo, não cobra pelo uso de transporte coletivo urbano. Os motoristas são concursados e desde agosto de 2018 o governo controla o sistema composto por 20 ônibus.

Fotos: divulgação/Turismo de Luxemburgo

É possível viajar barato para a Europa?

 

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