Uma sobremesa bem conhecida ganhou várias cores e sabores. Na loja de pudim em São Paulo, o público pode se deliciar com o doce feito a partir do leite condensado que nunca deixa de dar as caras nas mesas brasileiras, seja em casa ou nos restaurantes ao redor do país.
Nascidos nos navios da Marinha Real nos séculos 18 e 19, os quitutes eram feitos com farinha e gordura, sendo não necessariamente doce. Do Reino Unido à Austrália, diversos países tinham um pudding para chamar de seu, mas apenas um influenciou a cozinha brasileira.
Dizem que um abade português teria adaptado a antiga receita, criando o chamado Pudim de Priscos, feito com açúcar, gemas de ovo, água e toucinho de porco, que segue reconhecido como parte da doçaria tradicional do país.
Em Portugal, existem outras três variantes conhecidas da sobremesa, segundo o livro Cozinha Tradicional Portuguesa: pudim de leite da Beira Baixa; pudim de coalhada dos Açores e pudim flan (o mesmo que de leite) da Estremadura.
Ao atravessar o oceano, a receita foi ensinada pelos portugueses. O pudim Marfim — feito com ovos, baunilha, muito leite ou nata e muito açúcar — foi adaptado de forma semelhante ao o que conhecemos hoje. Fato é que a partir da invenção do leite condensado a execução ficou ainda mais prática, deixando de lado o jeito original, e infinitamente mais trabalhoso, de se fazer.
A chegada do pudim ao Brasil foi através dos europeus, mas há quem diga que os inovadores povos indígenas já faziam algo parecido, um mingau cremoso, feito com mandioca e mel. O tempo passou e o pudim de mandioca resistiu.
No Senhor Pudim, localizado no bairro Moema, em SP, são as receitas de Dona Flora que seguem influenciando a segunda geração da família. Dos 10 irmãos, o caçula resolveu se inspirar no talento da matriarca e na memória afetiva para dar pitadas mais sofisticadas à sobremesa.
O chef confeiteiro Marcos André Martins trocou o turismo pela cozinha, mais precisamente pelo pudim, uma paixão da infância, que permeava os almoços de sua grande família.
As invenções, que nunca param, já somam mais de 30 sabores.
Indo além do tradicional, a casa inova ao apresentar suas próprias versões, incluindo pistache, fava de baunilha, Nutella, doce de leite, limão siciliano, amarena, damasco, capim santo, macadâmia, entre outros, no menu fixo. Há também opções sazonais, como chocotone e quentão, servidas no período do Natal e Festas Juninas, respectivamente.
A doceria agrada também os chocólatras de plantão. Um dos sucessos da casa é o canudinho de biju coberto com chocolate belga Ruby, que é naturalmente cor de rosa. Bombom, pão de mel e até biscoito de polvilho coberto com chocolate entram no cardápio açucarado.
Os quitutes podem ser apreciados na própria loja, que tem uma decoração charmosa e um jardim acolhedor. A boa notícia é que seu desejo por pudim pode ser realizado todos os dias da semana.
Os individuais custam R$ 10 e R$ 12 para viagem, já o pudim de 600 g custa R$ 50 e o de 1 kg sai por R$ 80.
Vai lá!
Senhor Pudim
Alameda Aícas, 471 — Moema/SP
Funcionamento: Seg a Sexta 10h às 18h; sáb. e dom. das 10h às 17h
No dia 1º de julho, o Senhor Pudim irá inaugurar uma nova loja, agora no bairro do Brooklin: Rua Nebraska, 323
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