O Jardim de São Pedro de Alcântara em Lisboa é um dos grandes ícones do romantismo que ainda sobrevivem na capital de Portugal. Sua transformação em área verde inicia nos anos 1830, quando passa a ser convertido de um terreno baldio para um jardim usado como horta. Cinco anos depois, a Câmara Municipal de Lisboa o transforma oficialmente em um jardim público, como funciona até hoje.
Com uma área de 0,6 hectares, o jardim fica na Rua de São Pedro de Alcântara, pertinho do Bairro Alto. O miradouro é sem dúvida seu principal atrativo, fazendo com que muitos turistas cheguem ao local em busca de uma visão privilegiada de Lisboa.
E que vista: do alto enxergam-se as muralhas do Castelo de São Jorge, a Sé Catredral e a Igreja da Penha de França, além da Igreja da Graça.
Entretanto, há muito mais para se ver no nível do jardim. Com uma cuidadosa jardinagem, em que os canteiros seguem a tradição francesa, e um pequeno lago, o espaço é uma boa parada de descanso entre um passeio e outro.
No verão, as sombras das árvores refrescam o calor ibérico e os bancos espalhados pelo jardim são ideais para ler um livro no fim da tarde ou para uma conversa entre amigos.
Além disso, um mapa de azulejos da autoria de Fred Kradolfer e datado de 1952 ajuda os visitantes a identificar alguns locais de Lisboa. Não será difícil encontrá-lo junto ao parapeito.
Por sinal, quem ama azulejos não pode perder também a visita ao Museu do Azulejo, que conta a história da cidade impressa em cerâmica.
Para completar, o espaço conta com estátuas tão diversas que retratam desde deuses da mitologia greco-romana, como Minerva e Ulisses, até figuras locais, como o fundador do jornal Diário de Notícias, Eduardo Coelho.
Este último é representado por uma estátua de um menino vendedor de jornais. A figura foi instalada no local pois o bairro antigamente era reduto das principais agências jornalísticas da cidade, como bem lembra o Lisboa.es.
História do Jardim de São Pedro de Alcântara
A história do Jardim de São Pedro de Alcântara não começa com áreas verdes e jardineiros. De acordo com um texto publicado pelo FCSH +LISBOA, o mesmo espaço já foi palco de paisagens menos nobres, sendo inclusive apelidado de “fábrica de suicídios” pelo cronista Gervásio Lobato.
Já no século 18, uma muralha de 20 metros de altura começa a ser construída no terreno que hoje dá lugar ao jardim, com o objetivo de aumentar o depósito de águas usado pelo aqueduto local.
A ideia teve o mesmo fim de muitos edifícios lisboetas da época: desmoronou junto ao terremoto que assolou a cidade em 1755. Foi quando a área passou a funcionar como um vazadouro de animais mortos, atirados muralha abaixo.
Quase 100 anos depois, o jardim era tido como uma área marginalizada e virava palco de suicídios frequentes. Para impedi-los, uma grade foi trazida diretamente do Palácio da Inquisição do Rossio para ser colocada no remate da muralha em 1864.
Foi justamente após a extinção do passeio público do Rossio, em 1880, que a burguesia passou a finalmente frequentar o Jardim de São Pedro de Alcântara. O passar do tempo foi crucial para que o espaço se convertesse em um dos miradouros mais concorridos de Lisboa, com vistas panorâmicas da cidade.
Para a vista chegar ainda mais longe, aproveite algumas das lunetas espalhadas pelo espaço, que funcionam mediante um pequeno pagamento em moedas.
Em fevereiro 2008, o local reabriu após passar alguns meses fechado devido a uma reforma, como lembra o Life Cooler. Isso significa que toda a estrutura está renovada e prontinha para receber os turistas em uma das paisagens mais icônicas de Lisboa, distribuídas em dois níveis.
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Jardim de São Pedro de Alcântara
A visita ao mirador do Jardim de São Pedro de Alcântara é gratuita e o local permanece aberto durante todo o dia. Para desfrutar ainda mais, a dica é tomar um aperitivo no quiosque que fica localizado no espaço, programa ideal para os dias mais frescos de verão.
Quando visitar?
O momento do pôr do sol é sem dúvida um dos mais mágicos para conhecer o jardim – e registrar fotografias com aquela coloração bem golden hour.
A noite também oferece uma vista espetacular, sendo possível observar o Castelo de São Jorge e a Sé Catedral iluminados.
Como chegar?
Para chegar ao Jardim, uma boa dica para viajantes que não se cansam de caminhar é subir a Calçada da Glória. Se as pernas não aguentarem, o Elevador da Glória é uma alternativa que irá deixar você bem próximo ao miradouro e sem exigir praticamente nenhum esforço físico.
As linhas de ônibus com paradas mais próximas ao Jardim são as de número 58 e 100. Pessoas com problemas de locomoção podem preferir chegar ao local usando algum dos serviços de tuk-tuk disponíveis na cidade, visto que muitos deles têm acesso à áreas restritas a outros veículos. Entretanto, é bom saber que o miradouro é acessível através de escadas e ainda não está adaptado para usuários de cadeiras de rodas.
Para finalizar o passeio, a dica é seguir em direção ao Bairro Alto, localizado bastante próximo dos jardins. A região é perfeita para apreciar um jantar típico lisboeta, por exemplo.
Que tal emendar o programa fazendo uma paradinha no Café A Brasileira, um dos preferidos do poeta Fernando Pessoa?
Tudo achei ótimo , conheci este local em 1953 eu era uma pessoa emigrante que ia embarcar para o Brasil no Navio Alcantra , tudo isto está na mente , o Navio saiu do Cais Alcantra em Outubro de 1953 para o Brasil.