Nas minhas últimas férias, eu tinha um objetivo: ver o céu estrelado de Cabo Polônio, em Rocha, no Uruguai. Comprei passagem por uns R$ 600 e aguardei ansiosamente este momento. A viagem foi longa, muita coisa aconteceu e por fim eu conheci Punta del Este, Barra de Valizas, Cabo Polônio, Águas Dulces e Montevidéu. Nesse post irei contar meu Guia do Uruguai.
Este rolê todo foi feito com muitas horas rodadas de ônibus e carona de brasileiros gentis. Os ônibus são calculados por trecho. Para ir até Rocha, onde fica Cabo Polônio – o lugar mais inóspito do país -, é preciso pegar o ônibus da Rutas del Sol e depois um caminhão que te leva até a praia. Como não encontrei hostels com quarto duplo disponível – viajou eu e meu namorado -, me hospedei em Barra de Valizas, que é logo ao lado e, se a maré colaborar, pode dar acesso a cidade vizinha a pé.
Toda essa aventura incluiu alguns perrengues, que nem vou contar aqui senão o texto vai ficar maior ainda. Há algumas coisas que você deve saber antes de consultar este guia. Primeiro: fui em baixa temporada, no mês de outubro. Segundo: apesar de ser Primavera por lá, fazia muito, muito frio mesmo, de um jeito que me pegou desprevenida. Terceiro: o peso uruguaio estava custando cerca de R$ 0,19.
Outra coisa: procure pagar o máximo de coisas possíveis com cartão de crédito em restaurantes para ter reembolso do imposto IVA. Dos 20% desta taxa, o governo devolve na hora 18,5% aos turistas, deixando a conta mais barata.
Guia do Uruguai
Onde dormir:
Buena Vista Valizas (Barra de Valizas): me hospedei num quarto neste hostel, que na verdade é a casa do Mauro, um cara gente boa que já recebeu gente do mundo todo. Fica dentro da praia, então não se incomode com a areia. O banheiro com chuveiro quente a gás é compartilhado e a cozinha fica disponível aos hóspedes.
Lobo Hostel Bar (Cabo Polônio): este era um dos hostels que eu estava de olho em Cabo. Pode ser que você não encontre muitas ofertas na internet, mas por lá existem outras opções que eu não tinha encontrado durante as minhas pesquisas, inclusive umas duas pousadas que devem ter mais conforto e privacidade.
Orpheo Express (Montevidéu): gostei de me hospedar neste hotel. Estava tudo limpo e organizado, o café da manhã é ok e a equipe é bastante atenciosa. Tenho apenas uma ressalva quanto a região onde ele fica, que é ótima durante o dia, pertinho da Ciudad Vieja e da Av. 18 de julio, mas é péssima durante a noite…sinistra e vazia.
La Lomita del Chingolo (Punta del Este): este é um B&B (bed and breakfast) bem legal e econômico para os padrões de Punta, uma cidade cara. Fica num bairro lindo, cercado de árvores, restaurantes mais sofisticados e do distrito do Design e do shopping. Ocupei um quarto duplo com banheiro privativo que era ok. Não espere luxo algum. A dona da casa fazia café da manhã todos os dias, sempre com café, chá, leite, sanduíche, muffin e uma fruta.
Posadita de la Plaza (Colonia del Sacramento): pretendia conhecer a charmosa Colonia durante esta viagem, mas meu cansaço não permitiu. Fiquei de olho nesta pousada, que parece ser bem bacana, caso você queira dar um pulo por lá também.
Onde comer (valores para 2 pessoas):
Antes de tudo, saiba que no Uruguai, assim como na Argentina, você deve pagar a taxa dos cubiertos (talheres). Isso é bem estranho pra gente, mas segundo eles este valor inclui as entradas/couvert que chegam até a mesa. Depois você também tem que pagar a propina, ou gorjeta, aos garçons. Pode ser que os 10% já venham inclusos na conta.
Em Montevidéu, selecionei muitos lugares legais para encher a barriga. Logo que cheguei, com fome e cansaço, fui na primeira que encontrei pela frente, a Cervejaria Matriz, na Praça Matriz, na Cidade Velha, onde gastei 519 pesos em 2 chopes e 2 milanesas.
Ali pela região indico também o restaurante Sin Pretensiones, um lugar lindo com cara de bistrô que vende também itens de decoração, doces caseiros, cafés e etc. Gastei uns R$ 100 com direito a entrada, prato principal, sobremesa e cerveja. Outros que não fui e parecem bacanas são o Jacinto Café y Restaurante, o La Cocina de Pedro, o WaSa Ethnic Food, o Hemingway, o Shisha e a vinícola Bouza.
A comida do hotel Orpheo Express, onde eu fiquei, achei um bom custo benefício e o lugar fica aberto para quem não é hóspede também. Acabei jantando por lá e lembro que paguei 130 pesos num pedaço enorme de torta de frango com salada. Dentro do Mercado Municipal, optei por comer no El Peregrino porque não me cobraram a taxa dos cubiertos. Comi algumas carnes da típica parrilla, acompanhada de uma jarra de sangria, que deu R$ 145.
Meu último jantar na cidade foi no Namasté, um restaurante gourmet vegetariano em Pocitos que é incrível! O lugar é uma graça, bem intimista. Você pode sentar nas mesas com cadeira, ou numa sala com almofadas e mesa mais baixa, onde você senta no chão e a luz de velas – se for a noite. Lá só aceita dinheiro, então não lembro bem quanto eu gastei, mas pedi vinho, entrada, prato principal e sobremesa. Os preços do menu não assustam.
Já em Valizas, as opções são poucas, mas tive q sorte de conhecer um restaurante chamado Rabuk, comida caseira de primeiríssima qualidade a um preço que nem faz jus a sua altura. Prove os Sorrentinos (massa recheada) feitos pela própria dona, além do típico Napolitana – filé de carne, frango ou peixe coberto com presunto, queijo e orégano. Me deu até saudades quando eu estava em Montevidéu.
Um dia tive o azar de querer mudar de ares e fui no boteco El Rey de la Milanesa, que fica na via principal. Se você não se importar com um monte de borrachos (bêbados) te olhando, tudo bem…quase em frente tem um pizza bar que me parece interessante (não recordo o nome), além do Proa e o La Casita del Árbol, em outras ruas. O café da manhã e a janta às vezes a gente fazia no hostel mesmo, com itens comprados no mercado, que vende de tudo.
Na minha passagem por Cabo Polônio, me surpreendi com os dois restaurantes mais sofisticados que tem por lá, bem bonitos, e outros poucos para quem quer gastar menos. Comi no Lo de Dany, que é bem simples e serve uma comida caseira honesta. Aliás, em Cabo há muitos hostels que você não encontra na internet, se quiser arriscar…
Em Punta del Este, uma das coisas que mais gostei foi a panificadora La 2, onde todo dia eu engordava mais um pouco com o delicioso combo de 2 chocolates quentes + uma porção de churros por 162 pesos. Como eu não dispenso um bom cafezinho, também parei um dia no Il Mondo de la Pizza, uma lanchonete no centro que tem um pouco de tudo. A chá da tarde completo para duas pessoas saiu por 325 pesos.
O El Indiecito fica numa esquina logo em frente ao terminal de ônibus e ao monumento Los Dedos. É um lugar bem pitoresco, cheio de objetos pendurados, que tem um atendimento ótimo. Gastei R$ 192,20 (1.344 pesos) em uma sangria, 1 entrada (foto) e dois pratos principais assustadoramente grandes.
Teve um dia que almocei no restaurante Soho, bem sofisticado e com cara de balada. Na verdade o local se transforma depois das 00h, abrigando os baladeiros de plantão. No almoço paguei 450 pesos por pessoa para uma boa refeição completa, incluindo um copo vinho. Ao todo gastamos 1.158 pesos.
Na hora da fome também acabei entrando no Santino, um restaurante quase em frente a padaria La 2. O lugar anunciava comida a preço baixo, por isso entrei. No fim, gastei 660 pesos em dois risotos e duas taças de vinho que poderiam ter custado menos.
Onde ir
Começando por Montevidéu, diria que a cidade tem bastante coisa bacana, mas que pode ser conhecida num feriado prolongado, por exemplo. Se quiser rodar de táxi, é melhor baixar o app Voy en Táxi pra não depender deles na rua, porque é bem difícil pegar um à toa. O ponto principal é a Cidade Velha, o centro antigo, que realmente concentra a maior parte das atrações locais. É bem agradável caminhar por lá e observar a arquitetura.
A livraria Más Puro Verso fica num edifício lindão e pra mim é também um atrativo turístico. Dentro dela tem um vitral bem bonito e no piso superior um café. A rua que fica logo em frente – que chama Bartolomé Mitre – e as adjacentes também tem alguns cafés, bares e restaurantes legais, além dela ser passagem para o Teatro Solís.
Resumindo, ali pelo centro eu conheci o Museu Romântico, que é a antiga residência de Antonio Montero e revela detalhes do período romântico em seu mobiliário, pinturas e arquitetura. Também fui até o Museu de Artes Decorativas – ou Palácio Taranco – que fica numa casa de 1907. Eu adoro conhecer construções dos séculos passados, então me apaixonei por todas e Montevidéu é repleta delas.
Depois fui até o Museu de Arte Precolombino e Indígena (MAPI) e não recomendo. O espaço é bonito, mas o acervo deixa a desejar, haviam poucas coisas e o local estava em reforma também. Queria ter conhecido o Museu do Carnaval, o Museu de História da Arte e o Palácio Salvo, num prédio bem chamativo na Plaza Independencia, mas não deu tempo de ir.
Também entrei no El Cabildo, na Igreja Matriz e o edifício que sedia a Cervejaria Matriz – Rua Sarandí, 582 – que não descobri o nome até agora, mas é belíssimo lá dentro. Vale a pena passear também pela rua Perez Castellano, que passa pelo Mercado do Porto, algumas lojas de arte e cafés legais e o centro de informações turísticas, qe eu recomendo ir até lá para pegar um guia e uma folha com todos os horários de funcionamento e endereço de museus, palácios e espaços culturais.
Na mesma rua está o La Vieja Tenita, um lugar curioso para apreciadores de música. Por lá você encontra os mais diversos instrumentos musicais e alguns são feitos a partir da reciclagem de vários objetos. Se der sorte, pega a apresentação do responsável, Gabriel Monteverde, que toca e explica as origens dos instrumentos. Outro lugar legal para quem curte produção artesanal é o Mercado de los Artesanos, que tem uma infinidade de expositores.
Entre os passeios mais conhecidos está a Feira de Tristán Narvaja, focada em antiguidades, que é uma das maiores da América do Sul. Fui também no Parque Rodó, que fica próximo a orla – aliás, praia urbana mais limpa que já vi – e logo ao lado tem um parquinho de diversões bem nostálgico. Outro que fui é o Jardim Botânico, que tem espécies de plantas de vários países, e o Jardim Japonês, dentro do Museu Juan Manuel Blanes.
Mas, o Castillo Pitamiglio foi certamente um ponto alto da viagem. Esse lugar é absolutamente fabuloso! As visitas, que custam 125 pesos, são somente guiadas e sem a permissão de fotos, são essenciais para que você entenda todas as simbologias absurdas do lugar onde viveu o alquimista Humberto Pitamiglio.
O castelo parece pequeno na entrada, mas se expande até o outro lado da rua. Ele foi construído totalmente baseado em símbolos, que são apontados pela monitora e deixam a gente de queixo caído. Perto dali está o Museu Zorrilla, que tem um jardim bem agradável. A casa é onde viveu Juán Zorrilla, principal poeta romântico do Uruguai.
Ali perto está o Punta Carretas Shopping, construído num antigo presídio, que justifica o visual da entrada, bem interessante. Mas, se quiser investir em compras, prefira bater perna na Av. 18 de julio, que percorre boa parte da cidade. Lá você encontra lojas e galerias de tudo o que é tipo, além da famosa Fonte dos Cadeados. Para as mulheres, indico as lojas Indian, Guapa, David Cassim e a Outlet Convención.
Próximo a bifurcação da Av. Constituyente está o edifício da Prefeitura, que tem como atração o Mirador Panorámico de la Intendencia. O mirante gratuito fica no 22º andar e dá uma vista incrível para a cidade, pegando vários pontos dela, quase que 360º.
A noite, se quiser provar as cervejas artesanais uruguaias, recomendo o bar Montevideo Brew House – Gastei 717 em duas porções (pães de cevada e bruschettas) e 1 chope grande, 2 chopes pequenos e 1 garrafa de cerveja Volcanica. Outro lugar legal e um tanto mais sofisticado é o Che Montevideo, na av. Rambla. No Mercado Agrícola de Montevidéu (MAM) também tem a Choperia Mastra, que é bem falada, mas não consegui ir.
Um dos bares mais legais que conheci foi o Burlesque. Gastei 827 pesos comendo 1 quesadilla para duas pessoas, porção bem servida, 2 chopes IPA, 1 limonada frozen e 1 chope Scotisch. Os bairros Pocitos e Punta Carretas são a parada certa na hora de curtir a noite. Por lá, também selecionei os bares Lola, Después te Explico, Tibet e Thelma.
E ah! Para os curiosos de plantão em relação à liberação do uso de maconha: é comum ver pessoas fumando na rua, mas você não vai conseguir comprar a erva por lá. Nas lojas especializadas, que estão em vários lugares, você pode buscar informações sobre os mais variados tipos de cannabis, ver as plantas crescendo e comprar sementes, acessórios e etc, mas não a erva para consumo. Perto do Mercado do Porto tem uma loja legal.
Bom, Punta del Este é um balneário bem bonito, limpo e extremamente vazio em baixa temporada, tanto que muitos bares e restaurantes sequer funcionam. As praias também ficam vazias e o clima não colaborou comigo, então, eu sequer tirei o biquíni da mochila. Mas é legal passear pela orla, chegar até o Porto e, quem sabe, alimentar os lobos marinhos. Os pescadores ficam ali cumprindo essa tarefa e eu acabei fazendo o mesmo. Depois dei um regalo para o guri que me ajudou e me deu o peixe pra eu dar ao lobo.
Por ali é onde também saem os passeios de barco. Eu queria ter ido até a Isla Gorriti, mas a maré não estava colaborando com a gente. Os turistas, porém, preferem desembolsar mais e ir até a Isla de Lobos, onde dá para ver os lobos marinhos de perto e até nadar com eles. Me contentei tomando um sorvete na Heladeria Il Porto, que cobra 100 pesos pela casquinha. Ao lado tem alguns restaurantes e uma paisagem bonita.
Como ponto turístico, tem também o Farol – que estava fechado – e a igreja, logo em frente. O Monumento de Los Dedos fica um pouco longe dali, mas seguir pela orla se chega até ele, na parada 1 da Praia Brava. No Mercado de Artesanato conhecemos o Dardo, um artesão que faz um trabalho mega minucioso, recortando moedas de vários países para criar pingentes e chaveiros. É realmente muito trabalhoso o processo.
Tive boas surpresas culturais em Punta, a começar pelo Museu Ralli. Particular, tem entrada gratuita e exibe obras de artistas latino-americanos, além de contar com peças lindas de Salvador Dalí em seu acervo. O jardim de esculturas é maravilhoso, um ótimo passeio para a tarde. Fora que o bairro onde ele fica se chama Beverly Hills, cheio de gramados infinitos e casas maravilhosas, com influências norte americanas.
Outro que é bem legal é o Museu do Mar, em La Barra. São tantas coisas pra ver lá dentro que você se perde no meio daquele monte de informação visual. Basicamente você vai conhecer todas as espécies marinhas possíveis, ver animais empalhados (não curto muito, mas ok), esqueletos gigantescos de orcas e baleias, mil conchas e até saber mais sobre os piratas que já viveram pelos sete mares. Em frente dele está o Insectário, que reúne uma infinidade de insetos.
Em La Barra a galera também pira na arquitetura da ponte que faz a ligação com Punta. Fora isso, a região tem bastante hostel, diferente do resto da cidade, então pode ser uma boa opção para quem quer economizar. É provável que tanto em Punta quanto lá você encontra a loja Canoa Quebrada, que tem um visual bem hippie e vende algumas coisas, como itens de decoração, roupas, cangas, acessórios e o que mais você imaginar.
Já a tal Casa Pueblo, uma das atrações mais famosas, não fica em Punta del Este e sim em Punta Ballena. Lá fui eu dar mais um rolê de ônibus somado a uma longa caminhada até chegar ao ateliê de Carlos Vilaró, que atualmente abriga um museu, um hotel, um café e um restaurante. O lugar, construído em madeira em 1958 e coberto com cimento dois anos depois, é realmente muito bonito, um marco arquitetônico.
Saindo de lá, eu segui para as chamadas Las Grutas, uma gruta onde antigamente rolava umas festas dentro, o que justifica o balcão de bar construído no local. Descendo uns degraus de pedra bem íngremes, cheguei a praia e à direita estava a gruta. Ela está um tanto suja e deteriorada, mas a vista ao redor é bacana.
Voltando para Punta del Este, tomei um banho e já pretendia sair. “Mas está muito cedo ainda! A noite aqui começa por volta das 2h da manhã”, disse o meu anfitrião. Eram 23h e eu já estava bem cansada, então resolvi sair a essa hora mesmo. Optamos por ir ao Moby Dick, pub que tem banda de rock, onde consumi uma garrafa de vinho, uma pizza e duas cervejas long neck por 781,72 pesos.
Acontece que lá pras 2h da manhã o lugar realmente se transforma. Do nada começou uma música eletrônica bem alta e aí eu me dei conta que Punta del Este é genuinamente para baladeiros. Eu e minha velhice nos retiramos do local. Por estar muito cansada das longas caminhadas diárias, foi o único dia que tive forças para sair a noite.
Na região de Rocha estão os lugares mais roots do Uruguai, que me renderam boas aventuras. Passei por La Paloma, um dos points dos surfistas, até chegar a Barra de Valizas, onde eu tinha arrumado hospedagem. Lá não há absolutamente nada para fazer em baixa temporada, não tem energia elétrica – com exceção das vias principais – e a praia não é tão atraente. Mas é um lugar diferente, cheio de dunas, ruas de terra, casas de madeira que as próprias famílias constroem e muitas delas ficam fadadas ao abandono. Rende boas fotos.
No Verão acaba ficando bem agitada, já que muitos uruguaios mantêm casas de férias por lá e os mochileiros curtem o lugar. Tudo bem…seriam cinco dias sem luz e, por um milagre, tinha internet Wi-Fi no hostel. Quando acabava a bateria do celular, tinha que ir até o mercado pedir para carregarem um pouco. O mesmo cenário acontece em Cabo Polônio, por isso é um lugar onde as estrelas aparecem muito mais, já que não há luz e tampouco poluição. Infelizmente não consegui cumprir essa tarefa porque os dias estavam nublados. Frustração!
Fiz um bate-volta, visitei o Farol por 20 pesos, andei pela praia bonita e avistei uma centena de lobos marinhos. Apesar de ser um lugar isolado, gostei mais de lá do que de Valizas. Mas ambas experiências são interessantes pra gente se desligar de tudo por um tempo e curtir a natureza. Queria ter ido até o Bosque de Ombués, que tem umas árvores milenares bem grandes, mas o contato com quem fazia o passeio era difícil.
Um belo dia, no auge do tédio, andamos até a cidade vizinha, Águas Dulces, com a promessa de que lá havia um “museu oceanográfico”. Depois de uma hora de caminhada chegamos ao destino, um tanto curioso, com casinhas bem arrumadas, todas com um “nome” escrito na porta e também muitos grafites pelas paredes. Perguntamos onde era o tal museu e nos disseram que se chamava La Tortuga.
Avistando uma tartaruga desenhada na fachada, chegamos. Da janelinha, avistei um monte de animais empalhados e já sabia que aquele era o lugar mais sinistro que já vi na vida. Não era bem um museu e sim a casa de um pescador que desde 1985 empalhava os animais que caçava. Isso justifica suas más condições, que dão aos bichinhos um ar bizarro. Saí de lá e me deu uma crise de riso que tenho até hoje, foi bem engraçado esse rolê.
Voltando para Valizas, avistamos uma “coisa” na areia. A essa altura do campeonato eu já não sabia mais se continuava sã, então achei que era só um pedaço de madeira, sei lá. Chegando perto, a coisa se moveu e tcham! Era um lobo marinho tomando sol na praia! Nunca pensei que ficaria tão perto de um animal sem ter que pagar nada.
Apesar de todos os perrengues dessa viagem, posso dizer que gostei de conhecer o Uruguai e de viver tudo isso. O povo é bem simpático, disposto a ajudar; a comida é saborosa e os vinhos tem preços excelentes; a cultura permeia todos os cantos. Mas o principal mesmo foi ver o quanto há uma preocupação ambiental, mantendo os lugares limpos e preservados, a natureza em sua forma mais selvagem, tarefa essa que os brasileiros deveriam aprender.
Fotos por Brunella Nunes
*reprodução não autorizada*
Sou apaixonado pelo Uruguai e todos os anos estou lá. Belo relato, mas te aconselho a ir no verão ou no auge do inverno nestes mesmo lugares, pois te darão um outro tipo de percepção. E, ah, não ter ido à Colônia, foi imperdoável. Lá, é a cereja do bolo. Hehe. E coloque outros destinos encantadores na sua próxima ida: Piriápolis, La Paloma, Punta del Diablo e a rambla de Montevidéu, no final de tarde. Abraços
Obrigada pelas dicas!!
Oi Antonio! Eu passei pela Punta del Diablo, Piriápolis, também a rambla de Montevideu no final da tarde 🙂
Gostei de tudo sim, só lamento por eu realmente ter ido na época “errada” para Cabo Polônio, mas a viagem foi incrível. Infelizmente não deu tempo mesmo de ir até Colonia, porque eu tinha que voltar pra casa. rs
Obrigada pelo comentário!
Abs,
Brunella
Olá! Você sabe quanto gastou no total para nessa viagem? Obrigada!
Olá Bruna, confira os custos aqui: http://quantocustaviajar.com/uruguai
Sensacional !!!!
vIAJAREI SOZINHA PARA O URUGUAI-QUAIS AS DICAS?