Esqueça tudo que você já ouviu sobre viajar para os Estados Unidos. O Fly Geyser é uma das paisagens mais surreais que você encontrará no país. Localizado no condado de Washoe, em Nevada, perto de Gerlach, a sensação é de ter sido transportado para dentro do Photoshop.

A diferença é que o Fly Geyser ou Fly Ranch Geyser está no mundo real. Basta se programar para ter a oportunidade de conhecer o cenário.

Misture as montanhas coloridas no Peru (ou “Montanha das Sete Cores”) com um gêiser, uma dose de interferência humana e deixe o tempo agir por uns cinquenta anos para se surpreender com uma paisagem tão única.

Sim, porque embora suas origens sejam naturais, o Fly Geyser não teria surgido se não fosse uma soma de acasos…

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Em dias claros, as cores do Fly Geyser ficam ainda mais nítidas.
Em dias claros, as cores do Fly Geyser ficam ainda mais nítidas. Foto: Jeremy C. Munns/Domínio Público

História do Fly Geyer

Essa história começa há cerca de 100 anos. Com a ideia de que seria possível adaptar parte do deserto para a agricultura, uma empresa foi contratada para perfurar um poço. Acontece que o líquido encontrado não era adequado para irrigação: tratava-se de uma fonte geotérmica de água fervente, com temperaturas que chegavam a 200 graus.

Como o investimento na agricultura não deu certo, o gêiser foi abandonado. A ação da natureza e o passar dos anos fizeram com que se formasse no local um cone de carbonato de cálcio com cerca de 4 metros de altura.

Anos depois, na década de 60, uma empresa de energia geotérmica foi chamada para perfurar um novo poço no mesmo local (povo insistente, né?).

Desse buraco surgiu um gêiser, que começou a jorrar um líquido quente repleto de minerais e bactérias. Tudo com os mesmos 200 graus obtidos na água da primeira perfuração.

Fly Geyser coberto de água
A água que jorra do gêiser é tanta que chega a atrapalhar as fotografias. Foto CC BY-SA 2.0 Ken Lund

Como não atendia ao objetivo da empresa, o poço foi vedado. Entretanto, a natureza já havia sido cutucada e não estava disposta a se calar. O novo gêiser roubou a pressão de água do primeiro e foi crescendo ao longo das décadas até virar essa maravilha que hoje conhecemos como Fly Geyser.

De acordo com informações do Visite os USA, sua superfície é coberta por algas termofílicas, que florescem em ambientes úmidos e quentes. É graças a elas que podemos apreciar os tons de verde e vermelho que adicionam um toque mágico à paisagem.

A propósito, ela continua espirrando água em jatos com mais de cinco metros de altura! É um verdadeiro espetáculo.

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Fly Geyser visto de baixo
Fly Geyser. Foto: Podruznik/Domínio Público

Fly Geyser

Localizado dentro de uma propriedade privada, cujos donos são os criadores do Burning Man Project, o Fly Ranch passou muito tempo fechado ao público.

Por anos, só foi possível observar essa obra da natureza (com um toque humano, vá lá!) a partir da State Route 34, ao norte da cidade de Gerlach, nos Estados Unidos. O município se encontra a cerca de 25 minutos de distância da atração.

Em 2018, as portas foram abertas pela primeira vez. Desde então, é possível reservar passeios na natureza aos finais de semana.

Convidada a participar da caminhada, a jornalista Bree Zender, do Kunr, relatou o que viu: “Tem cerca de 6 a 10 metros de altura, vomitando água fervente do topo de seu pico para o chão, fluindo para baixo em rios coloridos, em um estilo Mágico de Oz. E fica ainda mais estranho, considerando que isso não é exatamente natural“.

O vídeo abaixo, gravado em 2017, mostra em imagens o que as palavras têm dificuldade de descrever:

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Como visitar o Fly Ranch Geyser

A agenda anual de caminhadas do Fly Ranch Geyser fica disponível no site do Black Rock Desert.

Para 2020, as próximas datas iniciam no dia 12 de junho, mas o calendário pode ser alterado devido à pandemia de Coronavírus. Até 31 de outubro, estão programadas 56 saídas, sempre às sextas, sábados ou domingos, das 9h às 13h.

Durante o passeio, os participantes realizam uma caminhada de três horas em meio à natureza. A visita pela propriedade de 3.800 acres permite conhecer mais sobre a flora e a fauna local antes de chegar ao ponto alto do passeio: o Fly Geyser, claro.

Pede-se que câmeras e telefones permaneçam desligados durante o percurso. Ao final da experiência, os participantes poderão ligar os aparelhos novamente e terão de 20 a 30 minutos para registrar o gêiser – é a oportunidade de se exibir no Instagram.

Fly Geyser
O show de águas do Fly Geyser. Foto CC BY-SA 2.0 Ken Lund/Flickr

Como chegar ao Fly Geyser

Gerlach é a cidade mais próxima da atração. Se bem que “cidade” não é exatamente o termo… A área possui uma população média de apenas 100 pessoas.

Sua principal fonte de renda é funcionar como uma porta de entrada para o festival Burning Man. O evento corresponde a cerca de 25% das vendas anuais em estabelecimentos comerciais localizados na região.

Há apenas uma acomodação na cidade: Bruno’s Country Motel, no melhor estilo beira de estrada. Também é possível encontrar hospedagem através do Airbnb ou acampar. O local possui alguns pequenos cafés, restaurantes e bares para saciar a fome dos visitantes.

De Las Vegas, principal cidade de Nevada, chega-se a Gerlach em cerca de 8 horas. Saindo de São Francisco, na Califórnia, a viagem é mais curta: pouco mais de 5 horas de carro separam os dois destinos.

Para economizar no trajeto, a dica é pesquisar por preços de aluguel de veículos através da RentCars, um comparador que lista os valores e automóveis disponíveis em diversas locadoras do mundo.

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Fly Geyser, em Nevada. Foto: Podruznik/Domínio Público

Quanto custa o passeio?

Para reservar seu lugar em um dos passeios pelo Fly Ranch Geyser, é necessário fazer um depósito no valor de US$ 40 por pessoa (cerca de R$ 210) e há uma cobrança extra de US$ 3 (R$ 16) pelos gastos de gestão.

Menores de 12 anos acessam o espaço gratuitamente, mas devem ser acompanhados por um adulto.

Entretanto, o site da iniciativa deixa claro que a experiência é baseada em doações. Ao final da jornada, os participantes escolhem se desejam contribuir com o valor depositado ou preferem realizar uma doação de outra quantia.

Caso não compareçam na data marcada, o valor não será reembolsável e passa a ser considerado como uma doação para o projeto.

Justo, não é mesmo?

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