Com nome de condessa, o edifício Germaine Burchard não passa despercebido no centro de São Paulo. As curvas cor de rosa da varanda cercadas por janelões arredondados podem ser facilmente confundidas com um hotel chique, mas é um condomínio, com apartamentos de aluguel por temporada.

Atualmente, o Germaine se chama Marian e passou por um retrofit em 2019 para renovação da parte elétrica e hidráulica. Mas o charmoso prédio foi projetado na década de 30 por Enrico Brand como o primeiro flat da cidade.

Foto: Brunella Nunes/Equipe QCV

E quem vivia lá no topo? A família Burchard, que tinha vista privilegiada para os icônicos edifícios Martinelli e Farol Santander em uma cobertura de 330 m². Germaine Lucie era brasileira, filha do negociante alemão Martinho Burchard, dono de muitos loteamentos na cidade, em especial na região de Higienópolis, que seria projetada para a elite e assim permanece até os dias atuais.

Morando em Paris boa parte da vida, a condessa herdou do pai muitos terrenos e imóveis no Brasil. Ela também dava nome a um lindo palacete na Praça da Sé, que foi demolido.

O edifício Germaine Burchard chegou a ser eleito o mais bonito de São Paulo na década de 40

Foto: divulgação/Airbnb

A antiga morada sofisticada abrigava fazendeiros e outros endinheirados que estavam em São Paulo a negócios e não queriam gastar suas fortunas com a manutenção de casarões.

Posteriormente, o local se transformou em hotel mesmo, comandado por duas redes distintas ao longo do tempo. O primeiro foi o Alvear, reformado por Vladimir Vensann e Lucian Korngold nos anos 1950 para receber hóspedes com todo o requinte possível. O restaurante Rose Room, que fazia parte do complexo hoteleiro, era também o puro creme do luxo à mesa.

Foto: Brunella Nunes/Equipe QCV

Depois passou a se chamar Hotel Marian Palace, até voltar a servir como moradia na virada do milênio, sob o nome Edifício Marian. O arquiteto Pierre Mermelstein foi o responsável por transformar as suítes em residências de 38 a 75 m², e até hoje ele mantém seu escritório na cobertura, onde viveu Germaine.

O retrofit manteve as características originais, mantendo o charme e a autenticidade de outros tempos. Um deck com uma pequena piscina e cadeiras coloridas compões área de lazer do edifício.

Uma lavanderia comunitária está instalada na área de uso comum. Embaixo do edifício tem alguns pontos comerciais, incluindo uma agência bancária.

Foto: divulgação/Airbnb

O prédio entre as estações de metrô Luz e São Bento fica colado na igreja de Santa Efigênia, que é bem bonita em seu interior.

Os arredores oferecem bastante coisa a se fazer, incluindo vários tipos de restaurantes e serviços. A Galeria do Rock e o Theatro Municipal de São Paulo estão a poucos metros dali.

Foto: divulgação/Airbnb

Uma noite no edifício Germaine Burchard

Em sites de aluguel de temporada é possível encontrar apartamentos para se hospedar no icônico edifício. Confira abaixo a nossa seleção:

Apartamento moderno com decoração vintage. Acomoda até três hóspedes. Possui um banheiro, ar condicionado, cozinha equipada, TV, Wi-Fi e varanda. R$ 107 por noite

Studio 86estúdio com ambientes integrados, pequena varanda, TV, Wi-Fi, armarios, cozinha equipada e um banheiro. R$ 146 por noite

Foto: divulgação/Airbnb

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