Mendoza está tão próximo do Brasil e tem uma paisagem completamente diferente do que vemos por aqui, ela é a capital da província que leva o mesmo nome na nossa vizinha Argentina. Para quem gosta de vinhos é o paraíso! Vinícolas famosas como a Chandon Argentina e a Catena Zapata estão lá! Além da produção de vinhos têm a fabricação de azeite que também é muito importante na região. Mais de 70% da produção de vinhos da Argentina é dessa região. Além de beber vinhos de qualidade com preços muito mais acessíveis que no Brasil e comer muito bem as carnes argentinas, empanadas, medialunas e o doce de leite argentino a paisagem é magnífica, romântica e especial. Digna de comemorações como uma lua de mel, ou uma viagem a dois.
A província concentra mais de mil bodegas (como chamam as vinícolas), algumas são muito industrializadas e utilizam muita tecnologia, outras menores e artesanais. A dica é conhecer um pouco de cada. A uva que é a especialidade da região é a Malbec. Conhecer quatro vinícolas por dia com mini-curso e degustação é possível e ideal, mais que isso chega a ser exagero. O ideal é conhecer vinícolas com estruturas e especialidades diferentes. O tour pode ser feito de carro, você pode vir de carro do Brasil ou do Chile ou alugar um carro em Mendoza, o que não é o ideal para quem vai beber, a não ser que o motorista não goste de vinhos. Outra alternativa são micro-ônibus ou vans que fazem os passeios, te buscam no hotel e te levam nas vinícolas que você escolher dentro da região que vão fazer naquele dia, é uma ótima escolha!
Primeiro dia – região sul de Luján del Cuyo: Chandon, Septima, Octaviano e Terrazas
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A Chandon é francesa e sua primeira vinícola fora da Europa é a da Argentina, onde conseguem manter a melhor qualidade do vinho fora das suas terras de origem. Sim! A Chandon Argentina é melhor que a brasileira, além de ter bebidas especiais como a Chandon Delice que não é produzida no Brasil, que é mais adocicada, combina o clássico do Cardonay e Pinnot Noir com Sémillion e Petit Manseng e é ideal para drinks. Como é uma das mais conhecidas sugere-se agendar com antecedência pelo site da empresa. A área da bodega para receber visitantes é linda, uma área verde, uma estrutura excelente. O visitante é encaminhado para assistir a um vídeo com explicações sobre o grupo, depois é levado para uma sala especial de degustação com explicação sobre os diferentes espumantes. É ótimo para começar o passeio já que os espumantes são mais leves, e eles costumam tomar espumante no café da manhã! Você vai ver no hotel que se hospedar, geralmente com suco de laranja. Também têm uma loja para comprar os espumantes. Tem uns combos que costuma compensar pelo valor. Lá uma Chandon custa cerca de 50% do que pagamos no Brasil. Oferecem dois tipos de degustação: Linha Chandon e Degustação Premium.
A segunda bodega do dia que visitamos foi a Séptima, diferente da primeira nesta te permitem entrar na produção de vinhos e ver o vinho nas barricas, o transporte. O prédio dessa vinícola é imponente e ela fica bem ao pé da montanha, tem uma vista maravilhosa. Escolha a degustação que mais te agrada e não deixe de provar os Malbecs! Eles têm o restaurante Maria caso você deseje almoçar ali mesmo.
A terceira bodega que visitamos foi a Otaviano que pertence ao grupo Penedo Borges. Foi lá que almoçamos também. O curso de degustação é muito explicativo, foram muito atenciosos e deixaram provar o vinho direto da barrica. Eles têm diversos vinhos premiados, além dos vinhos jovens. Vale provar os vinhos da linha Gran Reserva e da Linha Ícono e comprar um vinho especial para trazer na mala. Claro que novamente a principal indicação são os vinhos da uva Malbec. O restaurante deles é super aconchegante, com uma lareira e a comida maravilhosa. Vale a experiência! Eles oferecem três menus diferentes.
Você acha que está cansado, que não vai ver mais nada diferente, até chegar a quarta bodega, que não se parece em nada com as três primeiras, a Terrazas de Los Andes que faz parte do grupo LVMH (Louis Vuitton S.A. – Moët Hennessy), assim como a Chandon. Essa bodega fica na estrutura de uma antiga estrutura de estilo espanhol. A modernização foi feita com muito cuidado para não estragar a arquitetura original. A bodega produz vinhos de alta qualidade. A dica é para o vinho branco reserva Chardonay.
Segundo dia: Catena Zapata, Dante Robino, Tierras Altas e Vistalba
No segundo dia começamos pela Catena Zapata, que é uma das maiores vinícolas de Mendoza. Ela é bem turística, tem uma estrutura especial para receber, com amplas salas de degustação, um espaço com as barricas de carvalho para fotos, tour guiado por essa estrutura e seu prédio imita uma pirâmide Maia. Tem vinhos de diversos tipos, desde os jovens e os famosos e mais refinados como o Catena Zapata Estiba reservada. Vale comprar um vinho da linha Angélica Zapata de DV Catena que são maravilhosos. No passeio contam a história da vinícola e a degustação é bem explicativa. Também precisa agendar com antecedência.
A segunda vinícola, Dante Robino é familiar e tem mais de 90 anos. Produz vinhos e espumantes de muita qualidade. A vinícola é bem diferente das demais, a dica aqui é dos espumantes para comprar e provar: o Novecento (extra-brut, rosado e demi-sec) e o Cappricio que é a linha de espumantes doces. A visita inclui um passeio por uma antigo vinhedo de Malbec, uma moderna sala de barricas, a área de elaboração dos espumantes e a possibilidade de degustar os vinhos diretamente dos tanques, além da visita à cava subterrânea.
A terceira vinícola do segundo dia foi a Tierras Altas, uma bodega boutique. Sem dúvidas foi o melhor atendimento de todas que tivemos. Almoçamos com degustação de vinho e azeites que vinham com um pão caseiro delicioso para provar, depois fizemos o tour da Experiência Malbec, com vinhos malbec tinto, malbec rosé, malbec roble, espumante malbec. Os vinhos eram à vontade. Pode provar nas barricas, nas diversas etapas da produção, te levam nos vinhedos, explicam detalhes, tiram suas dúvidas, te ensinam muito sobre vinhos. Você conhece as cavas, degusta nas barricas e aprende tudo sobre os aromas Malbec.
A última bodega do segundo dia, para fechar as 8 vinícolas em dois dias de passeio foi a Vistalba. Além de bodega eles têm um hotel na propriedade, é um ambiente muito bonito. Eles têm os Vinhos de Corte, os varietais e o espumante Progenie, além do azeite de oliva CorteV. A visita começa com o passeio pelos vinhedos, depois passa pelo processo de elaboração conhecendo as instalações da bodega e por último a degustação na cava subterrânea. A degustação oferece vinhos das linhas Tomero, Vistalba e Progenie. Têm também uma ampla loja com todos os produtos para venda. O pôr do sol de lá é lindo de se ver.
E aí, partiu Mendoza?!
Post e fotos por Daniela Drummond
Outras vinícolas muito legais de visitar: Zuccardi e Domínios del Plata (que era da enóloga Susana Balbo) para almoçar. Se já são mais iniciados no vinho, El Enemigo (almoço também muito bom, mas menos gourmet que o normal das vinícolas de Mendoza) e Achaval Ferrer são boas. E somente para os ratos de vinho (ou seja, nada turístico, mas vinhos fantásticos) tem o Carmelo Patti. As que não recomendo: Cobos e La Rural (da linha Luigi Bosca).
Quais o valores pra fazer esses tours em cada um das bodegas?
Confira: https://quantocustaviajar.com/argentina/mendoza/passeios