Viajar de carro é bom, mas também pode ser uma verdadeira dor de cabeça. Ao contrário de uma viagem com passagens compradas e horários organizados, uma road trip requer atenção e planejamento. Afinal, o motorista e os passageiros se tornam os responsáveis por cada passo do roteiro. Para começar, é preciso saber como funciona para dirigir na Europa.
Obviamente, há muitas variáveis nesse sentido, mas tentamos reunir aqui as principais dúvidas dos motoristas de primeira viagem. Quais documentos levar? Será que precisa da PID? E se houver multas pelo caminho?
Fica comigo e descubra os principais requisitos para dirigir na Europa.
Dirigir na Europa: documentação
A primeira coisa a planejar quando se pensa em alugar um carro na Europa é a questão da documentação exigida pelas locadoras.
Em geral, será necessário apresentar os seguintes documentos:
- Carteira de motorista
- Passaporte
- Permissão Internacional para Dirigir (PID)
- Cartão de crédito internacional a nome do motorista
É importante observar que, se a sua carteira de motorista for emitida no Brasil, ela só terá validade em conjunto com o passaporte brasileiro. Não adianta apresentar a PID ou mesmo o passaporte de outro país (caso você tenha dupla nacionalidade).
Até aí, tudo bem: se você quer dirigir na Europa, o mínimo que se espera é que já tenha uma carteira de motorista e um passaporte em mãos, não é mesmo? Mas e a Permissão Internacional para Dirigir (PID)?
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A PID é obrigatória?
A maioria dos países europeus permite, em teoria, que brasileiros aluguem carros sem a Permissão Internacional para Dirigir (PID).
Apesar disso, a PID funciona como uma tradução da carteira de habilitação e é o documento oficial para dirigir nos mais de 100 países signatários da Convenção de Viena sobre Tráfego Rodoviário, de acordo com informações do Detran-RJ e do Portal Consular.
Os países europeus que assinaram o acordo são:
Albânia | Eslovênia | Lituânia | República Tcheca |
Alemanha | Estônia | Luxemburgo | Romênia |
Áustria | Finlândia | Macedônia | Rússia |
Bielorrússia | França | Moldávia | San Marino |
Bélgica | Geórgia | Mônaco | Sérvia |
Bósnia e Herzegovina | Grécia | Montenegro | Suécia |
Bulgária | Holanda | Noruega | Suíça |
Croácia | Hungria | Polônia | Turquia |
Dinamarca | Itália | Portugal | Ucrânia |
Eslováquia | Letônia | Reino Unido |
Brasileiros em viagem com duração máxima de 180 dias para qualquer um destes destinos poderão dirigir de posse da Permissão Internacional para Dirigir, sempre que ela esteja acompanhada da CNH. Os documentos não são válidos separadamente.
Em destinos que não constam nesta lista, brasileiros não poderão dirigir, mesmo em posse da PID. A exceção fica para a Espanha, onde brasileiros têm o direito de dirigir usando apenas a CNH brasileira, graças ao Princípio de Reciprocidade firmado entre os dois países.
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Como fazer a PID
A PID deve ser feita no mesmo Detran estadual em que o motorista tiver registrado sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os custos e procedimentos para emissão do documento variam dependendo do estado.
Para solicitar a permissão internacional, o condutor deve possuir a CNH vigente e não pode estar com o documento suspenso.
Após a emissão, a PID será válida por até três anos ou até a vigência da CNH, o que ocorrer primeiro. Mesmo assim, é importante lembrar que a PID não tem validade se não estiver acompanhada da CNH, portanto é imprescindível viajar com os dois documentos.
Pedágios na Europa
Posso apostar que ninguém gosta de pagar pedágios. Mesmo assim, é um mal necessário e ainda estamos para conhecer algum país que não possua este tipo de arrecadação nas estradas.
Recomendo pesquisar sobre a forma como é realizada a cobrança de pedágios no país que será visitado. Isso acontece porque nem sempre se pode contar com aquela tradicional casinha em que você simplesmente paga uma quantia para o atendente e continua seu caminho.
De Portugal à Itália, países em que eu já aluguei carros algumas vezes, é comum encontrar com pedágios que são pagos de acordo com o trecho da estrada que foi percorrido. Funciona assim: o condutor pega um tíquete em um primeiro posto de pedágio e paga o valor equivalente ao que foi percorrido em um segundo posto.
Portugal, porém, é um verdadeiro mistério no quesito pagamento de pedágios, visto que muitas rodovias possuem apenas a cobrança automática – ou seja, sem postos para pagamento.
Se for dirigir no país, recomendo optar pelo Via Verde, uma espécie de Sem Parar português. O aparelho costuma ser oferecido como um adicional pelas locadoras de veículos no país.
Multa na Europa: e agora?
Quem pensa em dirigir na Europa para economizar entre um trajeto e outro deve reconsiderar essa ideia. Afinal, não basta calcular apenas o valor do aluguel, muitas vezes mais econômico do que a compra de passagens aéreas ou rodoviárias entre dois destinos.
É preciso incluir na conta o valor da gasolina, gastos com pedágios e estacionamentos. Estes são os gastos previsíveis, mas há ainda dois itens que são quase impossíveis de prever: danos ao veículo e multas.
Contratar um seguro completo sem franquia, embora mais caro, é uma maneira de se ver livre de possíveis gastos com reparos. Quanto às multas, não há o que fazer, a não ser pagá-las.
Elas deverão chegar pelos correios no endereço fornecido à locadora no momento do aluguel do veículo. Não se espante se a multa chegar meses depois da viagem – inclusive, é bastante comum que isso aconteça. Quase sempre, o documento já indicará uma forma de pagamento para quitar a dívida.
É bom preparar o bolso. As locadoras também costumam cobrar um valor de agenciamento nesses casos.
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Abastecendo o carro
Uma dúvida importante que surge na hora de abastecer o carro durante uma viagem pela Europa é o fato de que muitos países não possuem a figura do frentista. É você mesmo quem enche o tanque.
Parece algo complicado à primeira vista, mas na prática é bastante simples. Como regra geral, a porta do tanque irá indicar qual o tipo de combustível a ser usado no veículo (ele também estará informado no contrato de locação). A gasolina comum, por exemplo, tem o código E5.
O mesmo código pode ser encontrado nas bombas de gasolina/diesel. Fazendo essa verificação, não tem erro na hora de escolher o combustível. Basta retirar a pistola da bomba, posicioná-la na abertura do tanque e puxar o gatilho.
Quando a mangueira der pequenos solavancos, é sinal de que o tanque está cheio. Solte o gatilho e coloque-o novamente na bomba, sem esquecer de fechar bem o tanque de combustível. Verifique o número da estação em que o veículo foi abastecido e pague na loja de conveniências (em alguns casos, o pagamento será feito na própria máquina, com cartão).
Esse procedimento é super importante, visto que a maioria dos veículos possui uma política de combustível “cheio para cheio”. Ou seja, você retira o carro com o tanque cheio e deve devolvê-lo da mesma forma. Caso não o faça, as locadoras costumam aplicar uma cobrança muito mais cara do que o valor que seria gasto abastecendo o veículo.
Tem mais alguma dúvida sobre dirigir na Europa? Aproveita e conta para a gente nos comentários! 🙂
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