Apesar de estar em plena América do Sul, o Equador ainda não caiu nas graças de muitos viajantes, mas isso até que conheçam mais sobre Galápagos. O arquipélago formado por 58 ilhas vulcânicas conquistou, primeiramente, o naturalista Charles Darwin, que ali começou a ter devaneios sobre a Origem das Espécies e a Teoria da Evolução, em 1835, a bordo do navio HMS Beagle.
Os fatos curiosos e, até então, inusitados levantados por Darwin vieram de sua observação para a flora e fauna local, que inclui iguanas-marinhas, leões-marinhos e tartarugas-gigantes, formando a segunda maior reserva marinha do planeta. Em pleno século 19, a riqueza do ecossistema não só encantou o britânico como validou a teoria da evolução, que até hoje marca a vida escolar e acadêmica de muitos alunos ao redor do mundo.
Foi desse rico território que Darwin criou um dos livros fundamentais para a história da Humanidade, apresentando ao mundo a teoria da evolução e o arquipélago equatoriano. A fama das ilhas não parou de crescer desde então, tornando-se o primeiro parque nacional do Equador, em 1959, e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO 19 anos mais tarde.
Hoje, mais de 200 mil pessoas visitam Galápagos todos os anos para ver animais e paisagens que não se encontram em nenhum outro lugar do planeta.
O Arquipélago de Colón, nome oficial das ilhas do oceano Pacífico, está a 1.000 quilômetros de distância da costa do Equador, o que o torna tão selvagem e inóspito em vários pontos. O ideal é ir até Quito, um dos principais destinos turísticos do país, na fronteira com o Peru, para chegar a ilha de Baltra, que recebe grande parte dos voos.
Diante de uma oferta de 13 ilhas principais em meio a dezenas de ilhotas, que ainda são vulcanicamente ativas, os turistas geralmente optam pelas que têm maior infraestrutura, como San Cristóbal (onde está a capital Puerto Baquerizo Moreno), Isabela e Santa Cruz, que é a segunda maior de Galápagos. Entre as preferidas dos visitantes também está a Española e Floreana. Em Puerto Ayora estão as melhores acomodações e também o porto de onde saem boa parte dos passeios. É possível avistar lobos marinhos descansando tranquilamente nos bancos e pelo chão da cidade.
No território turístico se dividem atrativos como mergulho entre baleias e tubarões, belas praias, passeios por grutas e vulcões, além de observação da fauna e da flora. As espécies variam de acordo com a ilha, tornando a viagem especialmente rica em termos de conhecimento e descoberta. Como cada ilha tem suas particularidades, mas vamos destacar alguns pontos de interesse a seguir.
O que fazer
São inúmeras as atividades a serem feitas em Galápagos. Para citar algumas delas, temos:
- Visitar os vulcões Chico e Sierra Negra na ilha Isabela;
- Avistar flamingos na praia de Garrapatero;
- Ver leões-marinhos na Baía Tortuga;
- Conhecer a jornada da evolução e iguanas na Estação Científica Chales Darwin;
- Se sentir minúsculo perto das tartarugas gigantes da Fazenda El Progresso e do Cerro Colorado;
- Adentrar nos túneis de lava de Santa Cruz;
- Admirar o exuberante cânion de Las Gretas;
- Praticar snorkel na Ilha Bartolomé;
- Pisar na Ilha Plaza Sul, formada por magma vulcânico;
- Percorrer o bosque com grandes espécies de cactos na Ilha Santa Fé;
- Chegar até as crateras Los Gemelos;
- Mergulhar na Playa Mann e pegar onda em Punta Carola, El Canón, e Tongo Reef.
Mergulhadores também encontram ótimas opções subaquáticas em Galápagos. O destino conta com serviço de barcos como o Galapagos Aggressor III e Galapagos Master, que foram projetados especialmente para quem pratica mergulho. Essas embarcações chegam até as pouco visitadas ilhas que ficam mais ao norte, passeio que rende visitas às águas habitadas por arraias-manta, peixes-lua, tubarões-baleia, e tubarões-martelo, entre outras espécies — esse tipo de mergulho, no entanto, é reservado a quem tem experiência na prática.
Onde ficar
São três as principais diferenças a serem consideradas na escolha entre ficar em terra ou em alto mar:
1. Custos, pois uma viagem a Galápagos não é nada barata. De qualquer forma, é mais fácil de conseguir uma experiência mais em conta se você escolher ficar em terra firme. Hoje, encontra-se hotéis e restaurantes com preços bastante variados nas ilhas de San Cristóbal, Santa Cruz, Isabela e Floreana. Os preços dos barcos também variam, mas todos, exceto os mais simples, custam mais que um hotel em terra.
2. Tempo disponível: ao ficar em um hotel, você passa boa parte do tempo saindo da hospedaria, pegando o barco para a excursão do dia, saindo para seu destino e voltando para o hotel. Enquanto isso, os viajantes que optam por ficar em um barco dormem em suas cabines e fazem boa parte da navegação até o destino do dia durante a noite.
3. Acesso: já que quem fica em terra firma acaba limitado às cinco ilhas que podem ser visitadas em um dia, não podendo visitar aquelas que ficam mais distantes, que não são incluídas nos itinerários diários feitos de barco.
A maior parte das ilhas de Galápagos não é habitada. Mesmo assim, há uma razoável rede hoteleira no local, especialmente nas ilhas de Santa Cruz e San Cristóbal, e uma boa variedade de barcos opera fora dos portos dessas ilhas também. É importante, para facilitar a logística, hospedar-se perto do porto, justamente para estar mais próximo de onde saem as excursões diárias.
Recebendo muitos visitantes da Europa e do Estados Unidos, as principais ilhas oferecem acomodações variadas, inclusive de luxo. É o caso do Galapagos Safari Camp, na ilha de Santa Cruz, que possui apenas nove tendas rústicas ao estilo safári espalhados por 550 mil m².
Para quem busca por um lugar mais moderno, o isolado Pikaia Lodge é o mais adequado. Localizado no topo de uma cratera vulcânica, tem vista panorâmica e piscina de borda infinita.
Se prefere curtir o litoral e ter vista para o mar, procure pelo Hotel Solymar, o Hotel Angermeyer Waterfront Inn, o Hotel Finch Bay e o Hotel Isla Sol. Quem quer economia tem bastante opção, como o Hostel Vista al Mar, o Hostel Morning Glory, o B&B Capitán Max, que está na foto abaixo.
Para quem fica em um barco: a maior parte dos barcos oferece passeios que duram entre cinco e oito dias, com datas e rotas pré-definidas. É o Parque Nacional de Galápagos que determina as rotas, isso para minimizar a influência humana naquele ambiente e evitar lotação.
Visitantes que desejam conhecer uma espécie específica devem contatar um operador turístico local, que pode aconselhar sobre o melhor mês para planejar a viagem e o melhor itinerário. Isso porque muitas espécies são sazonais e só habitam uma ilha específica. O albatroz-das-galápagos, por exemplo, só parecem no arquipélago na primavera e no verão.
Quando ir
Não há um período ruim para visitar as ilhas, mas tudo depende dos interesses do viajante. Entre junho e setembro; dezembro e janeiro, é período de alta temporada, dificultando reservas de última hora. Além disso, há um limite de visitantes por ilha, por isso é importante planejar essa viagem com antecedência.
Entre dezembro e maio é época de chuvas e temperaturas altas. Passada a chuva, porém, se forma um bonito céu azul, ótimo para fotógrafos profissionais ou amadores. Entre março e abril algumas espécies florescem, deixando a paisagem mais colorida. A vida marinha é mais abundante entre junho e novembro, quando o clima está seco e o mar bem gelado!
Como chegar
Saindo do Brasil, o ideal é comprar passagens rumo à Quito. Os voos geralmente fazem conexões no Panamá, Lima ou Bogotá. De lá ou de Guayaquil partem rumo a Ilha de Baltra, onde está o principal aeroporto de Galápagos. O governo só deixa adentrar no arquipélago quem possui passagens de ida e volta compradas, e reservas feitas em cruzeiro ou hotel com as mesmas datas do cartão de embarque.
Lembrando: vá com bastante tempo disponível, pois você ainda investirá tempo em trajetos de barco entre as ilhas e nos passeios, que podem demorar mais de quatro horas por vez. Um cruzeiro é mais indicado para não-aventureiros e para pessoas com poucos dias para conhecer o local.
É importante fazer suas reservas com bastante antecedência. Os barcos de mergulho, particularmente, tendem a lotar rapidamente.
Não leve, em hipótese alguma: é proibido levar frutas, vegetais ou plantas de qualquer tipo a Galápagos, já a que introdução de espécies não nativas é considerada uma grande ameaça ao verdadeiro santuário que se forma nas ilhas. Qualquer objetos que possam portar sementes, como solas de sapatos, por exemplo, têm de ser lavados antes da chegada às ilhas.
Quanto custa
Devido às ameaças do valioso ecossistema, o governo tem aumentado as taxas e limitado as entradas nas ilhas para tentar garantir a preservação local. A reserva natural também cobra entrada dos turistas, no valor de US$ 50 para adultos e US$ 25 para menores de 12 anos. Há ainda a cobrança da Ingala, uma taxa de trânsito única, que custa US$ 20 por pessoa.
É mais prático fechar pacotes em agências, que têm preços variados de acordo com o número de atividades e ilhas a serem visitadas. Em uma consulta rápida, vimos que o custo fica, em média, US$ 1000 por pessoa, sem taxas e sem aéreo. O valor inclui hotel all inclusive, passeios e transfers, ao longo de quatro dias em duas ilhas. Já os cruzeiros costumam ter custo bastante elevado, chegando a cobrar entre R$ 14 mil e R$ 26 mil por 7 noites.
Confira todos os custos dessa viagem aqui!
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Post por Brunella Nunes, com colaboração de Livia Scatena
Fotos: divulgação/agências de viagem
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