Cruzar as fronteiras do país está na lista de sonhos de muita gente. Neste post, daremos algumas dicas de como se preparar para a primeira viagem internacional da sua vida, evitando chateações e prejuízos. Faça as malas e vem comigo!

Para ter uma primeira viagem internacional bem plena é necessário se precaver de todas as formas possíveis e imagináveis. Estar em outro país que geralmente não fala a sua língua, tem outras regras, culturas e modos de vida exigem atenção e pesquisa redobrada. Ou seja, ter um bom planejamento vai te ajudar demais nessa missão.

A primeira preocupação do viajante que vai sair do país de origem é a burocrática: preciso levar quais documentos? Bom, se você estiver indo para algum destino no Mercosul, apenas o RG com CPF bastam (precisam estar com até 10 anos de expedição). Caso contrário, vai precisar de passaporte dentro da validade em todos os lugares do planeta.

Tome nota: em tempos de Covid-19, além de checar antes se o país está aberto para visitantes brasileiros, é preciso ter em mãos um teste PCR negativo de coronavírus e cumprir regras de quarentena em diversas partes do mundo. Para intercâmbio, há outras regras. Saiba mais aqui.

Antes de marcar a sua primeira viagem internacional, confira as restrições devido à pandemia – Foto: Pexels

Mais uma questão a ser checada bem antes da viagem são os vistos, comprovantes de vacinas específicas (geralmente, é o Certificado Internacional de Vacinação (CIV) contra febre amarela emitido pela Anvisa) e qualquer outro tipo de autorização obrigatória para entrar e ficar no país por alguns dias ou até três meses, data limite para turistar em boa parte do mundo.

Se o seu intuito é visitar e se hospedar na casa de um parente que vive fora do Brasil, lembre-se de ter em mãos uma carta-convite assinada pelo mesmo, solicitação que costuma ser corriqueira em diversos países para este caso específico.

Abaixo você confere as principais demandas de turismo dos destinos mais cobiçados.

  • Estados Unidos da América: requer passaporte, visto, seguro viagem, passagem de volta, comprovante de hospedagem e comprovante financeiro (ter em conta aproximadamente US$ 60 por dia).
  • Países caribenhos: passaporte e comprovante de vacina da febre amarela são os básicos; embora a maioria dos lugares não exija visto, é necessário checar antes a necessidade (Cuba, por exemplo, exige). Voos com conexão no EUA precisam do visto norte americano em mãos.
  • União Europeia: além do passaporte emitido há menos de 10 anos, os 26 países que pertencem à União Europeia exigem agora o ETIAS, uma autorização obrigatória que, a partir do preenchimento, tem validade de três anos.
  • Reino Unido: requer passaporte, comprovante de trabalho (CLT ou autônomo), evidência de viagem (passagem de volta, comprovante de hospedagem, etc) e comprovante financeiro. Os vistos não são solicitados a turistas que estejam viajando por até seis meses. No site do governo inglês, você pode verificar se há ou não essa necessidade.
  • África do Sul: requer passaporte, comprovante de vacina da febre amarela, comprovante financeiro e passagem de volta. O visto só será necessário caso a viagem exceda os 90 dias de permanência no país.
  • Austrália: passaporte, comprovante de vacina da febre amarela, e visto de turismo que pode valer de 3 a 12 meses a partir da emissão. Consulte qual seria o seu caso no Indicador de Vistos (Visa Finder).
  • China: passaporte, visto de turismo, comprovante de vacinação contra febre amarela, formulário de viagem (emitido no site oficial da embaixada), comprovante de viagem (passagem de volta, comprovante de hospedagem, etc) e comprovante financeiro.
  • Japão: passaporte, visto de curta permanência, cronograma da viagem, comprovante de viagem (passagem de volta, comprovante de hospedagem, etc) e comprovante financeiro.
  • Rússia: passaporte, comprovante de viagem (passagem de volta, comprovante de hospedagem, etc), Cartão Migratório e Registro Migratório – distribuídos pela companhia aérea e pela hospedagem escolhida, respectivamente. A exigência do visto é feita apenas para viagens que excedam os 90 dias de permanência no país.

Não encontrou o país desejado? Consulte sempre fontes oficiais, como o Portal do Itamaraty e de consulados específicos dentro do Brasil para obter informações atualizadas e corretas.

Documentos implicam em novas taxas e encargos, então é importante ter uma reserva para isso. Também é crucial que você faça as solicitações com pelo menos três meses de antecedência da viagem, tempo médio para agendamentos, entrevistas, busca da papelada e imprevistos.

Vale lembrar que casos de viagem de intercâmbio, estudos, voluntariado, negócios, viagens de urgência, visita a amigos e/ou parentes podem acarretar na demanda de outros tipos de formulários e documentos. Os mencionados acima são apenas para turistas, que não pretendem fazer nada além de passear, ok?

Faça um seguro de viagem

Esse tópico poderia ser apenas a repetição do subtítulo em várias linhas até você memorizar, mas vamos além. Fazer um seguro de viagem é essencial para colocar os pés para fora do seu país. “Ah, mas custa dinheiro”. Custa sim, só que se der algum mísero problema, você terá gratidão eterna a esse recurso. Além disso, o investimento costuma ser baixo.

O seguro de viagem te auxilia em atendimentos médicos de urgência e emergência. Taí a razão número um para tê-lo, até porque envolve a sua saúde e os custos dos atendimentos estrangeiros são altíssimos. Por mais que você reze e torça a seu favor, nunca se sabe o que pode acontecer, então não viaje sem isso.

Há ainda outros benefícios que as empresas asseguram ao viajante, como indenização em caso de extravio de bagagem, que é mais comum do que você imagina.

A contratação do seguro de viagem é por empresas terceirizadas que podem ou não ser parceiras da companhia aérea que você escolheu. Instituições financeiras também costumam oferecer o serviço. Faça uma pesquisa, assine o contrato e o tenha, digitalizado e opcionalmente impresso, junto com você.

Qual destino escolher para a primeira viagem internacional?

Essa pergunta é complicada porque ela envolve sonhos e planos extremamente pessoais. Porém, se você quer um conselho, está com tempo e disposição, comece pelo mais fácil! Assim você vai adquirindo uma experiência prévia pra ir conquistando território no mapa, digamos assim.

Viajar para países da América Latina pode ser uma boa pedida porque são lugares mais próximos de nós, que já estão bem acostumados com os brasileiros e seus costumes, e que falam um idioma “parecido” ou pelo menos de melhor compreensão, especialmente se você pedir (e você vai!) “habla con despacio”, expressão que significa basicamente que você é gringo e precisa que falem mais devagar.

O valor da moeda também é mais modesto do que o dólar, o euro e a libra, por exemplo, tornando a viagem mais econômica e a experiência mais rica, já que vai ser menos dolorido gastar dinheiro comendo em um restaurante legal e visitando os locais mais turísticos, geralmente com os preços inflacionados.

Por essas e outras razões a Argentina, o Chile e o Uruguai acabam sendo a primeira opção de muitos brasileiros. E, saiba: não é nada mal essa escolha! Os três países são interessantes, cheios de coisas para fazer, hotéis incríveis, parques, montanhas, vinícolas, comida boa e indicados para todos os gostos e bolsos.

Seria injusto dizer que os demais países latino americanos não oferecem as mesmas coisas. O Peru e a Bolívia são ótimos para aventureiros; a Colômbia tem destinos culturais únicos, além de praias caribenhas; o Equador e a Guiana Francesa são os mais “exóticos” e reúnem paisagens maravilhosas. Não faltam alternativas nos nossos vizinhos! Então pense com carinho sobre eles para a sua primeira viagem internacional.

Caso a escolha seja pelo Estados Unidos, o ideal é saber o básico de inglês para se virar nas ruas e estar preparado para o processo de tirar visto, passar na alfândega e se misturar com centenas de turistas em filas.

Na Europa, o idioma é o primeiro impasse. Então Portugal sai ganhando para quem só sabe falar português mesmo, embora haja diferenças entre a língua de lá e daqui. A possibilidade de cruzar de um país ao outro e vivenciar várias culturas numa viagem só é definitivamente a grande vantagem dessa escolha.

Os trens europeus facilitam bastante o percurso e em cerca de 2h você sai de Paris, na França, e está em Bruxelas, na Bélgica, por exemplo. Voos low cost de um país ao outro também fazem os olhos dos viajantes brilharem. Mas, é claro, montar esse roteiro de tour na Europa exige tempo, mais investimento e paciência, então inclui doses extras de tudo isso na conta.

Países orientais costumam ter costumes bem diferentes dos ocidentais, proporcionando vivências inesquecíveis e bastante intercâmbio cultural. Até mesmo a comunicação por gestos acaba quebrando barreiras e vai ampliando a sua visão de mundo!

Chiang Mai é considerado um dos melhores lugares para mochileiros e nômades digitais

Quais reservas devo fazer com antecedência?

Todas. Mas assim, falando sério, depende também do estilo de viajante que você é. Mochileiros costumam deixar a vida levar e dormem até no meio do mato se faltar cama, porém, como o próprio nome já diz: eles têm bagagem, ou seja, experiência no que fazem, sendo condizentes com as atitudes.

Para uma primeira viagem internacional, procure cuidar dos mínimos detalhes, assim evita dor de cabeça e aproveita mais o destino. A principal reserva é a da passagem aérea, por razões óbvias: você não quer ficar sem voo e nem pagar uma pequena fortuna ao comprar o bilhete na hora de embarcar.

Pesquise com meses de antecedência e vá acompanhando tanto o câmbio do dólar quanto o valor das passagens ao longo do mês. Não se esqueça de sempre checar promoções e períodos de baixa temporada em cada destino para economizar mais.

Em segundo lugar nas prioridades está a reserva da hospedagem, seja hostel, hotel, pousada ou uma casinha de sapé. Se estiver muito na dúvida de qual escolher, reserve alguma com cancelamento gratuito até determinada data, apenas para assegurar uma acomodação.

Se o destino em questão estiver em alta temporada então, não saia de casa sem ter certeza de que seu quarto está garantido. Ou as chances de ficar sem um teto podem ser grandes!

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Apps que ajudarão a sua primeira viagem internacional e outras mais

Não importa se você vai viajar com ou sem companhia, a tecnologia na palma da mão sempre será a sua maior aliada, aquela que te dá não apenas uma, mas várias mãozinhas na hora de percorrer esse mundão.

  • TripAdvisor: a plataforma reúne usuários de diversos cantos do planeta, que dão opiniões e sugestões sobre estabelecimentos, de hotéis à restaurantes. É uma das mais atualizadas que existem na internet. Há também um fórum, com dúvidas e dicas diversas compartilhadas por viajantes e moradores locais.
  • AroundMe: esse aplicativo é bem útil para descobrir o que está exatamente ao seu redor, criando uma lista de serviços e locais de interesse. Dá para filtrar por categoria também, facilitando a descoberta de restaurantes, casas de câmbio, hospitais, etc. Disponível para iOS e Android.
  • World Lens: ultrapassando as barreiras de idioma, o aplicativo (comprado pelo Google) ajuda bastante na hora de traduzir palavras. Porém, funciona através da câmera do celular, ou seja, você pode apontar cardápios, placas e outros objetos físicos que precisem de tradução instantânea, sem precisar digitar tudo o que gostaria de saber.
  • Google Tradutor: com repertório cada vez mais completo e aprimorado, o Google Tradutor é um grande companheiro de viagem. Ele auxilia não apenas em traduzir diversas línguas, mas na pronúncia e ortografia correta das palavras, além de identificar automaticamente algum idioma que você não saiba ao certo qual é.
  • Google Maps: cada sistema operacional tem um mapa para auxiliar os usuários, mas o Google Maps consegue algumas vantagens em relação aos concorrentes. A maior delas é o fato de possuir uma base de dados gigantesca, encontrando lugares de acordo com a colaboração dos próprios usuários, que também avaliam boa parte dos serviços, adicionam fotografias e comentários, facilitando bastante o acesso à informações atualizadas. A navegação é rápida e você pode baixar seu próprio mapa personalizado para utilizar de modo off-line.
  • Free Wi-Fi Finder: que atire a primeira pedra quem nunca precisou de Wi-Fi e não tinha grana pra pagar. É, nas viagens isso acontece muito, especialmente por quedas de sinal do 4G. O app rastreia redes abertas, públicas e particulares, por meio de um banco de dados colaborativo. Através dele as chances de você ficar sem internet são menores. Em momentos de perrengue, é uma luz no fim do túnel!
  • Currency: o aplicativo é uma calculadora de conversão de moeda, terceirizando ou até mesmo agilizando aquele trabalho de cálculo feito pelo seu cérebro. Através dele você também monitora moedas de várias partes do mundo, seguindo as atualizações das bolsas de valores locais. Seu cartão de crédito vai agradecer o Currency depois!
  • Rome2Rio: se locomover em outro país pode ser bem confuso. O Rome2Rio reúne diversas rotas e informações sobre meios de transporte ao redor do mundo. Você consegue avaliar como ir de um local para o outro, os custos de passagem e os meios de se fazer o percurso. Avião, carro, ônibus, carona e até veículos marítimos se incluem nas sugestões do site/app.

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