Prevenir é muito melhor que remediar, já diriam nossas avós. Quando a afirmativa faz referência a evitar problemas durante as férias é ainda mais válida – principalmente porque, no caso, prevenindo-se você se adequa às exigências de muitos países.
Explico: você não consegue entrar nos países integrantes do Tratado de Schengen sem um seguro-viagem com cobertura mínima de 30 mil euros – entre eles estão vários destinos queridinhos de turistas de todo o mundo, como Itália, França e Alemanha, por exemplo. Você pode até pensar que nunca vai passar um perrengue no exterior, que seria muito azar precisar de socorro médico em plenas férias etc., mas, acredite, não é porque você está passeando que está imune a acidentes ou a alguma doença súbita.
Esta modalidade de seguro é oferecida por muitas seguradoras, bancos e operadoras de cartões de crédito (nesses dois últimos exemplos, a disponibilidade do serviço e seu preços dependem da categoria na qual se encaixa o cliente). Conferir se você tem direito ao serviço resulta em uma economia considerável durante as férias: titular, cônjuge e dependentes de viajantes que compraram passagens aéreas com os cartões Visa Platinum ou Infinite, e Master Platinum ou Black, por exemplo, estão cobertos.
As taxas variam de acordo com o destino, idade do viajante, finalidade da viagem (trabalho, turismo, lazer) e potenciais riscos (quem viaja para esquiar ou fazer escalada, por exemplo, em geral acaba tendo de pagar mais).
Quem passa um mês nos Estados Unidos, país que não exige a apresentação da apólice, mas que é conhecido pelos custos estratosféricos que um tratamento médico pode atingir tem de desembolsar, em média, 700 reais para ter uma boa cobertura. Há que se considerar que a conta para tratar um corte no dedo que exija pontos pode sair, em solo norte-americano, por 2.000 dólares! Uma viagem de lazer, de oito dias, para uma pessoa, na Alemanha sai por a partir de 246,33 reais para correntistas do Itaú. No mesmo banco e nas mesmas condições, o preço por 11 dias em solo japonês parte de 338,36 reais.
Também é importante considerar se o seguro-viagem cobre eventuais suportes jurídicos no exterior, reembolso por voos atrasados ou cancelados, indenização por bagagem extraviada e auxílio em caso de perda ou roubo de documentos.
Como escolher o seguro?
Foto: Ylanite Koppens
É importante levar em consideração as suas necessidades: quem toma remédios controlados ou usa aparelho dentário tem de levar isso em consideração ao contratar um serviço — pois se a apólice contratada não cobrir o serviço utilizado no exterior esse terá de ser pago, obrigatoriamente. Pacientes que precisam fazer hemodiálise, por exemplo, têm de checar antes de planejar a viagem se o destino escolhido está apto a atendê-los.
Quem contribui com o INSS no Brasil pode requerer acesso ao serviço público gratuito em Cabo Verde, Itália e Portugal. Para isso, antes da viagem, é necessário solicitar o Certificado de Direito a Assistência Médica Durante Estadia Temporária em um dos Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde, que ficam nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal (os endereços podem ser encontrados aqui). Basta apresentá-lo naqueles países se assistência médica se fizer necessária.
Foto: Elviss Railijs Bitāns
Brasileiros que possuem dupla-cidadania europeia não precisam de seguro-saúde nos países que integram o espaço de Schengen.
Onde o seguro-viagem é obrigatório:
Os europeus que integram o Tratado de Schengen: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Irlanda, Islândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça, além da Rússia.
Na América Latina: Cuba, Equador e Venezuela.
No Oriente Médio: Emirados Árabes, Irã, Qatar e Turquia.
Na África: Argélia.