Já dizia Caetano Veloso: “alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruzo a Ipiranga e Av. São João…”. Para quem não sabe, este é o nome de duas avenidas importantes que se cruzam no Centro de São Paulo, uma região cheia de contrastes, caos, movimento e também inúmeros lugares legais, clássicos e moderninhos. Confira no post dicas para aproveitar o Centro de São Paulo.
Acho importante que as pessoas não se acanhem, não se intimidem com o que ouvem sobre o centrão paulistano. De fato, a cidade é violenta assim como outras tantas no Brasil e tem umas figurinhas bem sinistras andando pela rua, mas isso é parte da diversidade que aqui se encontra. Andar atento é lei, mas se entregar aos encantos da região também e este post vai provar o quanto esse lado da Pauliceia deve ser apreciado SIM.
Tenho muita paixão pelo Centro, nem sempre correspondida, mas tudo bem. Começando o roteiro pela Sé (linha azul e/ou vermelha do metrô), onde fica o Marco Zero da cidade, ao sair da estação você já se depara com a bela Catedral da Sé, um bom exemplo de arquitetura neogótica. Vale a pena visitar a cripta da igreja, que fica aberta para visitação em alguns horários. Lá na ponta da praça está a Caixa Cultural, que tem uma programação ótima.
Saindo de lá, passe pela Casa Juisi, ponto de arte, moda e design sediado num edifício histórico. Logo ao lado, não passe despercebido pelo Solar da Marquesa de Santos, o Beco do Pinto – que parou no tempo -, e a Casa da Imagem, que tem exposições incríveis e arquitetura linda. Seguindo a rua você já vai encontrar o famoso Pátio do Colégio, sítio arqueológico e primeira construção da cidade. É lá onde fica o Museu Anchieta, além de um café e um restaurante.
Entre na rua General Carneiro, logo em frente ao Pátio, e caia no Centro Cultural Banco do Brasil, uma das construções mais lindas de SP, que sedia também algumas das mostras de arte mais importantes, além de espetáculos. Aproveite a ida para degustar uma ótima xícara de café no Cafezal, dentro da instituição. Tem bastante variedade da bebida, além de comidinhas. Peça o pão de queijo com requeijão e um expresso Chapadão (com ou sem rapadura).
Se a fome for maior, siga para o Craft Burger e já enfie o pé na jaca nos lanches maravilhosos. Pegando a rua Líbero Badaró, conheça a Casa Godinho, uma mercearia fundada em 1888, que é bem popular por conta do bacalhau que vende.
Na mesma rua já se vê o Edifício Martinelli, um dos mais icônicos da cidade e que não pode passar despercebido. Se der, faça uma visita monitorada e, se tiver sorte, dá para visitar o terraço, que é um dos mais deslumbrantes que eu já estive. Ainda dá para ver a cidade do alto no Mirante do Santander, que por muitos anos foi o “Banespão“.
Quem gosta de doces tem que passar na Casa Mathilde antes de sair deste trecho. A doçaria tradicional portuguesa vende vários quitutes lusitanos e outras sobremesas deliciosas. É também um clássico paulistano. Seguindo pela rua São Bento se chega ao Mosteiro São Bento, que também vale visita e já contei mais sobre ele aqui.
Passando o Vale do Anhangabaú se chega ao Theatro Municipal, que é mais lindo ainda por dentro e tem ótimos concertos a preços populares. Nos arredores, passe pelo Museu da Tatuagem, um dos lugares mais inusitados, pouco conhecidos e um verdadeiro gabinete de curiosidades sobre a arte na pele.
Siga para a Galeria Olido – que exibe filmes, espetáculos de dança e mostras de arte gratuitas ou muito baratas. Lá dentro, não deixe de conhecer o Centro de Memória do Circo, um dos meus lugares favoritos por ali, talvez até pela minha memória afetiva, já que parte da minha família era circense. O lugar é um charme só, tem uma cenografia linda e, apesar de modesto, resume bem a história do circo no Brasil.
Logo ao lado está a saudosa Galeria do Rock, que agora está abrindo o terraço para visitação em algumas datas. Aproveite, porque infelizmente muitos deles se mantém fechados. Quem quiser almoçar por ali, aqui vai uma dica valiosa: na rua Boticário, bem feinha, tem o Ita Comida Caseira: clássico, honesto e justo. Só indo pra saber.
Perto da galeria também está a Praça das Artes, uma das construções contemporâneas mais bacanas de São Paulo. Exposições e eventos são sediados ali, além do belíssimo Conservatório Dramático. Continuando as andanças, se alcança a Praça Dom José Gaspar, outro dos meus lugares favoritos. Por lá se tem boas opções gastronômicas, como o Paribar. Entre na Galeria Metrópole, onde fica o bar Mandíbula, e dê um giro por lá. Tem bastante opção.
Do outro lado da fatídica Avenida São Luís está o Ramona, lugar intimista bem bacaninha e onde dá pra comer ou tomar um drink. Siga pela via até chegar no Edifício Itália, outro clássico da cidade e que é símbolo de classe por conta do Terraço Itália, restaurante que atrai casais apaixonados. É possível visitar o terraço do prédio gratuitamente e tirar muitas fotos lá do alto.
Ali perto está o JazzB, casa dedicada a boas apresentações do gênero. Ao lado tem o novo restaurante queridinho da cidade, A Casa do Porco Bar, que se dedica a receitas com o suíno em questão, dispostas num extenso cardápio. Ah! Quem é vegetariano ou vegano encontra boas opções também por estas bandas, como o restaurante Apfel e o Nutrisom, além da loja Veggie Life Store.
Praticamente atrás do Itália está outro marco, o edifício Copan, obra icônica de Oscar Niemeyer. Passe por lá e aproveite as boas opções gastronômicas, como o Bar da Dona Onça, o natureba Eco Mercato e o mexicano La Central. Por ali também está a galeria Pivô, espaço cultural de arte e pesquisa.
É na Av. Ipiranga onde fica o Cine Marabá, cinema clássico da cidade, que mantém ainda a estrutura antiga. Seguindo por ela também está a Casa da Mortadela, que é tradição, e a Tradicional Casa do Mate, quando cruza, enfim, com a av. São João.
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