As terras de Minas Gerais abrigam um bocado de aconchego entre seus lugarejos intocados pelo tempo. Em Catas Altas, a paisagem urbana formada no século passado revela muita história e joias da arte sacra, ao mesmo em que se perde entre os enormes picos de até 2.000 metros de altura. 

Cenário da minissérie da TV Globo “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, a pacata cidadezinha perdida no meio das montanhas a 120 km de Belo Horizonte continua com a mesma tranquilidade de sempre. 

Localizada aos pés da Serra da Caraça, Catas Altas é contemplada pela natureza não apenas pela cadeia montanhosa que forma a linha do horizonte, mas pelas cachoeiras, poços, grutas e demais formações rochosas que a circunda.

Catas Altas integra o Circuito do Ouro ao longo da Estrada Real, considerada a maior rota turística do país, dividida entre MG, SP e RJ.

Foto: Lucas Nishimoto/Instituto Estrada Real

O povoado começou por volta de 1694, com a descoberta de minas auríferas, que deram origem ao ciclo do ouro de Minas Gerais. Os nome é atribuído às profundas escavações nas alturas do morro, visto que “Catas” significa garimpo. 

Assim como outros destinos mineiros, o município ainda mantém de pé edifícios coloniais bem preservados, concentrados na região central, que é tombada, e igrejas que resguardam obras importantes barrocas de artistas locais, como Aleijadinho e mestre Ataíde, ambos fundamentais na arte brasileira.  

A viticultura é outro ponto tradicional da região, conhecida pela festa anual do vinho. Apesar as videiras começarem a ser cultivadas no século 19, a bebida local mais famosa é, na verdade, o fermentado de jabuticaba, que teve origem em 1949. 

Foto: Marcelo André/Instituto Estrada Real
Foto: Rodrigo Azevedo/Instituto Estrada Real
Foto: divulgação/Santuário do Caraça

O que fazer em Catas Altas

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição: o templo religioso do século 18 é um dos mais importantes do estado. Construída em madeira, taipa e pedra, tem em seus elementos arquitetônicos belos exemplares do estilo rococó mineiro. Entre os detalhes em madeira talhada na parte interna, há obras atribuídas à Aleijadinho, Francisco Vieira Servas e Mestre Ataíde. . 

Foto: Lucas Nishimoto/Instituto Estrada Real
Foto: Daniela Almeida/Ascom

Igreja Nossa Senhora do Rosário: datada em 1862, a pequena e simples igreja chama a atenção pelos detalhes em seu altar e a pintura no teto. 

Capela Santa Quitéria: datada no século 18, é um dos cartões postais de Catas Altas. Do alto de um morro, a modesta capelinha permanece fechada o ano todo, abrindo apenas em maio, quando acontecem homenagens à santa.

Foto: Sérgio Mourão/Ascom

Banho do Belchior: localizada a 2 km do centro histórico, a corredeira de água forma várias piscinas naturais propícias para banho. O caminho até lá não tem grandes dificuldades, o que acaba democratizando o acesso. 

Vale das Borboletas: nos dias quentes, um dos lugares mais visitados de Catas Altas é o Vale das Borboletas, localizado numa área particular a cerca de 10 km da região central. Trilhas, poços e cachoeiras divertem adultos e crianças, que têm entrada gratuita.

Foto: Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais

Pico do Baiano: chegando a 2.016 metros de altitude, o pico considerado um dos maiores do país certamente não passa despercebido. Os escaladores experientes fazem do maciço um objetivo em suas aventuras. Para subir tudo isso pelas paredes são necessários quatro dias inteiros. 

Aqueduto Bicame de Pedra: um dos atrativos mais conhecidos da cidade, o aqueduto foi erguido em 1792 com mão de obra escrava para captar água da Serra do Caraça. Restaram 100 metros de suas ruínas ainda conservadas. 

Foto: Sérgio Mourão/Ascom

Pico de Catas Altas: na busca por adrenalina, os aventureiros podem agendar com um guia local uma ida ao topo do pico de 1.810 metros de altitude. Ao longo de 7 km, a trilha percorre belas paisagens naturais, com cursos d’água e grutas surgindo no meio do caminho. 

Santuário do Caraça: o parque entre Catas Altas e Santa Bárbara é um dos principais centros turísticos da região. Ali se reúnem antigos edifícios que acolhiam tropeiros no século 18, transformada depois em seminário. Hoje sedia uma biblioteca com 30 mil títulos. A abundante natureza ao redor, que transita entre cerrado e mata Atlântica, proporciona trilhas de níveis diversos de dificuldade, que levam os visitantes até piscinas naturais, cachoeiras, grutas e picos. É um passeio imperdível! 

Foto: Tiago Parreiras
Foto: divulgação/Santuário do Caraça

Gruta de Lourdes: a aproximadamente 3 km do Santuário está a gruta de Lourdes, acessada por uma trilha que passa uma capela e um riacho. A caminhada, apesar de curta, tem trechos íngremes e obstáculos. A formação rochosa resguarda uma santa em seu interior.

Quitandas: a gastronomia local se faz presente nas pequenas quitandas, legado português dos séculos 17 e 18, que não deixou de existir na cidade. Convém dar uma passadinha na Catas Altas Doce Sabor e na Feirinha Sabores do Morro, que acontece todo segundo domingo do mês no centro histórico do Morro da Água Quente — ao lado da Capela do Bonfim.

Festa do Vinho: quem não perde um evento pode se planejar para a tradicional festa do vinho, que acontece anualmente no mês de maio, ao longo de três dias. O acontecimento reúne apresentações culturais e prêmios para os melhores produtores da região. É também uma boa oportunidade para provar o famoso vinho de jabuticaba. 

Foto: divulgação

Onde ficar

Foto: divulgação/Pousada Casarão da Venda

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