Na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão duas atrações impressionantes que ainda não fisgaram o olhar de grande parte dos brasileiros. A pequena Cambará do Sul reúne 36 cânions surpreendentes, que chegam a mais de mil metros de altitude. Os mais conhecidos são o Itaimbezinho e o Fortaleza. Entre enormes fendas rochosas, vai ser difícil você não se apaixonar pela beleza majestosa do local.

Foto:Claudio Arriens

Cambará do Sul

Não por acaso, o município a cerca de 180 km de Porto Alegre e a 414 km de Floripa é chamado de “Terra dos Cânions”. O ecoturismo tem sido responsável pelo desenvolvimento da cidade com cara de interior, proporcionando atividades de aventura e contemplação em meio à natureza, além de cavalgadas e passeios de bike. Florestas da Mata Atlântica, cachoeiras e rios também são parte das atrações.

Foto: Booking

Além dos recursos naturais, na gastronomia regional se destaca a comida colonial e campeira, servida no Galpão Costaneira; o churrasco na vala (preparados em fogo de chão) preparado no Parador Casa da Montanha; o rodízio de trutas no restaurante Casarão; e a culinária italiana da Pizza Retrô, onde são servidas redondas de paçoca, pinhão e queijo serrano. Tudo isso acompanhado de uma taça dos reconhecidos vinhos do Sul, é claro.

Rumo aos cânions

Com 720 metros de altura e 6 metros de extensão, o cânion do Itaimbezinho é um dos cartões postais e fica dentro do Parque Nacional Aparados da Serra, que tem a maior infraestrutura da região, localizado a 18 km de distância do centro de Cambará. O acesso é feito através de três trilhas de níveis distintos, sendo a do Cotovelo a maior delas, com 6 km de extensão, passando pela cachoeira Véu da Noiva, mirantes rodeados de araucárias e sanitários pelo caminho. Já a trilha do Vértice tem 1,5 km, vista para a Cascata das Andorinhas e alguns mirantes ao longo do percurso; e a Rio do Boi, na parte baixa, tem 8 km e passa entre os paredões e rios (R$ 8,00 por pessoa).

Um ponto desfavorável para a visita é a neblina que pode encobrir o visual, formando uma “piscina” de nuvens, que mesmo assim não tira o brilho do lugar.

Quanto custa: paga-se ingresso para entrar no parque. Brasileiros R$ 8,00 (por pessoa); estrangeiro R$ 16,00. Crianças até 7 anos não pagam. Estacionamento: carros pequenos: R$ 5,00; ônibus: R$ 10,00

Foto: Peter Dunne

Já o cânion Fortaleza fica no Parque Nacional da Serra Geral, que é mais rústico, com menos sinalização e estrutura quase zero, justificando a visitação gratuita. A entrada, a 20 km do centro da cidade, já fica bem próxima do profundo desfiladeiro, que tem paredões rochosos chegando a 1.100 metros de altura de ao longo de 7 km de extensão. No horizonte, camadas e mais camadas montanhosas até que se avista o mar quando os dias de sol colaboram.

Para chegar aos pontos de observação, pegue a trilha de 6 km que leva à Pedra do Segredo, que passa pela cachoeira do Tigre Preto. Também é possível conhecer os cânions Malacara, Churriado, Corujão e Rio-Leão, rodeados de piscinas naturais. Mas essa caminhada exige preparo, pois são 25 km de trekking, número semelhante ao trajeto a pé que leva à Aparados da Serra.

O vento forte exige atenção, pois torna o equilíbrio bem difícil na hora da trilha rumo ao topo. Ao alcançar o ápice do desfiladeiro, porém, todo o esforço é recompensado e todo o fôlego se esvai com a vista impressionante.

cânions no brasil
Cânion Itaimbezinho. Foto: Wikimedia Commons

É possível conhecer os dois cânions em um dia? Embora seja bastante cansativo, para quem tem pouco tempo disponível isso é viável sim. Algumas agências organizam passeios com duração de aproximadamente cinco horas, sendo um pela manhã e outro a tarde, passando pelos dois Parques Nacionais. A cidade de Gramado está a 125 km de distância e costuma ser “hub de conexão” até os cânions.

Onde ficar

Há algumas hospedagens em Praia Grande, em SC, uma das bases para quem vai se aventurar nos cânions. Uma delas é Hostel Nativos dos Canyons (diárias a partir de R$ 130), a 23 km de Cambará. Funciona também como camping e pousada, com quartos privativos, piscina ao ar livre, restaurante, estacionamento e Wi-Fi.

Para ter mais conforto e curtir o típico clima de montanha, o Parador Casa da Montanha (diárias a partir de R$ 605) tem chalés de madeira equipados com aquecedor. Alguns incluem banheira de hidromassagem e varanda com vista da Mata de Araucárias.

Outra propriedade muito conhecida na região é o Bolicho Guabiroba (diárias a partir de R$ 350), que também funciona como restaurante. Os chalés de madeira contam com varanda e área de estar. Pela manhã, os hóspedes se esbaldam no buffet repleto de opções.

Os casais avaliam bem a Pousada Cafundó (diárias a partir de R$ 480), um refúgio em Campos de Cima da Serra, no caminho do Cânion Fortaleza. As acomodações prezam pelo conforto e possuem  vista panorâmica de frente para o lago.

Quando ir

As temperaturas costumam ser baixas, especialmente no mês de julho. O inverno é considerado o melhor período para visitar a região, onde inclusive há chances de nevoeiro. De maio a agosto, porém, há boa visibilidade nos mirantes.

Para demais informações, entre em contato com:

Casa do Turista: (54) 3251.1320

Secretaria Municipal de Turismo: (54) 3251.1557 ou [email protected]

Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral-ICMBio: (54) 3251.1277 / (54) 3251.1262 ou [email protected]

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