Uma das árvores mais lindas e emblemáticas do Japão é a Sakura. O brotar de suas delicadas flores em tons de rosa e branco anunciam um período de renovação, que chega junto com a transição do rigoroso inverno para a agradável Primavera, quando acontece o tradicional “hanami“, uma espécie de culto ao desabrochar dos botões. Resgatando a paisagem e o legado japonês, os bosques de cerejeiras no Brasil também são motivo de celebração a cada florescer.
A espécie é não só encantadora, mas resistente. Na cidade de Hiroshima é possível ver de perto um pé de cerejeira com mais de mil anos, que sobreviveu à bomba atômica. Anos depois, mais um episódio envolvendo a árvore ornamental comprova seu valor simbólico: após o tsunami de 2011, as Sakuras das cidades de Iwate, Fukushima e Miyagi não cederam à fúria das águas e floresceram de um mês a um ano depois.
O fenômeno natural é um evento paisagístico mundial, acontecendo também na China entre o final de março e o começo de abril. Por aqui, a árvore que representa a transitoriedade da vida pode começar a florir a partir de maio e fica, no máximo, até setembro. A floração também vira motivo de festa em muitas cidades brasileiras.
Com tanta beleza, desde sua essência até a estética, fica difícil não admirar, não é? Confira abaixo onde ver de pertinho as cerejeiras e suas festas temáticas no Brasil:
Parque do Carmo – São Paulo
Uma das festas mais tradicionais de SP, o hanami acontece anualmente no Parque do Carmo, Zona Leste da capital. Entre pinheiros e ipês, o bosque tem ao todo 1.500 Sakuras de três variedades, cultivadas há 40 anos. A programação inclui shows e culinária japonesa durante os poucos dias em que a florada dá as caras, geralmente na primeira semana do mês de agosto.
Parque Estadual Pedra Azul – Espírito Santo
No meio da Mata Atlântica capixaba, eis que surgem belas cerejeiras. O Bosque Kaoru Kumazawa fica na área do Parque Estadual Pedra Azul, uma das principais atrações naturais do estado, onde foram plantadas árvore da espécie em 2008, para celebrar o centenário da imigração japonesa no Brasil. Cada uma delas possui o nome de uma família, tornando-se um legado permanente dessa nação em terras tupiniquins.
Campos do Jordão – São Paulo
Nos dois últimos finais de semana de julho e nos dois primeiros de agosto acontece a típica festa das cerejeiras, dentro do Parque das Cerejeiras Sakura Home, área que abriga uma casa de repouso para descendentes japoneses. Os visitantes saboreiam pratos como Udon, Bentô, Sushi, Tempurá, Yakissoba e Truta na Chapa. A diversão fica por conta da venda de artesanato, recitais de haikus, atrações musicais, teatro e danças típicas.
Indaiatuba – São Paulo
Mais uma opção no interior de São Paulo, as calçadas e os arredores da Praça Roque Torce Filho, em Indaiatuba, ficam forradas de cor de rosa ao florescer das Sakuras. As mudas foram plantadas em 2005 e desde então colorem o inverno da cidade.
Foto: Rosangila Takemoto
Nova Friburgo – Rio de Janeiro
Na região serrana do Rio, Nova Friburgo tem um inverno de baixas temperaturas e flores de cerejeira. O sítio Florândia da Serra, da família Matsuoka, recebe a festa que celebra a floração durante duas semanas. Apresentações de dança e música do Japão, demonstração de kenjutsu e iaijutsu, oficina de origami e comidas típicas são os atrativos do hanami local.
Maria da Fé – Minas Gerais
Pode ser que você nunca tenha ouvido falar em Maria da Fé, mas o município de Minas Gerais também tem sakuras para chamar de suas. Tudo começou quando as linhas de trem começaram a ser retiradas, na década de 1980, abrindo espaço para a arborização do centro da cidade. A espécie escolhida foi a cerejeira, que se adaptou perfeitamente ao clima, que é o mais frio do estado.
Foto via
Caxias do Sul – Rio Grande do Sul
O inverno na serra gaúcha é praticamente uma parada obrigatória. Os dias de julho são mais coloridos nas ruas de Caxias devido a presença de 200 cerejeiras que florescem na Avenida Julio de Castilhos, uma das principais da cidade.
Apucarana – Paraná
A cidade de Apucarana foi quem acolheu os primeiros imigrantes japoneses, a 81 anos atrás, responsáveis por desenvolver a região. Preservando as tradições e costumes orientais, a colônia trata de celebrar os muitos anos de vida junto à florada das cerejeiras. A festa conta com palestras, danças típicas, exposição de bonsai, anime, origami, ikebana e outras atrações locais. Na sede da Acea, a Associação Cultural e Esportiva de Apucarana, tem aproximadamente 150 árvores. A foto de destaque desse post é de lá.
Frei Rogério – Santa Catarina
No final do mês de agosto ou começo de setembro, as 3 mil cerejeiras do Parque Sakura atraem cerca de 1.500 pessoas, que acompanham o desabrochar das flores. A celebração envolve diversas apresentações culturais, cerimonial do chá, danças, Kendô (luta), caligrafia japonesa, comidas típicas, preparo do moti-tsuki (bolinho de arroz) ao ar livre, entre outras atrações. A paisagem fica ainda mais completa com a presença dos 1.500 pés de ipê e 10 mil árvores ornamentais.
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