Ocupando uma área de 29 mil hectares a reserva natural de Blyde River Canyon se destaca por abrigar o maior cânion verde já encontrado e vistas espetaculares das paisagens da África do Sul. Muito procurado pelos turistas, o enorme complexo reúne inúmeras trilhas, passeios a cavalo e de bicicleta, quedas d’água e formações rochosas impressionantes.
A jornada até lá começa por Mpumalanga, uma província a cerca de três horas de carro de Joanesburgo, que se caracteriza por sua diversidade geográfica e se denomina como “o lugar onde nasce o sol”. Atravessando as Cordilheiras do Drakensberg está o terceiro maior cânion do mundo, formado por ações tectônicas a cerca de há 200 milhões de anos atrás, resultando em paredões de granito de 800 metros de profundidade, cortados pelo rio Blyde (“da alegria”, em tradução livre) que flui ao longo de 24 km de extensão.
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Não basta admirar o verde e a flora de mais de mil espécies dessa floresta tropical temperada, mas também sua numerosa fauna, que é bem diversificada devido às variações de altitude, condições climáticas extremas e condições de solo. Zebras, javalis, cudos e gnus são presença constante próximo a abertura do cânion, enquanto hipopótamos e crocodilos se refrescam a beira das barragens de Swandini e do rio Blyde. Nas planícies, cervos cinzas, pássaros e oribis (tipo de antílope) raros despertam a atenção.
Há ainda outras rochas que se destacam: oeste estão as Three Rondavels ou Três Irmãs, três espirais maciços de dolomita que surgem na parede mais distante do cânion; e a Pinnacle, uma única coluna de quartzito, que surge do cânion de madeira, proporcionando mais paisagens espetaculares.
É preciso de um bocado de disposição para percorrer os caminhos que levam aos melhores mirantes. Os 18 km ao norte entre a R532 e a R534, conhecida como Rota Panorâmica, uma das estradas mais belas da África, percorrem o povoado de Graskop, e alguns de seus principais atrativos como as Três Irmãs, os mirantes Wonder View (Vista Maravilhosa) e Janela de Deus, a 1.730 metros de altitude, e o caldeirão Bourke’s Luck Potholes (Buracos da Sorte de Bourke), nomeado em homenagem ao explorador Tom Bourke. Em meio a afluência dos rios Blyde e Treur (Triste), erosões abriram algumas cavidades de onde saíram grandes quantidades de ouro a muitos anos atrás. Ali estão grutas e poços escuras de água verde-esmeralda cheia de peixinhos.
O parque reúne ainda algumas cachoeiras, gratuitas ou com entradas pagas a parte, nomeadas com o nome de países, como Lisboa e Berlim, além de Kadishi Tufa. Outros pontos de interesse próximos são o Parque Nacional Kruger, bem famoso por conta de seus safáris, e o centro de reabilitação de animais Moholoholo, que resgata bichos vítimas de caçadores ilegais, de circo ou de cativeiros. A Vila Cultural Shangana também se inclui entre as atrações locais, mostrando as tradições e o modo de vida da tribo homônima.
Como chegar: situada ao longo de Panorama Route e facilmente acessada a oeste do Parque Nacional Kruger e das cidades Sabie e Nelspruit.
Quando ir: qualquer época do ano é considerada boa para visitar o parque. Aos adeptos do rapel, vale lembrar que o melhor período é entre junho e agosto, durante o inverno.
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Fotos: divulgação/turismo de Mpumalanga