Nas montanhas do Amazonas, Serra do Aracá esconde a maior cachoeira do Brasil e paisagens idílicas

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Imagine uma queda d’água despencando 360 metros de altura em meio a um belíssimo monte coberto por vegetação. O cenário digno de filme é parte de El Dorado, a maior cachoeira do Brasil, localizada no Parque Estadual Serra do Aracá, em meio às montanhas do Amazonas, que chegam a alcançar 1.300 metros. A região, ainda pouco explorada, conta com uma parcela das maravilhas naturais que tornam o estado único.

A porta de entrada para conhecê-las é a cidade de Barcelos, a 534 km quilômetros de Manaus, conhecida por suas praias fluviais à beira do Rio Negro. Rico em biodiversidade, o local com 2 milhões de hectares é alvo constante de expedições científicas e, apesar de ser terreno fértil para o ecoturismo, infelizmente não tem controle de acesso ou recursos que garantam sua devida preservação e atividades de aventura.

Além de El Dorado, que é acessada pelo Planalto das Guianas, outras quedas d’agua chamam a atenção dos turistas e pesquisadores. Com mais de 200 metros de altitude e paisagem de tirar o fôlego, as cachoeiras da Anta, do Boto, do Desabamento, do Cuieiras e da Surpresa garantem muita diversão em suas piscinas naturais e alguns cliques fotográficos.

A caverna mais profunda do mundo, batizada de Abismo Guy Collet, está encrustada nesse território ainda tão misterioso. Formada por quartzo, chega a ter 671 metros de desnível, ganhando também o título de maior do Brasil nesse quesito.

É comum também se debruçar sobre as raízes gigantes da Sumaúma, espécie de árvore nativa muito comum em Barcelos, e observar os tepuis, montanhas que se assemelham ao formato de mesas, como se vê na Serra do Aracá, formada pelo resíduo geológico do famoso Monte Roraima, que faz fronteira com a unidade de conservação. Sua altura chega a 2000 metros.

Os percursos para desbravar o parque são feitos basicamente por trilhas de difícil acesso ou voadeiras, embarcação movida a motor, bem comum na região Norte, especialmente de abril a setembro, quando os rios estão mais cheios. Para entrar lá, é preciso também estar inserido num grupo de expedição, seguindo regulamentação do SEMA (Secretaria de Estado de Meio Ambiente).

É necessário estar ciente de que a visitação é totalmente por conta própria, já que não há infraestrutura turística no local. Poucas agências turísticas fazem passeios no local e os preços chegam a assustar. Na Katerre, o valor por pessoa chega a até 6 mil reais.

Na privilegiada Barcelos, que foi a primeira capital do Amazonas, também fica o Parque Nacional do Jaú e a área de Proteção Ambiental de Mariuá, considerado o maior arquipélago fluvial do mundo, com mais de 1400 ilhas.

Como chegar: o percurso de Manaus a Barcelos inclui três opções. O barco regional, também conhecido como “Recreio”, faz o trajeto em aproximadamente 32 horas de viagem, passando pelas belezas amazônicas do Arquipélago de Anavilhanas e do Arquipélago de Mariuá. O preço varia de R$ 150 a R$ 600 com direito a lugar para dormir e pensão completa.

Já o barco expresso, conhecido como Jato, leva 12 horas para fazer o percurso e todos vão sentados, assim como num ônibus. E também dá para chegar voando, com a MAP Linhas Aéreas, que desde 2015 realiza o trecho Manaus-Barcelos em aeronaves pequenas, com capacidade para 66 e 44 passageiros.

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