O mundo pós-pandemia do coronavírus pede por um respiro longe de espaços fechados. É assim que se abre a oportunidade para serviços drive-in voltar à ativa. O cinema ao ar livre já vem funcionando como opção de lazer e entretenimento em alguns países, incluindo o Brasil.

Foi em 1932 que o norte-americano Richard Hollingshead criou o primeiro cinema ao ar livre, no Estados Unidos, como forma de agradar à mãe, que era acima do peso e reclamava do tamanho das poltronas das salas convencionais. 

Com um telão, caixas de som e um espaço para carros estacionarem, surgiu então o cinema drive-in, que fez mais sucesso nas décadas de 1940 e 1950. Depois da abertura das salas de cinema fechadas, o cinema ao ar livre foi perdendo seu brilho, mas nunca saiu do imaginário popular, tornando-se parte de cenário de filmes, como o clássico “Grease” (1978), e também alvo de ações temporárias carregadas de nostalgia.

Agora, parece que o evento temporário veio para ficar.

No Rio de Janeiro

Ainda durante o surto mundial de Covid-19, que exigiu algumas medidas de segurança como o isolamento social e o fechamento de comércios, o cinema drive-in vem tomando conta de várias cidades no Brasil. Um deles é o LoveCine, montado no estacionamento do Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca —  Rio de Janeiro. 

O espaço conta com programação musical, filmes, shows e até delivery do restaurante Outback. Enquanto as imagens de filmes como Jurassic World passam no telão de 650 polegadas, o som é direto via frequência de rádio, pela estação 100.1 FM. É uma maneira de não incomodar a vizinhança.

Foto: divulgação/Love Drive-in

Uma das medidas obrigatórias é que ninguém saia do veículo. Quando bater a fome ou sede, os garçons ficam a cargo do leva e traz de pipoca, bebidas e outros itens. Para ir ao banheiro, é preciso sinalizar a locomoção no app específico para drive-ins, direcionar o carro até a porta ou ‘entrar na fila’, seguindo a mesma restrição. O evento disponibiliza álcool em gel à vontade. 

A temporada vai até o dia 19 de julho, com três sessões de quinta à domingo. A capacidade por sessão é de aproximadamente 180 carros com até duas pessoas cada, e o valor do ingresso é de R$ 100 por veículo. Segundo comunicado da empresa de eventos, o intuito é oferecer um momento de descompressão para as pessoas.

Saiba mais no site oficial.

Foto: divulgação/Love Drive-in

Em São Paulo

Na cidade de São Paulo, quem faz as honras do cinema ao ar livre é o Belas Artes Drive-in, fruto de uma parceria entre o Petra Belas Artes cinema de rua, e o Memorial da América Latina, museu e equipamento cultural metropolitano. O espaço do estacionamento do Memorial é desde o dia 17 de junho destinado à exibição de filmes, com custo de R$ 65 por carro.

Entre os cuidados obrigatórios, estão a distância mínima de 2 metros entre pessoas e carros em todos os ambientes, máximo de quatro ocupantes por veículo, compra via internet e exigência do uso de máscaras.

O acesso ao áudio dos filmes também é via rádio, sintonizado em 107,5 FM. Antes da atração começar, o público pode ouvir uma seleção musical do grupo Nomade Orquestra, por meio da mesma estação sonora. 

A programação, que acontece de terça a domingo, inclui filmes de diversos gêneros, anos e autores, a fim de democratizar as escolhas. Entre os filmes inéditos da programação estão “Os Melhores Anos de uma Vida”, de Claude Lelouch. Sucesso no Festival de Cannes em 2019, o filme é uma espécie de continuação do clássico romance francês, “Um Homem, Uma Mulher”. 

Outro lançamento do cinema ao ar livre foi a nova versão do clássico de Francis Ford Coppola, “Apocalipse Now — Final Cut”, totalmente restaurado e com som remasterizado, com 30 minutos a mais do que a versão original lançada em 1979. Entre os título brasileiros se destaca o brasileiro “Partida”, dirigido por Caco Ciocler.

Saiba mais no site oficial.

Outras cidades

O cinema drive-in também ganhou espaço em outras cidades brasileiras, seguindo basicamente as mesmas características dos demais. Confira abaixo onde encontrá-los.

Foto: divulgação/Cine Drive-In Brasília

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