Ponto de partida da travessia a remo do brasileiro Amyr Klink em 1984, a cidade de Lüderitz, na Namíbia, se difere de muitas outras dentro da África. Foi ali onde os alemães começaram a permear dentro do continente e deixaram suas marcas na história, na arquitetura, com detalhes Art Nouveau, e na gastronomia.

A baía foi encontrada em 1487 pelo português Bartolomeu Dias e foi chamada de Angra Pequena. Permanecendo esquecida por quase 400 anos, foi alvo do império alemão em 1884 e ganhou o nome de Lüderitzbucht em homenagem a Adolf Lüderitz, fundador da primeira colônia alemã na África. O que veio logo depois abriu uma ferida que não cicatrizou até os dias atuais.

Revoltada com o racismo, a perda de terras e demais abusos dos colonos, a população reage e o resultado não poderia ser pior: entre 1904 e 1907 fica marcado o primeiro genocídio do século XX. Os nativos que não deixaram o país foram exterminados, resultando em 75 mil mortes segundo documentos da ONU, mas acredita-se ainda que o número pode ter chegado a 100 mil.

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Essa grande marca do passado rendeu uma desculpa pública por parte do governo alemão e dos descendentes da família do general alemão Lothar von Trotha entre 2004 e 2007. Em 2013 o governo local polemizou ao propor que o nome da cidade mudasse para !Nami≠nüs, que no idioma Nama significa abraçar. Atualmente a Namíbia, que se declarou independente da África do Sul em 1990, tem como principal atividade econômica a extração de minerais, a pesca e o turismo, que tem crescido consideravelmente, gerando emprego e renda.

Assim, Lüderitz é hoje um destino curioso, que vai além dos conhecidos desertos e safáris da região. Abrigando pouco mais de 20 mil habitantes, é rodeada de edifícios coloniais coloridos, memoriais, museus, monumentos e comércios com mais de 100 anos de idade. O destino se enche de turistas durante o festival anual de lagostim, farto também em outras espécies marinhas, além de sediar competições de kite e windsurf.

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Outra atração bastante peculiar a apenas 10 km do porto é Kolmanskop, conhecida como a “cidade fantasma da Namíbia”. Em pleno deserto, foi erguida em 1908 e foi abandonada em meados de 1950 quando a mineração se esgotou. Congeladas no tempo, as construções ganharam um ar fantasmagórico, enquanto outras se encheram de areia, atraindo olhares de fotógrafos e viajantes.

A herança alemã no país também pode ser vista em Swakopmund, uma cidade litorânea no meio do deserto.

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Post por Brunella Nunes
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