Já estamos em 2016 e o Reveillón já acabou por aqui. Pelo menos de acordo com a cronologia gregoriana, que celebra a virada sempre no dia 1º de janeiro segundo tradições cristãs. Mas existem ainda outras datas e festas de Ano Novo ao redor do mundo para você curtir o quanto quiser este marco de renovação.
O mais engraçado é que historicamente, tudo indica que estamos celebrando o ano errado dentro do calendário cristão. Segundo a igreja católica, a cronologia de Dionísio – que divide os anos em a.C e d.C, estava errada e o papa Bento XVI defende que o nascimento de Jesus teria sido entre 4 e 6 anos antes de Cristo. Assim sendo, estaríamos no ano de 2022 e não 2016.
Além disso, nosso atual calendário não segue os princípios básicos da astronomia, que calcula as voltas da Terra ao redor do Sol em 365 dias, 05 horas, 48 minutos e 14 segundos. Polêmicas, teorias e religiões à parte que trazem tantas dúvidas, o melhor é partir para um novo ano em outro país mesmo, sempre celebrando coisas boas e carregados de energias novas.
Dia 08 de fevereiro: Ano Novo Chinês
Celebrando a astrologia chinesa e o calendário lunissolar, a China mantém a tradição taoísta junto ao calendário gregoriano que rege no país. Assim sendo, 2016 equivale ao ano 4.714, quando chega o ano do macaco no primeiro dia do ano, chamado de Zhēngyuè, em 8 de fevereiro. No dia anterior, é comum limpar a casa para afastar os maus espíritos e, à meia-noite, chega o novo ano com desfiles, fogos de artifício e guioza, um pastel típico do país.
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Dia 8 de fevereiro: Losar (Ano Novo Tibetano)
Coincidentemente, o Ano Novo Tibetano também acontece no dia 8 de fevereiro, mas no Losar se celebra o ano de 2.143, regido pelo Homem Macaco de Fogo segundo a astrologia tibetana. As comemorações são feitas na base de música, dança, oferenda e consulta de Dalai Lama ao oráculo de Nechung, para então prever o que está por vir e pedir cura física, espiritual e proteção.
Dia 21 de março: Ano Novo Baha’i: Naw-Rúz
Pouco conhecida no Brasil e muito concentrada na Ásia, Bahá’i é uma religião monoteísta fundada na Pérsia e que abrange 218 países e territórios, alcançando mais de 7 milhões de pessoas. Por aqui, 60 mil pessoas seguem o calendário solar com 19 meses e 19 dias cada. O Ano Novo Bahá’i de ano 171 chega entre os dias 20, 21 e 22 de março, celebrado com música, dança e orações nos templos ao redor do mundo.
Dia 8 de abril: Ano Novo hindu: Gundhi-Padwa
Mesmo que coincida com o calendário gregoriano na contagem dos dias e anos bissextos, o calendário hindu segue os anos da Era Saka, que começou quando a Era Cristã já estava no ano 78. Os festivais religiosos, porém, vão de acordo com o calendário lunissolar, com meses contados a partir da lua nova. O Ano Novo Gudhi-Padwa celebra a imagem de Gudhi, a bandeira da vitória, erguida ao lado de fora de casa, simbolizando a criação do mundo, a atração de sorte e o afastamento do mal.
Há ainda outras datas de Ano Novo baseadas no hinduísmo, sendo o Puthandu no dia 14 de abril no Sri Lanka, Malásia, Singapura e Ilhas Maurício; e, na mesma data, o Poila Boishakh, em Bengala; e o Diwali, o maior feriado indiano, no dia 30 de outubro.
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Dia 13 de abril: Ano Novo Tailandês ou Songkran
Chamada de Songkran, a celebração de Ano Novo Tailandês não fica só na Tailândia, expandindo-se para Myanmar, Camboja e Laos. Porém, é no tão desejado país asiático onde faz mais sucesso. Seguindo a deslocação do sol, da lua e planetas para uma nova órbita do zodíaco, os dois dias de festejos são marcados pela água, que representa limpeza e purificação. É comum limpar e decorar os templos, banhar a estátua de Buda, molhar imagens com água perfumada e até mesmo fazer uma divertida “guerra” com armas de água, onde as pessoas vão às ruas para se molhar.
Dia 03 de junho: Ano Novo Iorubá
Indo de acordo com os ciclos lunares, o calendário Kojoda é regido por 4 dias por semana, sendo um orixá celebrado em cada um deles: Obatalá, Orumilá (Exu e Oxum), Ogum (Oxóssi) e Xangô. O ano tem, então, 91 semanas em 52 meses, e junho é tido como o mês das colheitas. Em 2016 o ano iorubano, regido em países como a Nigéria, já está em 10.058.
Dia 11 de setembro: Ano Novo etíope
A Etiópia segue o calendário criado pelo monge Annianus de Alexandria, que data o dia da criação do homem em 25 de março de 5492 a.C. O Ano Novo, chamado de Enkutatash, começa na Primavera e celebra o ano de 2009, data acompanhada pelos igrejas ortodoxas etíopes, copta e católicas orientais. São três dias de orações, hinos, salmos e sermões junto com ceia familiar e a iluminação de tochas de fogo para espantar os antigos espíritos e saudar os novos.
Dia 03 de outubro: Ano Novo judaico: Rosh Hashaná
Muita gente sabe que os judeus celebram o Ano Novo em outra data. O Rosh Hashaná segue as fases da lua e, em 2016, celebra o ano 5.777 com uma farta ceia repleta de tâmaras, romãs, abóbora, pedaços de maçã com mel para atrair coisas tão boas quanto o que se come. Sem grandes festejos, a data serve para olhar para dentro de si, refletir sobre o ano que passou e orar pelo o que está por vir. É costume tocar o shofar, chifre de um carneiro, para simbolizar o despertar da consciência, dentre outras coisas.
Dia 03 de outubro: Ano Novo islâmico
Chamado de Eid Ras-Al-Sana, o Ano Novo dos islâmicos segue os ciclos lunares e tem 354 dias. Os muçulmanos celebram em 2016 o ano de 1438 AH (“Ano da Hégira”), seguindo o calendário que se iniciou no ano 622 do calendário gregoriano. São 10 dias de atos de compaixão, orações e jejum (não obrigatório como no Ramadan), além do auto flagelo para recordar o sofrimento de Imman Hussein, feito com murros no peito, facas, canivetes ou chicotes em alguns países durante o primeiro dia do ano.
Dia 31 de outubro: Ano Novo wicca: Samahain
Com início e fim marcado pelo pôr-do-sol, o Samhain chega entre o equinócio de outono e o solstício de inverno com rituais que recordam os mortos e eliminam energias negativas. Incensos e velas rodeiam pratos com abóbora e carne, vinho quente e maçãs na celebração que deu origem ao Dia das Bruxas.
Dia 21 de dezembro: Ano Novo inca: Capac Raymi
Na América do Sul é comum encontrar tradições milenares de antigos povos ainda vivas. Nos Andes, em especial Peru e Bolívia, o Capac Raymi marca o primeiro mês do calendário inca, celebrando o Sol a partir de elementos pré-hispânicos com católicos. Os festejos incluem desfiles coloridos, mas antigamente incluíam sacrifícios de animais, danças até a madrugada e a folha da coca, que era mascada na data. A Festa do Sol, porém, é celebrada em Cusco no dia 20 de junho. Saiba mais sobre ela aqui.
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Post via; texto adaptado por Brunella Nunes
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