Uma cidade de quase 3.000 habitantes a 480 km de São Paulo é considerada a “Roma brasileira“. Fundada por imigrantes italianos, Pedrinhas Paulista ainda carrega boa parte de seu legado europeu nas construções e nas tradições que a tornam curiosa.
Nascida às margens do Riacho Paranapanema em 1952, na fronteira com o Paraná, a então Colônia de Pedrinhas era composta por 28 famílias oriundas da Itália, especialmente das regiões da Sicília, Calábria, Veneza, Lazio, Abruzzi, Piemonte e Lombardia.
Os imigrantes chegaram às terras férteis do Vale de Paranapanema por meio da Missão Técnica Agrícola, iniciativa criada pelo governo italiano para a exploração de áreas de cultivo nas Américas. Nos lotes foram plantados trigo, algodão, amendoim, milho, girassol, arroz, mandioca, café e uva.
Até os dias atuais, o setor agrícola é a principal atividade econômica do município, emancipado em 1991, que vive principalmente à base da cultura de soja, milho e rebanhos leiteiros.
O que fazer em Pedrinhas Paulista
O principal destaque do município é a arquitetura das construções, que apesar de serem erguidas na era moderna, se baseiam em Roma Antiga. O pórtico já revela o que se encontrará ao redor de toda a cidade: colunas, arcos, abóbadas e detalhes clássicos compõem os edifícios e monumentos.
A câmara municipal, a prefeitura, o teatro, o centro cultural e a praça principal são alguns dos exemplos arquitetônicos inspirados pelo estilo romano. Tem até um mirante para quem quiser olhar o conjunto de prédios.
Moradores de Pedrinhas Paulista chegam a falar italiano eventualmente nas conversas. O ensino da língua faz parte da grade curricular no Ensino Fundamental.
Outro atrativo inusitado é a réplica da famosa escultura Loba Capitolina, que fica originalmente em Roma e foi feita na Idade Média. Nela se vê os gêmeos Remo e Rômulo, que deram origem à lenda de fundação da capital italiana.
O Centro Cultural de Pedrinhas Paulista, que tem características semelhantes às casas de banho romanas em suas formas, reúne no acervo centenas de fotos históricas da cidade, doadas pelas próprias famílias italianas que a ergueu. Uma coleção de objetos antigos, que fizeram parte do cotidiano, também pode ser vista no local.
A igreja de São Donato marcou a fundação da colônia na década de 50. É neste local que o público pratica a fé e se esbalda na tradicional Macarronada de São Donato, festa que acontece anualmente no mês de agosto, atraindo muitos visitantes. Na data, que celebra o padroeiro da cidade ao longo de uma semana de atividades, generosas porções de macarronada, batata, frango assado e polenta são servidas gratuitamente.
As festividades regionais incluem apresentações de danças típicas, como a tarantela. As homenagens não se limitam às origens italianas, mas também caipiras, como se vê no Encontro de Comitivas. A cultura sertaneja é celebrada por meio de missa, shows de música raiz e almoço tropeiro a preço popular.
Recentemente, o poder público de Pedrinhas Paulista lançou o Programa de Turismo Rural, para capacitar e incentivar as propriedades a se incorporarem no setor turístico. Assim, pequenos produtores e suas famílias terão mais uma fonte de renda, aproximando os visitantes do campo, que desde os primórdios é a principal fonte econômica local.
A cidade mais italiana do Estado conta com alguns hotéis, restaurantes e um pequeno centro comercial para atender ao turista. Em 2019, conquistou o título de Município de Interesse Turístico (MIT), concedido pelo governo paulista, o que poderá expandir mais os horizontes e potenciais pedrinhenses.
Como chegar
O acesso rodoviário é pelas rodovias Miguel Jubran, Raposo Tavares e Helder de Sá a partir de São Paulo. Quem optar por aeroporto, o mais próximo é o de Marília, a 120 km de distância.
Matéria excludente! Não informa sobre as possibilidades de como chegar de ônibus!
Segundo nossas pesquisas não há como chegar de ônibus lá. Você pode pegar um ônibus da Barra Funda (presumindo que está saindo da capital) pela Viação Andorinha e ir até a cidade de Florínea. De lá, um táxi ou Uber até Pedrinhas.