Enquanto algumas pessoas sonham, outras realizam. Reunimos 10 histórias de viagem e mudança de vida que podem te inspirar a traçar novos caminhos. Ninguém disse que seria fácil, mas não é impossível.
Desde que as redes sociais foram criadas, uma avalanche de histórias de viagem tomou conta da internet. É compreensível que gere frustração em grande parte dos espectadores, afinal, quem é que consegue lidar com uma sequência de vidas perfeitas pipocando nas telas o tempo inteiro?
Mas, entre tantos conteúdos, existem sim alguns meios de transformar o desejo em objetivo de vida. E vários produtores de conteúdo conseguem transparecer os ônus e os bônus de suas trajetórias, além de instruir quem queira fazer a mesma coisa ou algo parecido.
Tem pessoas que nem sempre estão na ponte aérea; outras vivem com o mínimo possível para conseguirem ser livres o suficiente na estrada. Com as histórias de viagem que selecionamos, trazemos exemplos que rompem as barreiras financeiras, de idade, de gênero e de condições físicas.
Confira abaixo as histórias de viagem:
Saci Trilheiro: o geógrafo teve um câncer agressivo aos 17 anos, que o levou a amputar a perna. Além disso, a doença trouxe outras consequências, prejudicando o funcionamento dos rins, da bexiga e intestino. Somente após 12 anos de tratamentos o médico o considerou curado. É claro que passar por tantos desafios trouxe transformações significativas para a sua vida. Fazendo uso de um personagem do folclore brasileiro, ele se autodenomina Saci Trilheiro nas redes sociais, onde compartilha suas jornadas ao redor do mundo, fazendo trilhas na natureza com o apoio de muletas e da esposa, Isabel.
Roadtrip da Vovó Joy: se tem um lema levado a sério nessa história, é o que diz que nunca é tarde para se aventurar. Depois de ouvir da avó que ela se arrependia por ter viajado pouco na vida, o norte americano Brad Ryan tratou de transformar o lamento em felicidade, prometendo levá-la aos 62 parques nacionais dos Estados Unidos. Tempo depois, a dupla já conheceu 53 lugares da lista e vai seguir viagem após o fim da pandemia. Ela está atualmente com 90 anos, seguindo firme e forte nas trilhas.
Carabiner Coffee: o aventureiro Erik Gordon não passa muito tempo longe da natureza. Depois de trabalhar num pequeno café em Colorado (EUA), montou uma cafeteria itinerante em uma Kombi de 1971, assim pode viajar e ao mesmo tempo servir a bebida favorita aonde quer que esteja. O trabalho e o alojamento se concentram na van, então ele não precisa se poupar de suas escaladas, corridas e passeios de mountain bike quando o expediente acaba. Além de preparar cafés, Gordon também fez uma parceria para produzir grãos de sua própria marca e vender os pacotes.
Mumpack Travel: a australiana Evie Farrell tinha uma rotina convencional, trabalhando como relações públicas em Sydney, até perder uma grande amiga para o câncer aos 42 anos. O episódio a impactou de tal forma, que ela mudou os rumos da própria vida. Pegou o dinheiro guardado, que era para reformar a cozinha e o banheiro de casa, e a filha Emily, que na época estava com 6 anos, para viajar sem data de retorno. Juntas, elas visitaram vários países ao longo de 17 meses e depois retornaram ao país de origem. Mas as viagens continuam sempre que possível! O dinheiro da mãe agora é sempre investido em passagens aéreas.
Somen Debnath: nascido na pequena vila de Basanti, na Índia, Somen começou sua jornada de bicicleta em 2004 ao redor de cidades do país, que na época contava com números alarmantes de infectados pelo vírus da Aids. Formado em Zoologia, ele passou a estudar sobre o assunto e decidiu levar conscientização para a população local ao longo de três anos. Depois, acabou virando uma missão de vida, que desde então já o levou a 157 países a bordo da bike, que chegou a ser roubada seis vezes! Os perrengues não pararam por aí. No Iraque, o viajante foi sequestrado pelo Talibã e escapou de bomba. O objetivo dele, que também se tornou representante da cultura indiana, é chegar a 191 países e 200.000 km rodados.
My Big Dream: o casal de uruguaios Serafin e Shirley, de 72 e 70 anos respectivamente, viveram no Maranhão ao longo de quatro décadas, até que um dia resolveram vender suas posses e colocar o pé na estrada a bordo de uma motocicleta. O sonho de conhecer o mundo começou em junho de 2017, cruzando 27 cidades do Brasil. Quando estavam prestes a embarcar na segunda etapa da aventura, a trajetória Ushuaia-Alaska, Shirley descobriu um câncer de mama. Ela começou o tratamento e passou por uma cirurgia no início de 2020. Os planos de continuar a viagem assim que possível seguem firmes.
4 Patas Pelo Mundo: quando tinha 14 anos, Mellina descobriu uma condição que fazia sua retina degenerar progressivamente. Aos 27 anos, tornou-se deficiente visual, chegando a ter apenas 3% de visão. No início, teve de aceitar e aprender a lidar com os novos desafios que se revelavam na rotina. Foi a partir de então que ela arrumou uma companheira e cão guia, a labradora Hilary. Inseparáveis, as duas passaram a viajar juntas, indo a lugares como Caldas Novas, Curitiba, Blumenau, Buenos Aires, Orlando e Nova York.
Van Cat Meow: o australiano Richard East herdou da ex-namorada uma grande companheira de aventuras, a gata Willow, adotada quando tinha dois anos de vida. A dupla criou uma conexão tão forte, que o término do relacionamento romântico apenas os aproximou mais. Em 2015, ele deixou a carreira de lado, vendeu a casa e suas coisas para viajar a bordo de uma van, sem deixar a felina para trás, afinal, viagem não é desculpa para largar um bichinho de estimação! Ela é sempre supervisionada e usa uma coleira com rastreador. Richard e Willow já percorreram mais de 50.000 km juntos e seguem viajando sempre que possível.
Jornada Kamoi: em 2009, a curitibana Priscila Kamoi foi para os Estados Unidos terminar a faculdade e tinha já iniciado uma carreira promissora em um banco multinacional. De volta ao Brasil, descobriu que estava com câncer de tireoide, aos 21 anos. O episódio foi suficiente para rever o estilo de vida e a carreira. Quando se sentiu preparada, pediu demissão e largou de vez o meio corporativo para investir suas energias num projeto pessoal, o Jornada Kamoi, onde narra suas aventuras ao redor do mundo e dá dicas de empreendedorismo.
Jô Feitosa: nascida numa família conservadora no Ceará, a assistente social Josefa Feitosa tratou de usar a aposentadoria a favor de seu sonho. Em busca de liberdade, comprou uma passagem só de ida para Belém e no final das contas viajou de barco para o Amazonas, uma aventura com cinco dias de percurso. O gosto pelas viagens só aumentou e logo ela estava dando palestras na Europa sobre seu trabalho. Chegou a trabalhar como babá na Irlanda e ao todo desbravou 40 países. Em 2018 passou uma temporada na África e na Ásia. É adepta do minimalismo e atualmente está visitando cidades no Brasil.
1 comentário