Ahhhhhhhhhh……… viajar!
Creio que 100% dos leitores concordarão comigo que viajar é muito bom.
Bem, vá lá que alguém não goste. Esta pessoa seria, a meu ver, a exceção que confirma a regra de que “toda regra tem exceção”.
E por que razão viajar é tão bom?
Penso que conhecer novos lugares, culturas e sabores nos remete, basicamente, ao… sair da rotina! O deslumbrar de novas paisagens, distintas a que estamos acostumados, as dificuldades de compreensão numa língua diferente da nossa (ou até mesmo sotaques da mesma língua), sabores inusitados, o sentir o calor ou frio que nos incomoda mas que, ao mesmo tempo nos diz: “ei, psiu, você não está em casa” o que assinala um momento único.
Em tempos de COVID 19, onde o ficar em casa assumiu um caráter mais de confinamento do que de aconchego é justo pensarmos nisso.
Enfim, viajar, resumindo, é o “sair da sua zona de conforto”.
E, já que, por enquanto, os check ins da vida estão em baixa, só nos resta falar sobre as viagens, a fim de motivar a todos porque uma hora iremos vencer a pandemia e o viajar voltará aos nossos planos. Até lá: fique em casa!
Cada um tem uma motivação diferente para viajar: há os que são atraídos pelos famosos cartões postais (isso mesmo, aqueles lugares que simbolizam uma cidade ou local como a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade ou o Coliseu); há os que gostam do chamado da natureza selvagem explorando lugares que lhe despertem o desafio e a vontade de vencê-los; os que são atraídos por um tema (até mesmo gastronômico) como a Rota do Vinho ou a Rota Romântica e assim por diante.
Já vimos, portanto, que motivação para viajar não nos falta, basta que cada um ache aquela que mais lhe adequa.
No meu caso, por exemplo, eu procuro reunir duas das matérias que mais me encantavam nos primórdios dos bancos escolares: Geografia e História.
A Geografia porque me fazia viajar, quando menino, em locais até então impensáveis para mim. A professora nos falava, procurávamos no mapa e ali estava o acidente geográfico, numa composição visual única para cada um, pois não havia os recursos tecnológicos de hoje.
E a História, essa então me fazia mais do que imaginar, sonhar com momentos aos quais não presenciei, mas podia soltar a imaginação e me colocar ali no meio daquela ação.
Na conjunção desses dois motivos, após conhecer grande parte do Brasil, eu e minha esposa decidimos nos aventurar num espaço que é um paraíso para quem, como nós, adora Geografia e História: a Europa.
Já foram algumas viagens ao Velho Continente e, a cada uma, somos surpreendidos por novos pontos que alegram nossos corações ao estarmos, in loco, em locais onde parte da História da Humanidade foi escrita.
Em nossa primeira viagem, como porta de entrada ao território Europeu, acabamos parando em Lisboa.
Lembro-me que, numa certa hora, após ver diversas edificações, pensei comigo: “puxa, é igualzinho ao Brasil!”. Logos depois tive que me auto corrigir e admitir que o Brasil é que era igualzinho a Portugal.
E, nada mais apropriado para celebrar essa união histórica e geográfica entre os dois países do que visitar, justamente, a Torre de Belém, hoje monumento nacional que simboliza e Época de Ouro das navegações portuguesas. Mais do que a própria beleza da construção em si está sua simbologia histórica.
E, em Paris, como não nos atentarmos ao simbolismo da Catedral de Notre Dame, do século XII, que carrega em sua história, dentre outros, o local da execução do último mestre templário Jacques de Molay em 1314 e a coroação de Napoleão Bonaparte como Imperador da França pelo próprio Papa Pio VII, em 1804.
Visita obrigatória, no Palácio de Versalhes como não se deslumbrar com a beleza de seu Salão dos Espelhos, não só por sua incrível riqueza e beleza como também em saber que após a Guerra Franco Prussiana de 1870 foi ali que Guilherme I foi coroado como o primeiro imperador alemão, na presença do Otto von Bismarck, numa grande humilhação aos franceses derrotados que se vingariam, em 1919, impondo o draconiano Tratado de Versalhes, cujas consequências desaguariam na II Guerra Mundial.
Mas nem tudo é História nesses passeios, vale também visitar atrações por pura diversão.
Visitando o Vale de Lauterbrunnen no coração dos Alpes suíços, você acaba se deparando com um local que afora ser um mirante maravilhoso, ainda guarda a característica de ter sido cenário para um dos filmes do agente secreto mais querido do mundo. Sim, ele… “Bond, James Bond”.
O Schilthorn Piz Gloria, a 2973 m de altura, é um composto de mirante, base para esquiadores, restaurante giratório e museu que guarda lembranças do filme de 007 “A Serviço Secreto de Sua Majestade”, por ter sido um dos principais cenários do filme. Diversão garantida.
Em Berlim, a explosão de história é a cada esquina. Afinal, você encontrará na cidade 3 momentos diversos que lhe trazem lembranças históricas: a da Prússia imperial, a era nazista e a Berlim, capital mundial da Guerra Fria.
Portanto, para evitar cair no comum e publicar fotos do Palácio de Charlottemburg, da Bebelplatz ou do Checkpoint Charlie, resolvi simbolizar as três e escolhi a catedral Berliner Dom, por sua permanência no tempo.
Ou, pra finalizar, como não ficar imaginando, ao olhar as (hoje calmas) janelas, a trágica cena ocorrida em 1618 que deu nome ao evento “Defenestração de Praga”.
Enfim, poderia publicar até um livro com essas reminiscências históricas, tamanha a quantidade de lugares e eventos que se percorre e as sensações que lhe trazem.
Poder pisar em locais onde parte da história foi escrita, poder sentir um pouco do momento vivido e, quem sabe, aprender um pouco mais fazendo seu quinhão na construção de um mundo melhor, com as lições aprendidas.
Texto por Luiz Augusto Santiago, pai da Amanda Santiago, co-fundadora do QCV
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