Se você chegou até aqui, é provável que esteja planejando um roteiro pela Romênia ou apenas curioso para saber mais sobre o país. Essa sensação é normal. Afinal, pouco se fala sobre os destinos romenos e algumas pessoas sequer sabem que a língua falada por lá é um idioma latino – e, portanto, não tão estranho aos nossos ouvidos.
Tive a oportunidade de conhecer o país quando fui alocada para um trabalho em Bucareste e, nos poucos finais de semana livres, aproveitei para conhecer algumas das cidades mais charmosas da Romênia. Sabe aquelas experiências que a gente leva para a vida? Pois essa é uma delas!
Não dá para descrever todo o acolhimento e simpatia que eu senti em solo romeno, assim como não cabem aqui as cenas inusitadas que vivi por lá. Mesmo assim, acho que esse espaço é perfeito para compartilhar um roteiro pela Romênia e inspirar outros viajantes a conhecerem essas coisas por si só. Vamos?
Roteiro pela Romênia
Nosso roteiro vai começar pela capital romena: Bucareste.
Não há voos diretos do Brasil para lá. Entretanto, basta uma conexão para chegar ao Aeroporto Bucareste Otopeni (OTP), localizado a cerca de 18km do centro da cidade. Também é possível viajar desde outros países do Leste Europeu em trem, com chegada na Gara Nord. Entretanto, as viagens por terra costumam ser longas e cansativas.
Bucareste
Capital romena, Bucareste é uma cidade grande com todas as facilidades e os problemas de uma metrópole. Uma das melhores notícias sobre o destino está no bolso: ele figura em quase todas as listas de lugares baratos para conhecer pelo mundo (veja alguns exemplos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
Mas o que fazer na cidade? O ponto turístico mais conhecido é o Palácio do Parlamento, uma estrutura enorme, com 350 mil metros quadrados. Ele é considerado o maior palácio do mundo e eu sei que o viajante que mora dentro de você adora este tipo de curiosidade.
Além do Parlamento, um dos lugares mais imperdíveis de Bucareste é o bairro de Lipiscani, o distrito histórico da cidade e também bairro boêmio por excelência. Entre ficar bobo com a beleza da arquitetura e tomar uma cerveja Timișoreana gelada, escolha os dois. Para mais ideias de atrações, não deixa de conferir o nosso guia de Bucareste.
Depois de explorar a capital romena, é hora de alugar um carro: nós vamos partir rumo à Transilvânia. Pegue a estrada Transfăgărășan e prepare-se para muitas curvas e histórias de vampiro pelo caminho.
Sibiu
A primeira parada desta viagem será a simpática cidade de Sibiu, mas você ainda pode aproveitar o caminho para conhecer o verdadeiro Castelo do Drácula, onde Vlad, o Empalador teria vivido por algum tempo. As ruínas do Castelo de Poenari ficam entre Bucareste e Sibiu e são acessíveis após uma subida íngreme de 1.480 degraus.
Passado o sufoco, seguimos viagem a Sibiu para conhecer essa cidade histórica de colonização germânica. Uma vez lá, é impossível não reparar nos telhados, que parecem ter pequenos olhos. Comece a explorar o local a partir da Piața Mare, a maior praça de Sibiu, ou da Piața Mica (a menor) e, daí em diante, deixe a cidade surpreender você.
Não dirige? Você também pode ir de trem ou de ônibus de Bucareste a Sibiu (as viagens duram em média entre 5 e 6 horas). Mesmo assim, sou apaixonada pela Transfăgărășan e não perderia a oportunidade de passear nessa estrada, que tem uma das vistas mais lindas que eu já encontrei nessas andanças mundo afora.
Brașov
Nossa viagem pela Transilvânia continua com uma parada em Brașov, também de colonização alemã. A Igreja Negra, uma catedral luterana datada do século 15, é uma de suas principais atrações e a beleza da construção salta aos olhos. Outro edifício que você provavelmente vai querer conhecer, ao menos por fora, é a Igreja de São Nicolau (ortodoxa).
Perca-se nas ruelas de Brașov e, se tiver tempo livre, aproveite a cidade como um ponto de partida para explorar outras atrações na região, como o Castelo de Bran e a Fortaleza de Râșnov, por exemplo.
De carro, são cerca de duas horas e meia entre Sibiu e Brașov. O tempo é semelhante de ônibus ou trem, fazendo com que o trânsito entre as duas cidades seja bastante acessível.
Constanța
Deixando de lado a Transilvânia, partimos rumo ao litoral romeno. Nesse sentido, a praia de Constanța é um dos destaques do país.
Não se engane pensando que irá encontrar um destino tranquilo. Constanța é puro agito, com direito a bares de praia e vida noturna pulsante. Como uma comparação grosseira, seria a Ibiza da Romênia. E, claro, o Mar Negro é motivo de sobra para esticar a viagem até o balneário.
Para os apaixonados por história, há ainda diversas ruínas e monumentos antigos para explorar na região, enquanto aqueles que não perdem um jogo de azar poderão passar noites em claro no Cassino.
Na região, a praia de Mamaia é a preferida dos viajantes – e talvez a mais cara. Se quiser um destino mais classe média e com ares de vida real, rume para Eforie Sud. Nesse caso, leve em consideração que este é considerado um “destino barato” na Romênia, com foco principalmente em turismo local. Portanto, é comum que as pessoas não falem inglês.
Você pode dirigir de Brașov a Constanța (são cerca de 4h30 de estrada), fazer o percurso em trem (5h) ou viajar de ônibus (quase 7h). A maioria dos trajetos passa por Bucareste ou próximo à cidade, de forma que não é difícil devolver o carro (se você tiver alugado um) e seguir viagem em veículos coletivos.
Roteiro pela Romênia: duração
Abaixo, listo o tempo mínimo que eu recomendaria para conhecer cada destino, levando em consideração que você também irá se cansar e perder diversas horas com os deslocamentos. Lembre-se sempre de adaptar as dicas de acordo com sua disponibilidade e estilo de viagem.
- Bucareste: 3 dias
- Sibiu: 2 dias
- Brașov: 2 dias
- Constanța: 2 dias
Antes de começar a viagem, eu recomendo ler também nossas dicas essenciais sobre a Romênia. No link ao lado, trazemos informações sobre vistos, segurança, desastres naturais, idioma falado, moeda, gastronomia típica, clima e serviços médicos.
Com esses conselhos na ponta da língua, você ganha um salvo-conduto para qualquer perrengue que possa surgir no caminho!
Acho que faltou a Transilvânia ehehehe.