Quando o Brasil se proclamou como República, logo veio um grande incentivo para povoar seus vastos territórios. Foi assim que nasceu Nova Veneza, uma cidade italiana em Santa Catarina, considerada a primeira colônia do país europeu após a queda do Império de D. Pedro II.
Foi fundada em 1891, com a vinda de aproximadamente 400 famílias de Veneza, da Itália, para desenvolver a região. Por muitos anos era apenas um vilarejo, até que a chamada Colônia Nuova Venezia se emancipou de Criciúma a partir de 1958, caminhando com as próprias pernas desde então.
Rodeado por um cadeia montanhosa, o município a 215 km de Florianópolis tem pouco mais de 14 mil habitantes atualmente. Acredita-se que 90% dos venezianos tenham descendência italiana, sendo praticantes dos dialetos Vêneto e Bergamasco.
Junto aos imigrantes, vieram também os costumes e tradições. As características tipicamente italianas são parte da arquitetura, da culinária e do folclore, como mostra o incrível Carnevalle de Venezia, um autêntico baile carnavalesco no estilo veneziano, com trajes e máscaras que recordam o teatro renascentista, sempre na segunda quinzena do mês de junho, juntamente com a Festa da Gastronomia.
Logo na entrada da cidade, o pórtico e o Monumento dos Imigrantes já revelam as fortes ligações com as conquistas do passado. Erguida em pedra basalto, a estrutura conta com o Leão de São Marcos, representando Veneza; um caldeirão de ferro, que simboliza o trabalho; e bandeiras que oficializam a união entre as duas nações.
Da época da colonização, se mantêm preservados alguns edifícios como a Casa de Pedra da Família Bratti. Não é apenas uma, mas um conjunto de três casas erguidas em barro e pedra ferro no final do século 19, que demoraram 14 anos para ficarem prontas.
A Ponte dei Morosi (ou Ponte dos Namorados) também resgata os tempos longínquos. Erguida em 2016, faz alusão a uma antiga ponte de 1936, que era a favorita dos apaixonados. A Prefeitura incentiva a colocação de cadeados personalizados por casais na passarela, para eternizar o romantismo.
O Museu do Imigrante e o Palazzo delle Acque cumprem o papel de instituições culturais. O primeiro se dedica a contar, por meio de objetos de época divididos em núcleos temáticos, a história da colonização. Já o segundo é dedicado aos eventos da cidade, como apresentações artísticas e o famoso baile de máscaras.
Outra grande lembrança da Itália é o Santuário Nossa Senhora de Caravaggio, que demonstra o poder da fé cristã propagada pelos imigrantes ao longo das gerações. No último domingo de maio, a cidade é tomada pela romaria em honra à santa, que vem atraindo cada vez mais peregrinos de todo o país.
Um dos grandes sucessos entre seus atrativos é a Gôndola Lucille, doada pela Itália em 2006 após percorrer os canais de Veneza. A embarcação 100% artesanal, construída em um canteiro com mais de 700 anos de histórica, fica posicionada em um lago artificial no centro da cidade, na Praça Humberto Bortoluzzi.
Atraindo olhares curiosos, fez o turismo de Nova Veneza crescer nos últimos 10 anos, formando até fila para fotos. O Canal Brasil chegou a fazer até um documentário para mostrar o processo de negociação, a chegada e a importância do aparato que cruzou o oceano.
Perto do grande atrativo foi instalada, em junho de 2019, uma Rua Coberta, novo espaço de entretenimento e turismo do município, com pavimentação e calçada alinhadas com a acessibilidade.
O ecoturismo também é um dos atrativos regionais. Trilhas levam os viajantes até cachoeiras, como a Cachoeira do Cantão e a Cachoeira Três Quedas, que cai a 70 metros de altura. São acessadas por meio de trilhas, com nível de complexidade variado ao longo do percurso, havendo a recomendação de guias especializados acompanhando os visitantes.
Os menos aventureiros podem recorrer ao Santuário Ecológico Aguaí, que parece os românticos cenários de conto de fadas. Conta com parque infantil, trilha leves, caiaque, pedalinho e tirolesa, além de servir almoço e um farto café da tarde aos visitantes durante os finais de semana.
A Reserva São Francisco resguarda 1.300 hectares de Mata Atlântica, preservando espécies como o graxaim-do-campo, o macaco-prego e a puma, considerado o segundo maior felino das Américas.
Para não ir embora com as mãos abanando, os turistas sempre fazem umas comprinhas! O artesanato regional, em especial os itens que lembram do típico carnaval veneziano, são expostos para venda na Secretaria de Turismo, próximo à Praça, na Rua Nicolau Pederneiras,42.
Os produtos da colônia podem ser adquiridos na Coofnova – cooperativa de produção agroindustrial familiar – que promove o desenvolvimento sustentável de pequenos produtores. Geleias, licores, biscoitos e charcutaria artesanal são alguns dos itens que forram as prateleiras.
Mangia che te fa bene
Impossível falar de um lugar com pé na Itália e não abordar um assunto: comida. Em Nova Veneza, se destaca a culinária rural, bem caseira e de fazenda, e as massas, também artesanais, feitas com base nas receitas da nonna ou da mamma.
Atualmente existem duas leis que definem Nova Veneza como “capital da gastronomia típica italiana“, sendo uma Estadual e uma federal. Não por acaso, um dos eventos mais movimentados de Nova Veneza é a Festa da Gastronomia, celebrada em junho.
A rota gastronômica conta com mais de 20 restaurantes. Confira abaixo algumas opções para se deliciar:
Gelatto Gheppo: na hora de adoçar o paladar, é claro que Nova Veneza sabe servir um autêntico gelatto italiano! A gelateria Gheppo serve casquinhas e taças de sorvete, além de outros doces, como bolos, tortas e bebidas quentinhas.
Caffè di Nonna: o chá da tarde é levado tão a sério em Nova Veneza, que tem até buffet self service cheio de delícias de um tradicional café colonial. Um balcão enorme fica forrado de quitutes, pães, salgados, tortas, bolos e docinhos. Um café coado para acompanhar vai bem!
Vinícola Borgo: inspirada na cidade de Bergamo, a origem da família, a vinícola conta com um castelo erguido com tijolos de 1891, vindos com os imigrantes italianos. Mais do que vinhos, ali são produzidas geleias, cachaças e licores.
Ristorante Veneza: o acolhedor restaurante conta com variedade de massas artesanais, como o penne aos quatro queijos, servido dentro de um queijo enorme, parcialmente derretido. Outro destaque é o nhoque de carne seca com moranga e receita de polenta, presente na casa há 60 anos.
Trattoria Montalccino: com bandeiras italianas balançando no teto, a charmosa Trattoria prepara, às terças, uma sequência de massas para os clientes provarem um pouquinho de cada prato. Carbonara, talharim ao funghi e tortelloni de ricota estão entre as opções.
Casa do Chico: a galeteria e pizzaria é ideal para um jantar romântico ou sofisticado. A refeição pode começar com uma porção de burrata, seguida de uma pizza de brie e Prosciutto italiano. A casa conta ainda com uma adega recheada de rótulos de vinhos.
Onde ficar
- Hotel Bormon: empreendimento com estrutura ecológica, que inclui reaproveitamento da chuva, aquecimento solar, duchas a gás e fechaduras magnéticas com economizador de energia. Possui piscina, academia, salão de jogos e vistas para a cidade.
- Pousada di Venezia: hospedagem petfriendly, com jardim, piscina ao ar livre, trilhas e vista para a montanha.
- Sítio Raízes: localizada na cidade vizinha Siderópolis, a charmosa propriedade familiar é ideal para quem quer descansar. Conta com dois quartos duplos e buffet de café da manhã.
Como chegar
O acesso mais prático à Nova Veneza é por carro, pegando a estrada BR-101 no sentido Sul/Norte – para quem vai de Porto Alegre – ou Norte/Sul, para quem sai de Florianópolis. Para quem vai de ônibus, o ideal é seguir rumo Criciúma, a apenas 17 km de distância. A empresa União Transportes faz o percurso, saindo de Floripa.
O aeroporto mais próximo é o de Forquilhinha, a cerca de 17 km de Nova Veneza. Os voos, porém, são mais limitados. Portanto, Florianópolis ou Porto Alegre seriam as opções de acesso mais fáceis.
Nossa,nosso Brasil tem tantas coisas lindas os Brasileiros preferem viajar pelo exterior. Temos quê valorizar mais o nosso país. Só Temos Que exigir mais das autoridades de uma segurança melhor, pois vivemos com insegurança do medo, nossa lei aqui não funciona por isso damos preferência de irmos para fora do país.
Realmente como existem coisas maravilhosas neste Brasil afora. Pra que sair do Brasil se existe tanta coisa para vermos por aqui mesmo? Eu falo porque já fui tres vezes para a linda Itália…rsrsrs.